Fatores de risco atingem mais mulheres acima dos 50

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados cerca de 58 mil casos novos de câncer de mama este ano no país.

A prevenção do câncer de mama pode ser feita através de medidas simples, como a prática de hábitos de vida saudáveis e através de exames periódicos. Segundo o Ginecologista Dr. Cláudio Dantas, a adoção de uma vida saudável é conhecida como “prevenção primária”, e os exames de rastreamento, como a mamografia, são a “prevenção secundária” da doença.

O profissional afirma que existem vários fatores de risco para o câncer de mama, sendo que o principal é a idade. “A cada cinco casos de câncer de mama, quatro ocorrem após os 50 anos. Apenas 5 a 10% dos casos têm fator genético envolvido”, explica.

Abaixo, o especialista cita os fatores de risco para o câncer de mama. Existem muitos, mas, os principais são:

Ambientais e comportamentais
• Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
• Sedentarismo;
• Consumo de bebida alcoólica;
• Exposição frequente a radiações ionizantes – Raio X.

História reprodutiva hormonal
• Primeira menstruação antes dos 12 anos;
• Não ter tido filhos;
• Primeira gravidez após os 30 anos;
• Não ter amamentado;
• Menopausa tardia (após os 55 anos);
• Uso de pílula anticoncepcional combinada (contendo estrógeno e progesterona);
• Terapia de reposição hormonal pós-menopausa, principalmente, se usada por mais de 5 anos.

 

Fatores genéticos ou hereditários
• História familiar de câncer de ovário;
• História familiar de câncer de mama na família, antes dos 50 anos, principalmente, de parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha);
• História familiar de câncer de mama em homens (que correspondem a menos de 1% dos casos, mas não devemos esquecer que o homem tem glândula mamária pouco desenvolvida, mas pode ter câncer também!);
• Alterações genéticas dos genes BRCA1 e BRCA 2.

A questão do uso de pílulas anticoncepcionais é bastante discutida hoje em dia, e tem gerado muita preocupação por parte das mulheres. “Essas pílulas devem ser utilizadas na menor dosagem possível e pelo menor tempo necessário para evitar a gravidez. Os anticoncepcionais aumentam o risco de câncer de mama, mas também oferecem proteção contra câncer de ovário, pois mulheres que utilizaram pílulas têm menos risco de desenvolver este tipo de câncer; portanto, é relativo”, esclarece Dr. Cláudio.

Dr. Claudio Dantas Ginecologista Materclin: 3812-4089

Dr. Claudio Dantas
Ginecologista
Materclin: 3812-4089

Na menopausa, a terapia de reposição hormonal não está indicada para uso indiscriminado em todas as mulheres. “Devem usar aquelas mulheres que têm sintomas como fogachos, ressecamento vaginal, diminuição da libido, dentre outros. A reposição deve ser feita pelo menor tempo possível e na menor dosagem que alivie estes sintomas, uma vez que sabemos que o risco aumenta se o uso for acima de 5 anos seguidos. Os hormônios presentes nesta terapia, estrogênio e progesterona (principalmente, esta última) podem causar modificações nas estruturas celulares mamárias, estimulando o surgimento desses tumores”, informa o especialista.

Para realizar a prevenção secundária, o Ginecologista indica que ela deve ser feita em mulheres que não são de grupo de risco, a partir dos 40 anos, com a realização de mamografia periódica para rastreamento. “O mais comum é realizar o exame a cada dois anos ,dos 40 até os 50 anos , e após os 50 anos, anualmente. Pode ser complementada com ultrassonografia nos casos de necessidade”, observa ele. “As pacientes que são do grupo de risco devem ter seu acompanhamento individualizado e orientado pelo seu ginecologista ou mastologista, quanto a idade de início dos exames e quais exames realizar”, acrescenta.

“É sempre importante lembrar-se da realização do auto-exame das mamas pelas mulheres, pois, em 60% dos casos, é a paciente quem percebe a primeira alteração na mama e procura o atendimento médico. Pode ser realizado em qualquer posição, procurando a presença de nódulos, alterações da pele da mama, alterações do mamilo e a saída de secreção pelo mamilo, que devem ser investigadas pelo seu médico”, finaliza o Ginecologista.