Familiares relembram a história de Eva Ibrahim

Mãe, Avó, Tia, Enfermeira... Ela ainda escrevia contos em livros e em seu blog, na Internet

“Enquanto houver vida, haverá sonhos”, Eva Ibrahim

Recentemente, na noite de 17 de maio, a família e os amigos de Eva Ibrahim Ferreira de Sousa sofreram com sua perda. Uma pessoa tão especial como Eva, eternamente deixará boas lembranças nos pensamentos de seus entes queridos.
Roberta Abrahim Bussamara, sobrinha, conta um pouco da história de vida de sua querida tia: “Eva foi a primeira menina depois de 3 filhos homens do casal Anuar e Ercília. Olhos claros, cabelos escuros, sempre muito atenta, inteligente, adorava artes e escrever. Fazia trabalhos de educação artística para uma amiga que fazia faculdade. Aos 17, foi trabalhar como auxiliar de enfermagem num Hospital, profissão que gostou bastante.
Casou-se, teve filhos, voltou a estudar com o foco de ter um emprego bom. Os filhos estavam criados e ela queria retomar sua vida. Nesse tempo, fez curso de enfermagem; trabalhou no posto de saúde da cidade; conseguiu passar no concurso da Unicamp; fez um curso de Técnico de Enfermagem no Cotuca, de Campinas; prestou outro concurso na Unicamp, e do Pronto Socorro, foi trabalhar no Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher).
Depois disso, bastante trabalho, reconhecimento… Até que achou que era hora de fazer uma faculdade. Fez o curso de pedagogia, pois era o que estava mais próximo de sua realidade. Fez questão de fazer uma festa, na qual convidou amigos queridos. Nesse meio tempo, escreveu alguns livros, alguns textos para livros de contos, e tinha um blog, onde contava histórias.
A vida não foi fácil. Estudou bastante, trabalhou bastante… E, ao se aposentar, não conseguiu ficar em casa. Gostava muito de escrever, então publicou um livro, com direito a uma festa para o lançamento.
Foi feliz ao seu modo, porém, um problema cardíaco, sem esperar, encerrou seus planos…
Eva deixou saudosos colegas de trabalho, familiares e amigos. Mulher forte e decidida. Fez suas escolhas e assumiu suas responsabilidades. Um ser único e especial. A saudade será eterna!”, encerra Roberta.
Seu neto, Guilherme Sousa Janotti, a enxergava como sua maior inspiração na vida. “Sou quem sou por causa dela, desde cedo esteve ao meu lado”, diz Guilherme. O neto admirava sua força e obstinação, aliadas à organização para chegar a seus objetivos, dos quais nunca desistia. Eva sempre incentivava muito seus netos a estudar, os passava seu vasto conhecimento de vida, além do amor pela educação, os tornando pessoas melhores a cada dia.
Em seu blog, escrevia suas histórias, era seu instrumento de libertação, o espelho de sua genial mente. Todo final de texto, possuía sua assinatura, seguida da frase: “Feito com Carinho”. Complementando a fala de Guilherme, tudo o que Eva fazia, acrescentava toneladas de amor e dedicação, e foi essa a mensagem passada por ela em sua vida.
Em uma entrevista publicada em 2012 ao “Caism Notícias”, jornal do hospital do qual fazia parte, Eva falava sobre seu livro recém-publicado: “Ouça o barulho do vento – O sonho não acabou”. Ao ser questionada sobre o título, ela responde: “Sonhar é viver, portanto, enquanto houver vida, haverá sonhos”. Certamente, os sonhos de Eva permanecerão na mente de seus entes queridos, fazendo com que sua existência seja eterna na vida de cada um deles.