Antigamente, considerava-se ideal para uma mulher engravidar na faixa entre os 18 e os 25 anos. Quando ela dava a luz pela primeira vez depois dos 25 anos, era classificada de primigesta idosa. Hoje, a idade “ideal” para a primeira gravidez vai dos 20 aos 30 anos. “Diante desta nova realidade, a experiência mostrou que os riscos da gravidez não aumentavam dos 25 anos aos 30 anos e alargou a faixa de idade ideal para a primeira gravidez, que passou a ser considerada de risco depois dos 35 anos”, explica o médico ginecologista Rodrigo de Angelis.
Rodrigo explica que, em relação a idade materna, “o problema não é tanto a idade em si, mas, as doenças crônicas como diabetes e hipertensão, que são mais incidentes nesta faixa etária e elevam as chances de complicações e de partos prematuros. “Mas, mesmo que a mulher não tenha nada, temos que considerar que os óvulos dela são mais velhos, o que aumenta o risco do bebê ter uma alteração em seus cromossomos.
Outras condições de saúde, como obesidade, distúrbios metabólicos, da tireoide e que afetem o funcionamento de outros órgãos podem elevar o risco. Mas, vale destacar que o estilo de vida também importa muito aqui. Uma mulher com menos de 35 anos, que seja sedentária, tabagista ou até obesa terá mais risco que uma mulher de mais de 35 anos saudável”, esclarece o especialista.
O ideal é que o pré-natal comece antes da concepção, “por isso, a mulher deve procurar o médico antes de engravidar. Nesse momento, é importante fazer exames de rotina e uma avaliação clínica. Se tudo estiver bem, recomenda-se que tome ácido fólico até completar o primeiro trimestre da gestação para proteção do sistema neurológico fetal.
Após a confirmação da gestação, é preciso iniciar imediatamente o pré-natal para que sejam solicitados os exames necessários, realizar uma avaliação dos riscos individuais de cada paciente e, se existentes, iniciar os cuidados para tais riscos”, aconselha o médico.
É importante que se faça o pré-natal corretamente, com responsabilidade e atenção:
• Siga todas as orientações do seu médico com seriedade;
• Evite hábitos prejudiciais para a saúde, como vícios, consumo de alimentos contraindicados, etc.;
• Não deixe de comunicar seu médico caso haja qualquer sintoma estranho, como dores, sangramentos, mal-estar, etc.;
• Faça todos os exames, conforme recomendado;
• Mantenha uma alimentação balanceada;
• Mantenha a rotina de repouso necessária;
• Faça exercícios físicos somente se permitido pelo seu médico e com acompanhamento de profissional;
• Controle o aumento de peso;
• Não tome medicamentos por contra própria, mesmo o mais “inofensivo”;
• Beba bastante água;
• Fique atenta a movimentação fetal e avise o seu médico caso haja diminuição ou ausência.
• Todos esses cuidados são essenciais na gravidez, seja uma gravidez de risco ou não. Porém, na gravidez de risco, o acompanhamento precisa ser ainda maior e a atenção redobrada.
Antes de engravidar, é importante que os casais saibam não só suas condições de fertilidade, mas também do seu quadro geral de saúde reprodutiva. “Para saber as condições da mãe e do pai e verificar se o organismo está apto a iniciar uma gestação, é importante consultar um médico de confiança, que irá indicar e analisar exames importantes para checar as condições do sistema reprodutivo feminino e masculino”, explica.
Se confirmado algum problema em algum dos dois ou até mesmo em ambos, é necessária uma avaliação criteriosa desse problema para prosseguir com o tratamento adequado.
“O casal deve ter em vista que, mesmo com os tratamentos da infertilidade de alta tecnologia, um dos fatores mais importantes que determina a taxa de sucesso é exatamente a idade da mulher”, explica o ginecologista Rodrigo, que acrescenta os principais tipos de tratamento da infertilidade, que são:
• Fertilização In Vitro (FIV) – a fecundação do óvulo pelo espermatozoide é feita fora do corpo da mulher. Os óvulos são removidos por aspiração e colocados juntamente com os espermatozoides do parceiro (ou doador) em um meio de cultura, onde a fecundação ocorre naturalmente. Em seguida, um ou mais óvulos fertilizados (embriões) são implantados dentro do útero. Este processo dura cerca de duas semanas. Após a espera, o médico deverá pedir um
exame de sangue para verificar se o procedimento foi bem-sucedido.
• Inseminação intrauterina – inserção de espermatozoides dentro do útero, geralmente, 36 horas após a ovulação. É uma técnica pouco invasiva, em que o embrião se desenvolve integralmente dentro da mulher.
• Indução da ovulação – o objetivo é estimular a produção de óvulos durante o período fértil da mulher, quando o casal é orientado a ter relações. Procura-se aumentar a quantidade de FSH (hormônio folículo-estimulante), que incita o crescimento e maturação dos óvulos. Este processo também é considerado uma fase da fertilização in vitro e da inseminação intrauterina.