A literatura sugere que o principal papel da vitamina D é atuar no metabolismo do cálcio e na manutenção da mineralização óssea, “porém, vários estudos têm mostrado a sua importância em doenças como câncer, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e esclerose múltipla, entre outras”, diz Daniela Menardo, Nutricionista.
A Nutricionista comenta que “a associação da deficiência da vitamina D com o risco de diferentes tipos de câncer (cólon, mama, próstata e ovários) merece uma atenção considerável: muitos estudos têm observado menor incidência destes tipos de câncer em países onde há maior exposição solar e níveis séricos adequados de vitamina D.
O fundamento desta relação baseia-se no fato de que a vitamina exerce papel regulatório sobre os genes que estão envolvidos na transformação de células normais em cancerígenas e no ciclo celular, reduzindo a sobrevivência de células malignas”.
Ela ainda completa que “outras pesquisas também confirmam a importância da vitamina D no Diabetes, devido a secreção da insulina ser um processo mediado pelo cálcio onde, alterações neste fluxo, prejudicarão a secreção da insulina pelas células pancreáticas; e por agir diretamente sobre a ação da insulina ao estimular a expressão de receptores da vitamina D, aumentando a sua sensibilidade”.
Doenças cardiovasculares
“Com relação às doenças cardiovasculares, o estudo publicado pelo Bratislava Medical Journal mostrou que indivíduos praticantes de atividade física e não-fumantes apresentavam níveis normais de vitamina D, enquanto baixos níveis séricos da vitamina estavam associados a múltiplos fatores de risco metabólico”, explica a nutricionista.
Esclerose Múltipla
Sobre a Esclerose Múltipla, a especialista explica que “assim como outras doenças autoimune, leva ao aumento de citocinas inflamatórias no sistema nervoso central. A deficiência de vitamina D altera a função das células do sistema imune, levando a um perfil mais inflamatório”.
A produção de vitamina D com poucos minutos de exposição solar excede facilmente as fontes alimentares. “Isto nos leva a crer que, realmente, não há necessidade de suplementação; porém, fatores como idade, pigmentação da pele (negros sintetizam menos vitamina D), uso de protetor solar e roupas, estilo de vida atual (escritórios, poluição) e localização do país distante da linha do Equador, limitam a conversão da vitamina e favorecem a deficiência na população.
O que devemos considerar é que a vitamina D não é milagrosa no tratamento das doenças relacionadas acima, nem deve ser medida única de tratamento na prática clínica. Há estudos que observaram as correlações da vitamina D no tratamento destas doenças, porém, há a necessidade de mais estudos para verificar as implicações ao logo do tempo, assim como os resultados. Vale ressaltar que a deficiência de qualquer nutriente pode levar ao desequilíbrio do organismo, acentuando ou ocasionando diversos distúrbios, sendo de extrema importância a avaliação individual do estado nutricional preconizada pela Nutrição Funcional”.
Prevenção
Uma maneira de prevenção da deficiência da vitamina D é a exposição solar de maneira segura, que deve ser incentivada a fim de melhorar os índices de deficiência na população, assim como o monitoramento e tratamento de pessoas com deficiência da vitamina.
“Outro ponto muito importante sobre a vitamina D e sua disponibilidade na gestação, pois, o adequado aporte de nutrientes pode auxiliar na redução do risco de depressão durante este momento. E neste contexto, a vitamina D tem sido relatada por ser importante para as estruturas do sistema nervoso central e por modular neurotransmissores que estão envolvidos nesta condição.
Um estudo recente encontrou ligação entre o nível de vitamina D no sangue da mãe durante a gestação e a incidência de autismo na infância. De acordo com a nova descoberta, mulheres que apresentam deficiência de vitamina D na 20ª semana de gestação têm chances maiores de ter filhos que apresentem traços de autismo até os seis anos de idade”, diz Daniela.
“Conclui-se que a vitamina D, que já está ligada à manutenção de ossos saudáveis, também tem relação com o crescimento cerebral. Sua falta pode levar à esquizofrenia, densidade óssea reduzida e transtornos alérgicos durante a infância, como asma e eczema.
Além da exposição solar, a vitamina D pode ser adquirida por alimentos fontes, como peixes e ovos. Desta forma, a adequação nos níveis de vitamina D através do consumo de fontes alimentares – ou suplementação quando necessária – pode ser uma estratégia para reduzir o risco de depressão durante a gestação além da prevenção para algumas doenças relacionadas ao bebê, aumentando a qualidade de vida das gestantes e crianças, além de prevenir e auxiliar no tratamento de diabéticos, cardiopatas, portadores de doenças autoimune, e cânceres. Portanto, previna-se, procure um profissional da área e mantenha seus exames em dia”, conclui a profissional.