Giovana e Thamiris: conheça o caso raro das gêmeas cosmopolenses

Ana Leila Santana Rodrigues, uma cosmopolense que vive no bairro Vila Cosmopolita, já era mãe de três crianças, Anderson, Camile e Hanna, quando engravidou novamente. Em seu relato, apesar de não ter programado a última gestação, ao descobrir sobre a espera de gêmeas, Ana Leila se sentiu realizando um sonho. As pequenas Giovana Santana Rodrigues e Thamiris Santana Rodrigues, agora, já estão com seis anos de idade.

O nascimento
Apesar de muitos exames, nenhum identificou previamente sobre a Trissomia 21 das meninas. A mamãe Ana Leila descobriu que as gêmeas eram idênticas e que ambas tinham síndrome de Down após o parto delas. “O médico, pediatra, perguntou se tinha alguém orientando a família, porque nem o obstetra percebeu. Como elas nasceram prematuras, tinham o rostinho bem pequenininho, eram muito pequenas. O pediatra notou apenas os olhinhos delas amendoados, e então, o profissional confirmou que precisávamos chamar o geneticista. Quando perguntei o porquê, ele disse que havia achado alguma coisa diferente nos olhinhos delas”.

O medo
“Sempre tive uma espécie de pressentimento. Quando engravidei delas, minha gestação toda imaginei que elas teriam alguma dificuldade, apenas não imaginava que seria Síndrome de Down.
Eu já tinha dois filhos da minha barriga e um do coração, então, eu não queria mais filhos, já estava tudo bem, eu já estava feliz quando acabei engravidando sem planejar.
Mesmo assim, quando descobri que eram gêmeas, e este era o meu sonho, fiquei completamente encantada”, comentou a mãe, relembrando que não se arrepende. “Eu era apenas leiga no assunto; hoje, me orgulho de ser a mãe dessas meninas, alegria da casa”.

A chegada
“As meninas nasceram prematuras, de 35 semanas, na Maternidade de Campinas e foram direto para a maternidade. Quando o geneticista chegou, me pediu para confiar muito em Deus e ter fé porque elas tinham realmente uma síndrome. Contudo, ele afirmou que não era ‘Down’. Ele disse que porque elas não tinham boquinha aberta, dedinhos juntos, nem mãozinhas curtas, nem orelhinhas mais baixas não era possível e ainda me disse: ‘uma delas tem um pezinho inchado que não é característica da Síndrome de Down definitivamente. Tem todas as características para ser qualquer outra”.

Caso raro
“Quando tive conversas sobre a suspeita da síndrome com o pediatra da minha filha mais velha, ele comentou: ‘Não, mãe, fica tranquila, porque, em 35 anos de pediatria, eu nunca vi gêmeos com Síndrome de Down. Isso é como acertar na loteria! E eu fiquei despreocupada. Elas cresceram normais, sem anemia, pneumonia, ou qualquer indício de qualquer outra dificuldade. Fiquei tão tranquila, que demorei mais de um mês para pegar os exames delas, nem acreditando, ainda, na possibilidade”.
Vale lembrar que esta gestação é uma combinação rara, que acontece em aproximadamente um ou dois, em um milhão de nascimentos.

Exames
“30 dias após os exames, saiu o resultado de que se tratava realmente da Síndrome de Down para a Giovana. O médico disse que teria que fazer os documentos da Tamiris por questões burocráticas, pois, o diagnóstico era o mesmo”.

Aprendizado e amor
“Então, fomos surpreendidos com o lado mais bonito – Imaginem: se uma criança com algum tipo de deficiência ou síndrome já transforma a vida de uma família, imagine duas! No começo, tive medo, achei que não conseguiria cuidar delas, contudo, Deus foi me capacitando. Falo por mim, que aprendi a ter mais paciência com tudo. Antes, eu gritava, era intolerante no trânsito, e elas nos ensinaram a respeitar o tempo dos outros, toda nossa família aprendeu a ser melhor.
Elas precisaram do tempo delas para andar, para desfraldar, tempo para ir para a escolinha e agora estão em uma fase evoluída de aprendizagem. Elas nos ensinaram muito, ensinaram nossa família. Hoje, nossa família é muito mais unida por causa delas, não que tivéssemos muitas brigas, mas, todos somos mais tolerantes, mais felizes.
Se eu tivesse mais condições, eu adotaria mais duas com Síndrome de Down, pelo bem que crianças assim, carinhosas e amorosas, fazem a nós”.

Orgulho
“E graças a Deus, por onde passamos, nos enchemos de orgulho delas, recebemos carinho de todos, não passamos por episódios de preconceito. Todos elogiam, elas são lindas, tanto pela beleza, quanto o reconhecimento dos profissionais que nos falam que elas têm capacidade, potencial, autonomia”, finaliza, orgulhosa, a mãe das meninas.

Mensagem
“Nada mais bonito e encantador que ter duas crianças maravilhosas como essas para alegrar nosso lar. Tive medo, mas, penso: se tratasse dos meus outros filhos, eu ficaria desesperada sobre o tempo de aprendizagem. Hoje, em relação a elas, estou completamente feliz porque sabem as cores, números, contam até 10, já reconhecem o próprio nome… São crianças completamente normais; de anormal: somente o amor multiplicado!”.