Fibromialgia pode ter causas psicológicas

Aos olhos da medicina, esse tema indica uma comorbidade psiquiátrica, como transtornos de ansiedade e depressão

A fibromialgia apresenta-se com dores agudas e constantes nas fibras musculares de todo o corpo, portanto, são dores nevrálgicas que levam a pessoa ao desânimo, fraqueza muscular e cansaço quase que permanente. Pode até parecer que a pessoa está bem, mas a dor é constante e qualquer movimento de sentar, deitar ou levantar é perturbador. Para se entender melhor, uma pessoa com fibromialgia pode ser usado um exemplo como imaginar alguém sedentário e que resolve se exercitar em uma academia, e que se sobrecarrega com muitos exercícios e muito peso logo no primeiro dia. Com certeza, os músculos não suportarão e a dor será forte e aguda, parecida com as dores da fibromialgia.
Tem ocorrência maior em mulheres na faixa dos 30 a 55 anos, mas pode aparecer em qualquer idade e também em homens. É uma doença considerada uma incógnita para os profissionais da saúde, pois não há exames que a comprovam, apenas diagnóstico clínico. Por isso que estudos indicam a possibilidade das causas serem psicológicas, ou seja, o emocional e o inconsciente refletem no corpo seus conflitos. Chega-se a conclusões que a sobrecarga emocional é manifestada no corpo físico.
Com certeza, a maioria das pessoas já ouviu a frase “mente sã, corpo são”, isso porque, psiquicamente, nosso cérebro está conectado com todas as partes do nosso corpo, desde a menor célula até o maior órgão. Nossos pensamentos e sentimentos influenciam nossa saúde porque ela nada mais é que reflexo da nossa mente. Na Psicologia, existe uma área que justamente estuda e pesquisa esse fenômeno de interação mente e corpo, a Psicossomática. Palavra de origem grega, “psique” que significa alma, mais “soma” que significa corpo, ou seja, é uma doença que tem origem na “alma” (psicológico), mas também tem consequências físicas no corpo.
O paciente somatizador, então, expressa pela via corporal as emoções (tensões internas) que não consegue simbolizar/elaborar psicologicamente.
Aos olhos da medicina, esse tema indica uma comorbidade psiquiátrica, como transtornos de ansiedade e depressão, indicando tratamentos medicamentosos e não medicamentosos, contudo, quaisquer que sejam as modalidades de tratamento escolhidas, os elementos psíquicos (conflitos emocionais) não poderão ser negligenciados por muito tempo. Os que sofrem de fibromialgia sentem-se incompreendidos e se ressentem com as suspeitas das pessoas ao seu redor, que são atribuídas a falta de conhecimento do grande público acerca da doença.
Uma vez a fibromialgia instalada, não há cura, e a maioria dos pacientes convive com ela durante grande parte da vida. Não há cura, mas há tratamento, que será com medicações (analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos) e psicoterapia, pois expressar o que pensa e sente é de suma importância, assim como a análise singular das raízes conflituosas emocionais que desencadearam a mesma. Com esses cuidados é possível aliviar as dores e ter uma vida mais tranquila e com qualidade.
É indicado manter hábitos saudáveis para enfrentá-la, como boa alimentação, prática de atividades físicas, como caminhadas e pilates, que estimulam a musculatura e podem reduzir as dores, e dedicar-se ao sono com pelo menos 8 horas por noite. Também as terapias de relaxamento, como ioga, que ajudam a acalmar mente e corpo, fisioterapia, hidroterapia, massagem e acupuntura.

Maristela T. Lopes Ramos
Psicóloga
CRP: 06/136159
Tel. 19 98171-8591
Rua Santa Gertrudes, 2063 – fundos