Excesso de tecnologia traz consequências na vida de crianças e adolescentes

Nos dias de hoje, cada vez mais as crianças, adolescentes, jovens e adultos estão investindo uma quantidade considerável de tempo nos aparelhos tecnológicos que dão acesso às redes sociais ou ao entretenimento diverso.
De acordo com a psicóloga Renata Pinheiro Estevam, esses aparelhos podem comprometer a vida escolar, profissional, social, contatos físicos, visuais e vínculos sólidos, podendo denominar dependentes virtuais.
Por isso, é importante os pais ou responsáveis redobrarem a atenção aos filhos no uso de tais aparelhos. “Eles devem ofertar um horário determinado de uso e procurando formas de se fazer cumprir tal medida. Contudo, algumas dificuldades podem se apresentar ao longo desse processo, principalmente, quando os mesmos estão acostumados com uma rotina de acessos livres, longos e contínuos”.

Renata Pinheiro Estevam
Psicóloga Clínica
CRP:06/131833
Telefone: 98292 2022
E-mail: renatapinheiro22@yahoo.com.br

Como os pais ou responsáveis também estão conectados grande parte do tempo em demandas profissionais e sociais exaustivas, faz com que se sintam culpados ao frustrar seus filhos com regras de acesso. “Essa frustração faz parte significativa no processo de amadurecimento e crescimento emocional”, ressalta Renata.

Dependência
As pessoas com dependência virtual apresentam sintomas como, por exemplo, falta de concentração, insônia, irritabilidade, apatia, isolamento, dificuldades no contato visual e na comunicação verbal, expressões faciais e corporais prejudicadas e distanciamento social, levando a alterações neuroquímicas e perda de massa cerebral, aumentando a vulnerabilidade a traumas psicológicos e dificuldades pontuais de socialização.
De acordo com a psicóloga, a dificuldade em se humanizar, expressar sentimentos se tornou um desafio para a geração atual. “Nunca se falou tanto em amor sem vivê-lo, nunca se falou tanto em solidariedade sem senti-la. Um dos objetivos das redes sociais e da conectividade seria a aproximação das pessoas, mas como percebemos, isso acontece de forma superficial e fragilizada”.
É possível observar quando, por exemplo, uma pessoa consegue falar por horas com outra nos aplicativos, mas, pessoalmente, o discurso não flui. Essa situação demanda preocupação aos olhos dos profissionais de saúde e sociais. “A sociedade com aspirações cada vez mais capitalistas em que a exibição de uma vida de conforto e sem ‘frustrações’ gera uma repercussão de curtidas, favorece ao sujeito a falsa sensação de prazer, e como uma ‘droga’ necessita reabastecimento contínuo”.
Para Renata, a sociedade está caminhando para a evolução tecnológica e é importante compreender isso, mas, com cautela para não se perder no meio do caminho. “Temos o controle remoto, mas, precisamos aprender a usá-lo, a diferença está no equilíbrio e encontrar esse equilíbrio pode ser facilitado na psicoterapia que visa à promoção do autoconhecimento, fortalecimento dos vínculos, autocontrole e acesso às emoções de maneira mais saudável e livre”.