Foi realizada uma força tarefa e trouxe pistas ao caso ocorrido em setembro
O homicídio de um empresário de Cosmópolis que aconteceu no início do mês de setembro, na Avenida da Saudade, manhã do dia 03, foi esclarecido pela Polícia Civil (PC) através do DEIC.
De acordo com o histórico da PC, a dinâmica dos fatos aconteceu da forma a seguir. Acompanhe na íntegra:
Os acusados “T.M.S. (atirador/matador de aluguel), R.J.P. (motorista do veículo usado no crime) e D.S.C. (comparsa) são todos de Mogi das Cruzes e, com veículo de modelo Renault Clio, foram até Cosmópolis já com a intenção de matar a vítima Christian Amâncio da Cruz. Na cidade, passaram por vários endereços conhecidos da vítima, e quando checavam um dos endereços (a distribuidora de peças de bikes), local dos fatos, Christian estacionou o furgão, momento que T., acompanhado de D., iniciam um breve diálogo. Em seguida, efetua 5 disparos a curta distância com revólver calibre 38, executando a vítima. No mesmo dia, o veículo é identificado pelas câmeras de monitoramento da GCM de Cosmópolis, e a placa é divulgada para toda polícia do estado de São Paulo, bem como a Polícia Civil começa a monitorar o veículo.
No dia seguinte, o veículo, ao passar por um radar inteligente na cidade de Mogi da Cruzes, é abordado pela PM e conduzido até o primeiro distrito policial de Mogi das Cruzes. A Delegacia de Polícia de Cosmópolis e DIG de Americana tomam conhecimento do fato, imediatamente se deslocam para aquela cidade, onde, em conversas com o suspeito, acompanhado de seu advogado, confessa sua participação no crime. Imediatamente, a autoridade policial desta unidade representou pela prisão temporária do motorista, sendo decretada a prisão temporária, a qual foi devidamente cumprida, ficando o preso à disposição da autoridade policial.
No mesmo dia da prisão do primeiro suspeito, a equipe de investigação identificou o atirador, formalizou o reconhecimento fotográfico de T.M.S., sendo representado por sua prisão temporária e buscas domiciliares em seus endereços conhecidos na cidade de Mogi das Cruzes. As equipes de investigação (Cosmópolis e DIG de Americana) deram cumprimento às ordens de buscas domiciliares, mas, o autor, após a prisão do primeiro suspeito e repercussão na imprensa do fato, se evadiu da cidade.
Em continuidade às diligências, foi identificada a pessoa que acompanhava T. na empreitada criminosa, como sendo D.S.C., e após a formalização do reconhecimento fotográfico, foi representada pela sua prisão temporária. No mês de novembro, após monitoramento da equipe de investigação, observou-se que D. acabara de ser preso em flagrante pelo crime de roubo na cidade de São Paulo, cidade esta escolhida por ele para se esconder, pois também após conhecimento da prisão do primeiro suspeito deixou a cidade de Mogi das Cruzes. Feitas as comunicações de praxe, foi dado cumprimento à sua prisão temporária. Ao ser apresentado à autoridade policial para interrogatório e formal indiciamento, confessa sua participação no crime e delata os ex-sócios da vítima como os mandantes do crime e que havia recebido dez mil reais por sua participação, sendo que, até onde tem conhecimento, seus comparsas receberam o mesmo valor cada para a execução do crime.
Os ex-sócios já faziam parte da linha de investigação policial, como sendo os autores intelectuais do crime, fato este confirmado por D. Após confirmação da autoria intelectual (“mandantes”), os delegados de polícia Fernando Fincatti Periolo, Titular Delegacia de Polícia de Cosmópolis; e José Donizeti de Melo, Delegado Titular da Delegacia de Investigações Gerais de Americana, representaram pela prisão temporária dos ex-sócios e buscas domiciliares em seus endereços, bem como na empresa. Com a manifestação favorável do Ministério Público, o poder judiciário de Cosmópolis expediu os mandados de prisão dos irmãos ‘G’, ‘G’, ‘W’. (filho de ‘G’) e do cidadão de nacionalidade chinesa ‘C’.
Nesta data, 16/12/2020, foi declarada a operação “Societates”, com participação dos policiais civis da delegacia de polícia de Cosmópolis, DIG de Americana, e com apoio do GARRA e 2ºDP de Mogi das Cruzes. Durante as diligências, foram localizadas duas armas de fogo do tipo pistola, as quais foram apreendidas em auto próprio, sendo que uma das armas estava com a numeração suprimida, e por este fato foi dada voz de prisão ao seu possuidor, a qual foi ratificada pela autoridade policial. A outra arma, por estar com a documentação em ordem, foi apenas apreendida para passar por perícia.
Foram localizadas também várias armas para a prática de airsoft, mas sem a ponteira identificadora (ponta laranja na saída do cano). Essas armas imitam com precisão pistolas e fuzil. Localizaram armas de pressão e, durante as diligências, foram apreendidos documentos diversos, celulares e eletrônicos, que, após análise, poderão ajudar no esclarecimento dos detalhes do crime.
A operação contou com nove viaturas e trinta policiais civis que cumpriram as buscas e prisões em residência e empresa. O cidadão de nacionalidade chinesa não foi localizado, e as informações são de que retornou ao seu país de origem após o crime. A vítima e os sócios tinham negócios de importação de peças de bike, inclusive, o empresário de origem chinesa é uma pessoa muito conhecida em Mogi das Cruzes e região. A motivação do crime seria uma briga, entre Christian e seus então sócios, por suspeita de desvio financeiro e peças que eram comercializadas na empresa. A vítima, de acordo com informações obtidas, estaria processando judicialmente seus ex-sócios”.
Por Polícia Civil