Hábito de levar flores aos cemitérios tem diminuído aos longo dos anos, mas há quem não desista de homenagear seus entes falecidos. Os produtos mais comercializados são crisântemos, kalanchoes e Kalandivas, mas violetas e outras variedades de flores envasadas passam a integrar o portifólio da data
Antes considerada a segunda melhor data para comercialização de flores e plantas no Brasil, hoje, o Dia de Finados ocupa, agora, a 6ª posição em volume de produtos negociados ao longo do ano, mas ainda assim representa 3% do faturamento anual do setor. No Ceaflor, a maioria dos produtores de flores típicas da data, como crisântemos, kalandivas e kalanchoês, mantém a oferta de produtos estável, quando comparada a 2023. A novidade, esse ano, é que outras flores vêm entrando neste portifólio, caso das violetas envasadas. A expectativa do Instituto Brasileiro de Floricultura – Ibraflor -, é que o volume de vendas seja entre 6% e 7% maior que o do ano passado, em igual período.
Dois fatores pesam no resultado das vendas de Finados. O primeiro, é o dia da semana do feriado este ano, já que 02 de novembro será em um sábado, o que é positivo, pois sem feriado prolongado e sem viagens, as famílias são estimuladas a ir ao cemitério levar flores em homenagem aos seus entes falecidos. Outra questão, essa negativa para o setor, é a mudança de hábito do brasileiro, especialmente dos mais jovens, de levar flores aos cemitérios. Somado a isso, há o aumento gradual na opção das famílias pela cremação, em detrimento do sepultamento.
Por todas essas questões culturais, a produtora de crisântemos bola belga, Thais Mara Biasini Silva, da empresa Vale das Flores, tem expectativa de vendas cada vez menor em Finados. “Aumentamos bastante nossa produção, mas o foco não é somente o Dia de Finados. Esperamos vender nesta data o mesmo volume do ano passado, mas estamos investindo também em eventos”, comenta. Thais destaca, também, a falta de planejamento do varejo, que está inseguro em relação às vendas. “Nós temos que nos basear na venda do ano anterior, pois os pedidos são feitos muito mais “em cima da hora”. Então trabalhamos uma previsão sempre menor, seguindo essa tendência de mercado”, completa.
Apesar de a violeta não ser um produto carro-chefe para Finados, o produtor Edson Vital, da Vital Flores e Plantas, que comercializa seus produtos no Ceaflor, viu crescer a demanda nos últimos anos e resolveu investir mais nessa data. “No ano passado, as vendas foram acima do esperado e acabou faltando produto, então, esse ano, resolvemos investir. Em dias normais, comercializamos cerca de 600 caixas de violetas por semana, mas já temos encomendado, somente para segunda-feira, 29 de outubro, 500 caixas, o que significa um aumento de 40% na nossa venda, na semana de Finados”, comenta o produtor.