O fisiculturismo vem ganhando cada vez mais adeptos em uma geração, também, cada vez mais preocupada com o corpo e com alimentação saudável. A modalidade consiste no uso de exercícios de resistência progressiva para controlar e desenvolver os músculos do corpo.
Em Cosmópolis, um talentoso representante do esporte vem ganhando espaço e cada vez mais títulos, além de levar o nome do município para outros estados. Conheça a história de André Luiz Teixeira, de 38 anos, que concilia a profissão de operador de máquinas com o esporte que mais ama e tem sido um grande foco de sua vida.
Quando se identificou com o fisiculturismo?
“O esporte, em geral, entrou na minha vida bem cedo. Desde criança, eu já me destacava na escola devido a energia diferenciada das demais crianças. Mas, foi assim que eu iniciei meu primeiro emprego no mercado cosmopolense. Pude finalmente iniciar no esporte… Primeiro, foi com artes marciais, quando tinha apenas 16 anos, mesmo assim, sempre com o pensamento no fisiculturismo.
Contudo, por não poder praticar musculação, ‘levantar pesos’, já que, segundo professores, naquela época, era necessário ter 18 anos para praticar musculação. Eu sempre comprava revistas de treino e realizava em casa com pesos de concreto. Então, logo após casar e me estabelecer, tive condições para, finalmente, praticar na academia”, afirma André.
Carreira
“De início, só por gosto mesmo de desenvolver uma forma física estética agradável, foram cerca de 10 anos entre idas e vindas, treinando sem nem cogitar a possibilidade que um dia eu fosse participar de uma competição. Isso, por um lado, foi ótimo, pois, com esse tempo treinando, adquiri muita massa magra, maturidade e densidade muscular. Foi só a partir de 2016 que comecei a competir”, conta o fisiculturista.
Como o fisiculturismo entrou na sua vida?
“Fui treinar na academia Physius, onde havia pessoas que já competiam e me incentivaram dizendo que eu já estava praticamente pronto, era só fazer alguns ajustes nos treinos e dieta.
Logo em minha primeira competição, fui top 3 com apenas cerca de 20 dias de ajustes e preparação para o campeonato”, fala André.
Quais foram os principais desafios?
“É normal as pessoas pensarem que os maiores desafios são treino e dieta, entretanto, não são os treinos, já que, se estamos praticando musculação, é por gostar realmente. Também não é a dieta, visto que isso faz parte do processo, e se for algo bem planejado e com acompanhamento, não há sofrimento. Sentimos fome em alguns momentos, mas também, comemos muito quando é necessário. É tudo uma questão de planejamento estratégico para que possamos apresentar o nosso melhor físico em palco.
Com toda certeza, pra nós fisiculturistas, o maior desafio nesse esporte é a falta de apoio financeiro. Como todos nós sabemos, tudo hoje em dia que está relacionado à saúde, alimentação e a estética em geral, é muito caro.
Essa falta de apoio, patrocínio, faz com que atletas de altíssimo potencial no esporte desistam de competir. Para se ter ideia, uma inscrição de um campeonato a nível internacional chega a R$ 1.000,00, com a pintura corporal, cerca de mais R$ 300,00, além da viagem, hospedagem. Isso é o gasto apenas no dia da competição, fora o gasto na preparação de quatro meses de dieta e suplementação.
Por isso, quando vemos na mídia pessoas que nunca praticaram esporte algum sendo patrocinadas por marcas famosas do ramo da suplementação se torna desanimador. Mas, tudo tem sua hora, e os planos de Deus não falham”, confidencia André.
Qual a melhor recompensa?
“Quando nos referimos a recompensa, logo pensamos em dinheiro… No Brasil, o fisiculturismo (bodybuilding) é um Esporte ainda em ascensão. No fisiculturismo, assim como em qualquer esporte ‘federado’ a nível amador, até o momento, não há recompensa financeira. Apenas, a partir do nível profissional – e campeonatos profissionais são apenas no exterior, já que lá esse esporte é bem valorizado.
Para muitos que vivem do esporte fisiculturismo, a renda vem através de contratos de marketing, patrocínio de grandes marcas do ramo da suplementação, estética em geral, mas, para mim que não vivo desse esporte, a maior recompensa é saber que meu esforço, determinação e minha dedicação diária ao esporte me levaram ao degrau mais alto do pódio.
Não tenho dúvidas que o privilégio de carregar a medalha no peito é muito maior que qualquer recompensa em dinheiro. A satisfação em ver que minha dedicação, minha persistência, consistência e disciplina me levaram à vitória… isso não tem preço!”, confessa André.
Veja a lista de campeonatos que André já participou:
Estreantes – IFBB / Paulista – NABBA / Brasileiro WFF / Mr Santos – IFBB / Copa Limeira- IFBB / Ponche Classic – IFBB / Mr Universe 2017 – WFF-PRO / Mr Olímpia 2018 NPC e Arnold Classic South America 2019, alguns deles, de grande destaque na modalidade.
O que Cosmópolis representa na sua carreira?
“Gratificante saber que sou reconhecido pelo esporte que amo e me dedico há tanto tempo e ser homenageado pela cidade onde moro. Para mim, é uma sensação como a de ganhar um troféu, algo que jamais passaria pela minha cabeça. Ser reconhecido por pessoas em nossa cidade que chegam e dizem que sou motivação também é muito gratificante”.
Agradecimentos
“Agradeço a Academia Triax Gym, G7 Nutrição Esportiva e gostaria de dizer que, na primeira competição, em 2016, eu tinha 35 anos. Nunca é tarde para realizar algo que sonha!”, conclui André.