A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência, porém, não é para tomar no dia seguinte como diz o nome. Na verdade, ela deve ser usada logo após a relação sexual sem uma proteção devida; quanto antes tomar o medicamento, mais eficaz ele será.
Ela funciona promovendo anovulação, ou seja, impedindo a mulher de ovular, como fazem todos os métodos contraceptivos, mas, ela também exerce o efeito de alterar a motilidade da trompa, onde o óvulo é fecundado, e essa trompa faz movimentos para impulsionar o óvulo e implantá-lo na cavidade uterina, sobre o endométrio.
Se essa alteração de motilidade acontece por uso do medicamento, esse óvulo, mesmo que houvesse uma fecundação, teria dificuldade de chegar até a cavidade, porque ele implanta sobre o endométrio no sexto dia da fecundação. A pílula também promove uma alteração endometrial, possibilitando, muitas vezes, a descamação do endométrio, evitando, então, a gravidez.
O ginecologista Nivaldo Baron explica que “a pílula normalmente tem dois hormônios, sendo o estrogênio e o progestogênio. Já a pílula do dia seguinte tem somente um hormônio, apenas o progestogênio. Se compararmos uma pílula anticoncepcional com uma dose da pílula do dia seguinte, equivalerá a metade de uma cartela do anticoncepcional, uma dose bastante elevada. O ideal seria não usar a pílula, mas, caso aconteça, é aconselhável que não use mais de uma vez por mês ou, se possível, somente uma vez por ano.
A pílula é recomendada em casos de emergência, como preservativo perfurado na hora da relação sexual, anticoncepcional usado incorretamente e, principalmente, em casos de estupro. São situações em que esse método é bastante importante e útil”.
Efeitos colaterais e malefícios
“Os sintomas mais frequentes são os que acontecem com pílulas anticoncepcionais também, às vezes, até um pouco mais. Mas, na maioria das vezes, são efeitos digestivos, como náuseas e vômitos, além de diarreias, dor mamária por inchaço das mamas e dor de cabeça.
Mulheres com problemas de função hepática podem ter tromboembolismo, antecedentes de câncer de mama e hipertensão grave. Podem também ter alterações de pele, como acnes e oleosidade nos cabelos”, esclarece o médico Nivaldo Baron.
Anticoncepcional e
Menstruação
“A partir do dia em que a mulher esquece de tomar o anticoncepcional, está correndo risco de gravidez o resto do ciclo, pois, o mesmo estará perdido, não apenas o dia em que esqueceu. Recomenda-se o uso de preservativos até o fim deste ciclo.
A pílula do dia seguinte pode causar irregularidade menstrual, um dos efeitos colaterais. Essa irregularidade pode ser sangrar ou não menstruar. Se a menstruação não descer em 2 semanas, é aconselhável fazer o exame beta hcg para descartar a possibilidade de gravidez”, enfatiza o ginecologista.
Outros métodos
contraceptivos
“Há vários outros métodos hormonais, além dos métodos como pílulas anticoncepcionais orais, injetáveis, métodos na forma de anel vaginal, na forma de adesivos que colam sobre a pele e também implantes, além de DIU e preservativos masculinos e femininos”, conclui o ginecologista.
O importante é fazer sexo seguro e consciente, evitando as doenças sexualmente transmissíveis e também uma gravidez não planejada.