Grupo de Cosmopolenses fala sobre caminhada até ‘Aparecida do Norte’

Independente da crença religiosa, o feriado de 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, traz grandes histórias de superação, foco e determinação. Os peregrinos que se dispõem a chegar na cidade de Aparecida, interior de São Paulo, possuem uma crença ou motivo pessoal para cumprir esse objetivo superando barreiras físicas e emocionais.
A Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, é o maior templo católico do País e o segundo maior do mundo, perdendo apenas para o Vaticano. Por ano, a Basílica recebe cerca de 12 milhões de peregrinos, vindos de vários cantos do País.

Em Cosmópolis
Todos os anos, cosmopolenses participam desse autodesafio e proposta de fé. Neste ano, conversamos com um grupo de peregrinos que fez esse trajeto. Paulo Henrique de Aguiar Teixeira (Paulinho Sapo); Hellen; Edmar Yule Carriçode (Alemão); e Jailton Santos (Já Morreu) estão entre eles e contam como foi a jornada.

Como funciona a caminhada?
Sapo e Já morreu, como preferem ser chamados, comentaram o ponto de partida.
“Nós nos reunimos na Dutra, altura da Capital, São Paulo, e, no nosso caso, houve uma organização geral. Funcionou da seguinte forma: no primeiro dia, tínhamos que caminhar aproximadamente 30 km para chegar a um determinado hotel pré-reservado para nós; no segundo dia, 40 km para chegar ao hotel da próxima pernoite. Então, houve metas diárias de quilometragem e cada pessoa fazia o seu ritmo até chegar lá. Tinha quem saía de madrugada para evitar o sol muito quente e, logo após o almoço, já chegava; outros com ritmos mais desacelerados chegavam mais tarde. Contudo, vale lembrar que nem todos possuem esse planejamento, alguns peregrinos acampam, outros param muito pouco para descansar. Cada grupo ou pessoa faz do seu próprio jeito”.

Quantas pessoas costumam ir?
Segundo Sapo, “esta foi a segunda vez que participou, e o grupo de cosmopolenses foi de aproximadamente sete pessoas, porém, no meu ritmo estavam Alemão e o Já Morreu. Mas, por lá (Basílica de Nossa Senhora Aparecida), há grupos dos mais diversos tamanhos, uma única pessoa ou até 250 pessoas andando juntas com a mesma camiseta e em equipe”.

Qualquer pessoa pode participar?
Já Morreu – “Desde que tenha muita fé e não coloque em risco a saúde, vimos jovens, adolescentes, senhoras de mais de 70 anos, até portadores de necessidades especiais testando os seus próprios limites”.

Existe algum tipo de preparação física ou psicológica?
Sapo – “No meu caso, eu não quis, quis cumprir promessa enfrentando tudo que poderia enfrentar nesta jornada. Apenas o psicológico, porque já sabia da extensão da jornada por se tratar da segunda vez que cumpro o desafio. E posso afirmar, quero ir em todos os próximos, se assim Deus me permitir”.

É preciso levar alguma coisa?
Já Morreu – “Somente um tênis confortável, porque, do resto, há muito apoio no acostamento das rodovias, é muito bonito ver carros de apoio, barracas e caminhões cedendo água, curativos, massagens nos pés, joelhos e pernas, primeiros socorros, todos voluntariados e todos unidos pela fé em Nossa Senhora Aparecida. Há muito apoio”.

A experiência
Hellen- “É indescritível; a cada ano que passa, é uma experiência diferente conhecer, conversar com pessoas tão diferentes sabendo que todas estão juntas em um único propósito na mesma fé e determinação que é chegar na casa da mãezinha.
Posso dizer que a emoção toma conta pelo caminho ao ver pessoas ajudando, apoiando, falando uma palavra de incentivo, ou seja, ajudando de alguma forma, como doação de água, remédios, frutas, entre outras coisas. Meus olhos enchem de lágrimas ao relembrar de cada momento que passei nessa caminhada, sendo em todos os momentos gratificante. Volto com outro pensamento”.

Para Edmar – “A minha dificuldade foi andar os 28 km de chinelo, com muitas bolhas nos pés. Mas cheguei sem dor no final. Fui pagar uma promessa do livramento do acidente que tive em Campo Grande – MS.
Muito bom, é demais! No ano que vem irei novamente”.

A chegada
Sapo e Já Morreu – “É simplesmente de arrepiar, somente ao lembrar o que é chegar lá. As missas são constantes e a sensação é maravilhosa, incomparável. Essa experiência é ímpar e queremos repeti-la quantas vezes forem possíveis. É realmente indescritível!”.