Food Truck é tendência e ganha espaço em Cosmópolis

O Food Truck é um modelo de negócio cada vez mais presente no lazer do brasileiro. Além dos mais variados alimentos servidos de forma itinerante, os carros estilizados e personalizados chamam a atenção do consumidor, o que torna ainda mais atrativo para a diversão do cliente.
No interior de São Paulo, cidades como Limeira, Paulínia e Campinas já promoveram encontros desse tipo de comércio em praças públicas, que renderam uma boa quantidade de visitantes.
Porém, é importante lembrar os cuidados que esse tipo de comércio exige, visto que se trata do comércio de alimentos e seus respectivos cuidados. O comércio ambulante, por exemplo, não pode ser confundido com o modelo de negócio do Food Truck, é o que explica a Fiscal de Alimentos da Prefeitura Municipal de Cosmópolis e que atua na Vigilância Sanitária do município, Vanessa Cristiane de Paula. “Realmente, tem aumentado a procura pela licença e liberação de funcionamento desse tipo de comércio em Cosmópolis, porém, é necessário lembrar que há diferença. O Food Truck é uma cozinha móvel, o que normalmente não é exigido pelos ambulantes. Um carrinho de cachorro quente, por exemplo, não consideramos um ‘food truck’, porém, para um trailer, um caminhão ou carro estilizado que faça essa comida lá dentro, são exigidos mais cuidados. Basta partir do princípio de que ambulante não pode servir comida, porém, o Food Truck pode servir a refeição”, explicou a profissional.
Em Cosmópolis, temos alguns exemplos da criatividade que virou negócio:

Kombustível Beer Truck
“Há três anos, nós começamos a fazer chope artesanal porque sentíamos falta desse tipo de produto na cidade. Agora em 2016, surgiu a oportunidade de adquirirmos um Beer Truck e estamos aproveitando essa tendência para empreender no ramo. O que nos motivou é que o perfil do público consumidor de cerveja está mudando; atualmente, as pessoas estão deixando de consumir o produto industrializado feito em grande escala e preferindo as cervejas artesanais, prezando, assim, mais a qualidade do que a quantidade.”

Pizzaria do Guetto
“Somos um casal, Romério e Mayara, ambos formandos em gastronomia, e estamos trabalhando há cinco anos na área. Por amor à profissão, decidimos ser donos do nosso próprio negócio e juntos pensamos e criamos, por isso, a ideia do ‘food truck’ voltado para Pizzas”.

Macarrão na Chapa
“A ideia foi da minha mãe. Eu sou de Belo Horizonte, moro em Cosmópolis há 8 anos. Eu trabalhava no Hospital Centro Médico, quando convenci minha mãe a vir morar aqui em Cosmópolis. Aí, ela notou que a cidade possuía uma deficiência grande na questão de alimentação no período noturno e me falou sobre o macarrão na chapa. Eu, que sou nascido em BH, não tinha ouvido falar sobre macarrão na chapa, contudo, está dando muito certo na cidade!”

Yakisoba
“Sempre gostei de cozinhar, pois, aprendi com minha mãe que, por mais de 20 anos, trabalhou como boleira aqui na cidade, fazendo deliciosos bolos, salgados e ovos de páscoa. A ideia nasceu quando estava fazendo faculdade de ciências econômicas, em 2009, e os pais de uma grande amiga fizeram um jantar para a família de Yakisoba – até então, não conhecia o prato. A partir daí, peguei a receita e fui praticar em casa. Em uma das vezes, tinha mais de 30 pessoas (amigos) comendo, repetindo e elogiando… Foi aí que veio a ideia de unir o útil ao agradável”.

Os prós do comércio
Food Truck
Entre as principais vantagens em ter um foodtruck, segundo os próprios comerciantes entrevistados, é a praticidade de mudança de local. Além disso, a possibilidade de oferecer seus respectivos produtos em festas, bares, lanchonetes e eventos.
Outro ponto positivo é a economia. “Não depender de um ponto fixo elimina custos, como aluguel, estrutura, funcionários e sazonalidade do ponto”, relatou Marco Bianchini, sócio proprietário da ‘Kombustível’.

Os contras
O clima é um dos fatores que podem atrapalhar as vendas deste tipo de comércio. “Trabalhar na rua não é nada fácil. Além da interferência do clima, como chuva, vento, frio e calor, existe também a parte do carregar e descarregar o truck todos os dias, podendo não encontrar energia elétrica no local a se trabalhar”, disseram Mayara e Romério, da Guetto Pizzas.
Outro problema é a burocracia. “Infelizmente, no Brasil, ainda há muitas barreiras em relação à venda de comidas e bebidas nas ruas…”, concordaram os sócios do ‘Beer Truck’.
A falta de socialização e lazer aos fins de semana também são alguns ossos do ofício para os empreendedores.

Boas vendas
Todos os comerciantes alegaram sucesso nas vendas e boa recepção por parte dos consumidores. Alguns acreditam na tendência do modelo de negócio, outros nas mais variadas formas de cozinhar. Também há o comerciante que acredita na espécie de lazer e na criatividade da personalização dos ‘trucks’.

Vigilância Sanitária

Vanessa Cristiane de Paula é a Fiscal de Alimentos da Prefeitura Municipal de Cosmópolis que atua na Vigilância Sanitária do município e explica a situação desses empreendedores:

Pré-requisitos
“O comerciante necessita de uma cozinha móvel, ou seja, um revestimento fácil de lavar, precisa de água corrente, precisa de uma pia e tudo que uma lanchonete ou cozinha precisa ter, porém, móvel. Além de outras burocracias de trailer, como CNPJ e escritório se ele optar por ter. Tudo depende do modelo de negócio, se ele (comerciante) falar que vai vender uma refeição como um restaurante vende, as exigências mudam realmente”.

Licença
“Um ano é o prazo para a renovação dessa licença, e uma nova inspeção precisa ser feita”.

Custos
“O custo é proporcional aos meses do ano. Quem for abrir agora, por exemplo, pagaria somente aproximadamente R$ 60,00, o que representaria os meses de novembro e dezembro. Por este motivo, depende da época do ano em que o empreendedor abrir, muda o valor. A renovação é 50% do valor do primeiro. Ou seja, no segundo ano, o empreendedor tem metade dos custos”.

Circulação
“O comerciante pode rodar toda a cidade desde que ele respeite as leis de trânsito. Quando há um veículo móvel, ele precisa pedir autorização para o trânsito e, após eles liberarem, ter noção de onde vão ficar estacionados e todos os cuidados com a mobilidade urbana”.