Formadora de condutores fala o que é necessário para ser um bom motorista

Sofia Helena Baccarin atua no curso teórico técnico para primeira habilitação há 12 anos

Segunda-feira (25) foi comemorado o Dia do Motorista. Sofia Helena Baccarin, que é instrutora de trânsito no curso teórico técnico para primeira habilitação e atua no ambiente de autoescola há 12 anos, fala um pouco sobre seu papel na formação de motoristas e questões importantes a respeito do trânsito.
Sofia: pessoal e profissional
“Meu nome é Sofia Helena Baccarin, tenho 62 anos e dois filhos maravilhosos (o Wagner e o Victor). Meu filho Wagner é casado com a Ariane, uma nora maravilhosa também, que me deram uma neta muito linda chamada Helena.
Já desempenhei várias funções no decorrer da vida e minha última função, que tenho desempenhado nos últimos 12 anos, tem sido a de instrutora de trânsito. Trabalho com a parte teórica da formação de condutores, o famoso ‘curso do livrinho’ da autoescola, que é o curso teórico técnico para primeira habilitação.
Essa profissão aconteceu por acaso, eu trabalhava como costureira autônoma, e, por algumas necessidades e por ter tido essa oportunidade, fui trabalhar na autoescola Sandra. Me realizo muito, pessoal e profissionalmente, fazendo o que faço. Realmente, me dá prazer e gosto demais da minha profissão”.
Primeiro desafio
“Essa parte do processo de habilitação é um pouco complicada porque os órgãos de trânsito consideram que isso é educação para o trânsito, porém, ninguém procura uma autoescola para tirar sua habilitação de carro e moto e vai com o coração aberto para fazer curso teórico; a grande maioria dos alunos, se pudessem escolher, nem o fariam.
Mesmo assim, isso não tira a minha disposição e meu empenho em ministrar o curso porque eu tento, de todas as formas, chegar até aqueles alunos e tentar fazer com que eles entendam o que significam o trânsito, as responsabilidades de ser motorista, o comportamento que seria interessante todos adotarem. Dou o meu melhor para transmitir o máximo de conhecimento possível”.
O bom motorista
“Ser um bom motorista é ter responsabilidade e valores em primeiro lugar. O trânsito é uma sociedade onde as pessoas não se conhecem. Dificilmente, você estará ao lado de uma pessoa conhecida enquanto está dirigindo. Então, isso gera um ambiente sem muitas afinidades, por isso, a importância da valorização da vida do próximo. O comportamento dentro do trânsito é outro fator relevante para ser considerado, o emocional das pessoas interfere muito na condução dos veículos. Além de tudo, um bom condutor precisa conhecer e respeitar as leis de trânsito”.
Educação
“A responsabilidade de um formador de condutor é muito grande, o papel do ensino prático e teórico é fundamental. A educação para o trânsito é algo primordial. Se houvesse mais investimentos em educação, o trânsito brasileiro não teria esse caráter violento e perigoso da atualidade, com uma quantidade assustadora de mortes. A educação deveria ser mais efetiva e começar desde a pré-escola, fazendo parte do currículo escolar ao longo de toda a vida escolar. Além da educação, a fiscalização é muito importante também para que haja um cenário melhor.
O que precisa ser mudado nos motoristas que já são experientes é o mesmo que precisa acontecer com os que se formam agora, a adoção de um comportamento mais consciente e seguro, e como já mencionei, isso só é capaz de acontecer por meio da educação”.