Definido popularmente como uma inscrição na parede, o grafite é uma expressão artística em espaços públicos. Desde os anos 70, os grafiteiros vêm colocando sua assinatura (“tag”) em muros e paredes das grandes cidades. Alguns desenhos são perturbadores. Porém, nenhum deles teve o impacto causado por um “grafite” na parede do palácio real de Babilônia em 539 a.C., 20 anos depois da morte de Nabucodonosor.
Enquanto o rei Belsazar e mil de seus nobres bebiam vinho nas taças de ouro pilhadas do templo de Jerusalém, num banquete cheio de mulheres e concubinas, Deus o questionou. Pálido, tremendo, pernas vacilantes, ele pressentiu algo terrível. Precisava descobrir o significado da mensagem. O que aqueles dedos misteriosos haviam escrito? A escrita teria que ver com o oráculo que predissera o fim de Babilônia? Seria a mão do Juiz divino? Assustado, gritou pelos astrólogos e adivinhos.
As palavras, talvez escritas sem espaços entre si e sem vogais, eram enigmáticas: MN, MN, TQL, PRSM. É possível que o rei, conhecido mercador de lã, tenha captado o sentido inicial da mensagem, pois eram medidas de peso usadas por qualquer vendedor ambulante que quisesse anunciar o preço de sua mercadoria. Afinal, em Babilônia, o comércio era o passatempo preferido. Parafraseando livremente, é como se alguém tivesse dito (no caso, escrito): “1 real, 1 real, 10 centavos e 1 centavo.” Mas será que o rei captou a ideia de que seu reinado estava em liquidação?
O profeta não deixou dúvidas. Assim como a mão escrevera quatro palavras (mene, “pesado”; mene, “pesado”; tequel, “contado”; parsim, “dividido”), Daniel usou quatro palavras para interpretar cada termo da inscrição e o ritmo da explicação deve ter intensificado o terror do monarca: “Deus contou os dias do teu reinado e determinou o seu fim. Foste pesado na balança e achado em falta. Teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas.” Total dos metais e animais mostrados em sonhos para simbolizar Babilônia, o número quatro era um presságio do fim. Em poucas horas, a profecia se cumpriria de modo cabal.
Se Deus fosse pesar nossa vida hoje, será que seríamos achados em falta? Estamos ignorando os oráculos enviados para tentar mudar os rumos da nossa “Babilônia”? Temos orgulhosamente pegado as taças de ouro do templo para beber vinho em banquetes com os nobres do império? Que o grafite escrito pelas mãos de Deus na parede do palácio real sirva de alerta para o “Belsazar” que existe em nós!
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