Exercícios físicos x depressão

Prática de atividades auxilia no tratamento e traz benefícios para a saúde mental e física

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, a depressão é a doença psiquiátrica que mais atinge a população mundial. Estima-se que 200 milhões de pessoas ao redor do mundo convivem com ela. A depressão está ligada a mais da metade das tentativas de suicídio. Muitas vezes, é silenciosa e não percebida pela própria pessoa ou por familiares e pessoas próximas.
“Atualmente, torna-se cada vez mais preocupante seu aumento, devido aos efeitos pós-pandemia. A depressão é uma doença psiquiátrica, originária de uma deficiência neuroquímica de duas importantes substâncias produzidas pelo corpo humano, a serotonina e a noradrenalina, que são neurotransmissores produzidos no sistema nervoso central”, explica a psicóloga Thais Regina de Mello.
Além de fatores externos, estudos apontam que a depressão pode ser correlacionada com a existência de fatores genéticos. Seus sintomas se apresentam de forma emocional:
– Tristeza
– Apatia
– Desesperança
– Hipo atividade/reatividade
-Autoagressão
-Autocrítica culposa, entre outros sintomas.
O tratamento convencional para a depressão tem sido farmacológico e psicoterápico, porém, recentes estudos bem delineados têm demonstrado diferentes formas de tratamento, como a atividade física. O exercício físico pode influenciar de duas formas na depressão: a primeira como prevenção dos sintomas, e outra forma como intervenção através de mecanismos psicológicos e biológicos.
“Durante a prática de exercícios físicos, o corpo é bombardeado por diversos hormônios, tais como: endorfina, serotonina, adrenalina, somatotrofina (GH), Cortisol… Um efeito em comum desses hormônios é a sensação de bem-estar após a atividade realizada. Mesmo estando cansados, há uma sensação prazerosa, o organismo fica mais disposto para o dia a dia, sentindo, assim, menos o impacto negativo dos sintomas da depressão. Entre os exercícios físicos podemos mencionar a dança, corrida, musculação, natação, crossfit”, enfatiza Pedro Otávio Hein, Personal Trainer.
Além do fator biológico, pode-se destacar o fator social. A interação com outras pessoas em meio a atividade física tem um grande espaço no combate à depressão, tendo a distração dos estímulos estressores, maior controle emocional e social. Os efeitos benéficos na saúde mental e no humor podem ser mediadores de alterações biológicas através de mecanismos psicossociais.
Por esse motivo, é essencial transformar o treino diário em um ato corriqueiro de prazer, aproveitando, assim, ao máximo, a sensação de bem-estar que a atividade física nos proporciona, tentando sempre visar o físico, estético e, principalmente, o emocional, sempre ressaltando a importância da psicoterapia, concomitante ao tratamento farmacológico.