Hiroshi, vereador mais votado, começa os trabalhos como presidente da Casa

Humberto Hiroshi Satou tem 39 anos de idade, é assessor jurídico no Sindicato dos Empregados Rurais de Cosmópolis, Artur Nogueira, Paulínia e Campinas. Nascido em Aguaí-SP, veio para a cidade de Cosmópolis quando tinha apenas quatro anos de idade. “Vim muito novo para cá e, por isso, me considero cosmopolense. Minha infância, minha juventude, minha família, tudo foi aqui”, relata o futuro vereador, que foi eleito com maior número de votos na eleição deste ano e que, consequentemente, começa a primeira sessão da Casa como presidente.

O rumo político
“Não sonhava em entrar na política, foi com o tempo… Na verdade, minha mãe fundou um sindicato e, com isso, eu sempre trabalhei ajudando as pessoas, visto que, filho de sindicalista, há 25 anos, não conseguia emprego em lugar nenhum. Entrei na política depois de muitos anos, porque, toda vez, aqui no sindicato, por termos um movimento de pessoas muito grande, os políticos pediam muito apoio, aí, nós apoiávamos um determinado candidato e, quando ele ganhava, nem nos recebia em seu gabinete. Ressalto que nunca fomos pedir cargo ou algo para nós, a diretoria do sindicato ia para tentar ajudar em uma lei orgânica, entrar em contato para ajudar trabalhadores e etc., mas, após tomar tantos ‘Nãos’, eu disse ‘Chega! Agora nós vamos ter um de nós lá dentro’. Foi quando decidi me candidatar como vereador”.

As eleições
“Na eleição passada, eu já saí como candidato pelo PSB, da mesma chapa que o vereador João Capotes. Perdi para ele por 52 votos de diferença e fiquei de suplente. Sendo assim, tive uma breve participação no mandato que está se findando. Desta vez, estou pelo PT. Consegui ser o mais votado e acredito que isso é reflexo do pessoal sempre vendo meu trabalho. No sindicato, sempre ajudamos muitas entidades, sempre foi algo mais discreto, mas que, agora, está se tornando público.
Creio que este meu trabalho refletiu na última campanha, onde tive muito apoio, muitas pessoas vieram ajudar… Tive amigos que colocaram caixas de som em seus próprios carros, amigos dirigindo. Por isso, agradeço primeiramente a Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, e depois os amigos e os familiares que me ajudaram muito”.

História de vida
Vim de uma família humilde. Minha mãe era cortadora de cana, sempre estudei em escola pública até fazer a faculdade. Moro aqui e sempre gostei de andar muito. Lembro da época que tinha rodeio na APAE, época de gincanas e sei que hoje não há diversão, não há onde levar nossos filhos. Sei o que é olhar na cara da minha mãe e ver o desespero dela, não saber com quem conversar e ela me dizer ‘filho, ou pago o aluguel ou eu compro a comida…’.
Isso para mim até hoje dói, é quando eu paro e penso que muitos cosmopolenses ainda passam por esta situação, é aí que eu quero poder ajudar. Lembro que em época de dia das crianças não via a hora… Às vezes, tinha um brinquedo que montavam, eu não via a hora, ficava horas na fila querendo brincar um pouco. Por isso, neste ano, ajudei na maioria das festas de crianças que pude, e fiquei feliz em olhar no rosto de alguns pais a felicidade em poder levar as crianças para brincar e saber que aquilo era a única coisa que eles poderiam oferecer naquele dia. Não espero nada em troca, entrei na política porque quero fazer a diferença e quero ver a cidade melhorar”.

A presidência da Câmara
“Serei presidente na primeira sessão por ter sido o vereador mais votado, porém, nesta primeira sessão, acontecerá uma votação entre todos os vereadores eleitos para ter um presidente da Casa. O meu desejo é que a cidade cresça, que tenhamos diversão, lazer, saúde, opções na cidade. Se me colocarem como presidente da Câmara, eu vou trabalhar em igualdade com todos. Não quero enxergar partido de ninguém, vou ver o vereador que foi eleito por muitas pessoas da cidade e se o projeto dele atender e for bom para a cidade, ele terá meu total apoio. Espero que quem ocupar o cargo da presidência esqueça o partido e trabalhe pela cidade. Meu pensamento é este.
Durante as eleições, nós tínhamos partidos, eu sou PT, o outro PMDB, PSB e outros, mas, acabaram as eleições, nós temos que estar todos por Cosmópolis, esquecer a bandeira partidária, e todos trabalharem num conjunto para melhorar o município. O papel do presidente é importante, se ele não gosta da coletividade, os projetos ficam engavetados para não deixar subir o nome do outro, isso precisa acabar”.

Abstenções
“Achei que muitas pessoas não quiseram votar e o número de abstenção foi grande, mas, os que decidiram votar, optaram por novas pessoas lá dentro. Estávamos acostumados com um prefeito de um partido e a maioria da Casa também ser, e desta vez não, o prefeito é PT e a bancada ficou muito dividida entre vários partidos – isso para a cidade é uma vitória. Gostei muito deste resultado”.

Considerações Finais
“Eu ando sempre de cabeça erguida. Essa foi a promessa que fiz para minha mãe e para os meus filhos. Eu nunca quero dar motivo para andar de cabeça baixa nessa cidade, nem eles terem vergonha de falar ‘Eu sou filho do Hiroshi’, porque eu tenho orgulho de falar que eu sou o filho da Carlita, cortadora de cana e que hoje é a presidente de um sindicato!”