Falta de alongamentos e até o estresse podem cooperar para o surgimento da tendinite

A tendinite é uma inflamação causada no tendão, uma estrutura fibrosa, como uma corda, que une o músculo ao osso. Segundo o Ortopedista Raul Casagrande, a inflamação se caracteriza pela presença de dor e edema (acúmulo de líquido) do tendão, sendo mais comum no ombro, cotovelo, punho, joelho e tornozelo.

Causas
O ortopedista ainda afirma que algumas das causas que cooperam para o desenvolvimento da tendinite são:
•Falta de alongamento muscular: acaba sobrecarregando o tendão.
•Movimentos repetitivos, principalmente, no uso de computadores, tablets ou celulares: acarretam a fadiga dos tendões.
•Idade do paciente: com o passar dos anos, a circulação sanguínea para o tendão fica deficiente.
•Estresse, pois, ocasionam contraturas musculares e fadiga, prejudicando os tendões.
•Atividades esportivas em excesso ou com técnica/material inadequada.

Estágios e sintomas
“O problema pode ser classificado em agudo ou crônico. A tendinite é considerada aguda quando o período de instalação até a melhora do quadro não ultrapassa 45 dias. Após esse período, é considerada crônica e de tratamento mais trabalhoso”, explica Raul.
Além disso, é importante atentar para alguns sintomas, como: presença de dor no local, irradiação para toda musculatura ao redor, espasmos de proteção e fadiga com sensação de peso.

Diagnóstico e tratamentos
A tendinite é diagnosticada por meio da história que o paciente conta ao médico e pelo exame físico. “O médico buscará por sinais de dor e sensibilidade nos locais indicados pelo paciente. Existem testes físicos específicos para cada tipo de tendão”, explica.
Com relação ao tratamento, o ortopedista afirma que o mesmo é dividido em:

Medidas para aliviar a dor:
•Repouso do tendão afetado (tipoia para o ombro, tala para o punho, etc). O tempo de repouso deve ser determinado pelo médico – períodos de repouso prolongados podem acarretar aderências e atrofia muscular e são prejudiciais.
•Aplicação cuidadosa de gelo para diminuir a inflamação.
•Eventuais medicamentos anti-inflamatórios prescritos pelo seu médico.
•Acupuntura.
•Fisioterapia para analgesia (ultrassom, laser, massagem miofacial, entre outras).
“Apesar de repouso ser uma das medidas mais recomendadas por médicos, passar muito tempo sem exercitar o local de inflamação pode agravar a tendinite. Por isso, é importante manter o repouso no início do tratamento, mas, depois, procure acrescentar alguns exercícios leves à sua rotina para alongar e fortalecer o músculo”, alerta o médico Raul Casagrande.

Medidas para evitar
que a dor volte
•Correções da postura e melhoria da ergonomia no trabalho;
•Alongamento dos músculos envolvidos;
•Fortalecimento muscular;
•Respeitar o aviso da dor;
•Mudanças de hábitos: adotar pausas durante o trabalho.

Uso de dispositivos eletrônicos
O uso excessivo de celulares e tablets pode fazer o indivíduo adquirir dores musculares nas costas e no pescoço, além de tendinite em mãos e punhos. “O uso intenso dos polegares para digitar as mensagens no aparelho pode gerar um tipo de tendinite chamada de “Tenossinovite de Quervain”. O incômodo afeta principalmente a base do dedo polegar e também a lateral do punho. Crianças e adolescentes estão sendo as principais vítimas dessa patologia, devido ao uso excessivo de celulares e videogames”, comenta.

Como prevenir
O ortopedista aconselha evitar muito tempo na mesma posição dentro do ambiente de trabalho, assim como procurar cadeiras que ofereçam encosto correto para o tronco e apoio para os braços. Além disso, levantar-se com frequência da cadeira para descansar a coluna e movimentar as pernas.
Já no dia a dia, ao sentar, é importante deixar os pés apoiados no chão, joelhos com ângulo de 90 graus, quadril bem apoiado na cadeira e apoio para as costas e braços adequados à altura da pessoa.
“Somente um médico pode dizer qual o medicamento ou tratamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique”, finaliza.