Finados: a difícil missão de lidar com a saudade dos entes queridos

Recomendação da Prefeitura de Cosmópolis é de que não haja aglomeração e que haja higienização

Na próxima segunda-feira, 02, é celebrado mundialmente o Dia de Finados. Nesta data, muitos familiares e amigos visitam os túmulos de entes queridos em sinal não apenas de saudade, mas, também, como forma de manter a memória e o carinho pelas pessoas que já não estão mais entre nós.

Ano de muitas perdas
O ano de 2020 foi um ano de muitas perdas, entre várias tragédias que acometeram o mundo como incêndios, alagamentos, deslizamentos, acidentes, desastres naturais e o maior deles: a pandemia. A Covid-19 dizimou milhões de pessoas no mundo e mudou drasticamente as vidas de quem ficou. É desta forma que este 2 de novembro se torna ainda mais marcante para muitos, que ainda atravessam o processo do luto cheios de saudade e dor.

Vidas interrompidas e despedidas sacrificadas
Além da dor da perda, o ano atípico ainda trouxe grandes desafios e tomou parte importante do processo do luto, que é a despedida.
Muitas famílias foram privadas deste momento pessoal e que faz parte de uma cultura enraizada.
Conversamos com a psicóloga Maristela Lopes Ramos, que pontuou este momento e explicou: “Para o nosso entendimento psíquico admitir a própria morte, a morte do outro, e que a morte existe é algo muito difícil de aceitar.
Na nossa cultura, faz parte do ritual de despedida a realização do velório, que é poder visualizar pela última vez o ente querido.
Nosso cérebro e, simbolicamente, o nosso coração necessitam desse momento para compreender que, de fato, aquela pessoa se foi. Pular esse momento, além de aumentar a dor da perda, traz efeitos psíquicos indesejáveis, pois, pode ser uma experiência muito traumática.
Atualmente, muitos vivenciaram ou ouviram notícias dessa natureza de famílias de pessoas que faleceram de covid-19”.

Em Cosmópolis
No cemitério local, a programação não sofrerá alterações de horários. De acordo com o órgão de comunicação de Cosmópolis, “Estará tudo normalizado, sem horário especial”.
Em relação às missas católicas que acontecem na capela ecumênica do Cemitério da Saudade, estas foram suspensas a pedido do Bispo da Diocese de Limeira, Dom José Roberto Fortes Palau, que diante da pandemia orientou os párocos a evitar aglomerações.
Em relação ao comércio ambulante que tradicionalmente se organiza na Avenida Aracy Silva, em frente aos portões do cemitério, o posicionamento da Prefeitura informa que estará “liberado para quem tem autorização e está cadastrado pela Prefeitura”.

Recomendações
“As recomendações são as mesmas da Vigilância: evitar aglomeracoes, utilizar máscaras e, sempre que possível, higienizar as mãos com álcool em gel ou água e sabão”, conforme nota da Assessoria de Comunicação.

CNBB convida brasileiros a plantarem uma árvore no Dia de Finados em memória dos que se foram
No próximo dois de novembro, Dia de Finados, os brasileiros são convidados a plantarem uma árvore em memória dos entes falecidos. De acordo com o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, “esse gesto, além de evitar as tradicionais aglomerações nos cemitérios, liga-se também à triste destruição ecológica decorrente das queimadas em algumas regiões do país”.
A campanha convida as pessoas a também publicarem a sua foto no Instagram plantando a árvore e contando a história de quem recebe a homenagem. Basta fazer uma foto e publicar na plataforma usando a hashtag #CuidarDaSaudade. As fotos serão publicadas no hotsite da campanha, que está hospedado no site da CNBB: https://www.cnbb.org.br/cuidardasaudade/

Cuidar da saudade e da Casa Comum
A iniciativa tem como slogan “É tempo de cuidar da saudade e da Casa Comum” e faz parte da Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil “É Tempo de Cuidar”. A Ação Solidária, criada pela CNBB e pela Cáritas desde o início da pandemia da Covid-19, tem como objetivo estimular diversas iniciativas de cuidado com o próximo, desde a arrecadação e distribuição de doações até a ajuda nos campos religioso, humano e emocional. A ação do Dia de Finados também conta com a participação da Pascom Brasil e da Signis Brasil.
O convite para plantar uma árvore no Dia de Finados, segundo dom Joel, é feito a “todos que experimentam a saudade e se angustiam com a devastação ambiental”.
Dentro da perspectiva ecológica, a CNBB indica o plantio de árvores nativas de cada região e, se possível, árvores alimentícias. Além disso, é recomendável que se evitem sementes, fazendo o plantio a partir de mudas, com procedência garantida.