O novo diretor assumiu o cargo na segunda-feira (06) e buscará melhorar a situação financeira do hospital

Francisco Ribeiro do Prado, membro do conselho fiscal à esquerda e Osiris Paula Silva, diretor administrativo à direita. (Foto: Gazeta/ TV Jaguari)
O Hospital Santa Getrudes recebeu na segunda-feira (06), o novo diretor administrativo, Osiris Paula Silva, que está cumprindo a primeira semana como novo funcionário do hospital. O diretor diz que tem propostas para melhorar a situação financeira da instituição.
Segundo ele os primeiros passos a serem tomados consistem em realizar um balanço das contas do hospital, a fim de realizar um diagnóstico real da situação financeira. E com isso, posteriormente, conforme autorização da diretoria, comunicar o poder público e a sociedade.
Osiris explica que tem várias frentes de atuação para realizar o balanço de recursos e despesas do hospital. A primeira delas consiste em uma revisão dos contratos estabelecidos. Ele indicou que já tem uma prévia do repasse garantido pelo município e ainda afirmou que irá se basear na legislação, pois nela que se é direcionada responsabilidade do repasse.
A revisão tem como objetivo analisar quais operadoras de planos de saúde dão ou não lucro, com isso priorizar o aumento da receita. Seguido disto, ele indica que o plano será analisar os custos de maneira geral, com isso, reduzir custos caso sejam possíveis. Tomado essas duas ações, a administração afirma que irá buscar a captação de recursos na sociedade.
Porém antes dessa medida é preciso resgatar a quantidade de usuários que deixaram de usar o serviço.Para isso, o diretor esclarece que é necessário “fazer a lição de casa”, ou seja, acertar os recursos internos para depois buscar externos. A busca será feita através de conversas com o empresariado e operadoras de saúde. Osiris afirma que a “meta que já dei para a diretoria é
buscar recursos de patrocínio para a reforma de toda a ala de convênios.” Segundo o diretor, oferecendo uma boa hotelaria, a clientela de convênios pode aumentar. “Fiz uma analise e notei que o hospital perdeu muitos recursos de saúde complementar, quem tem convênio e planos de saúde muitas vezes vai para Paulínia, Artur Nogueira ou Campinas”, afirma Osiris.
Além disso, em um segundo momento administração do hospital diz ter planos para reformar a enfermaria do Sistema Único de Saúde (SUS), “entendemos que ambos tem que ter um tratamento igualitário, porém esse objetivo tem que ser alcançado um passo por vez” afirma o diretor administrativo.
Para além dessas reformas, convênios e SUS, a administração estabeleceu um terceiro momento, no qual se viabiliza a reforma de outras dependências do hospital, “o hospital precisa urgentemente de uma reforma geral”, afirma Osiris. Mas para isso ele explica que deverá ser captados recursos do governo Estadual e Federal, é necessário que se regularize a situação da Certidão Negativa de Débitos (CND). Pois elas são necessárias para firmar convênios com esses governos. E para a regularização serão necessários os levantamentos do passivo fiscal da instituição, afim de futuramente entrar em parcelamento fiscal. Uma vez que regularizadas as CND’s, a administração do hospital afirma que irá apresentar projetos para os deputados.
Osiris começou as atividades na segunda-feira, porém já havia participado de outras reuniões para a elaboração dos projetos.

Osiris Paula Silva, diretor administrativo a esquerda e Luiz Cesar Oliveira Pacheco, presidente do hospital à direita. (Foto: Gazeta / TV Jaguari)
Segundo o presidente do hospital, Luiz Cesar Oliveira Pacheco, a contratação foi um dos meios estudados para melhorar a condição financeira do hospital.
Pacheco conta que “nós expomos os problemas do hospital, ele parou, pensou e disse que o hospital tem condições de se reerguer”, mas ele lembra que para isso é necessário a participação do poder público e da população.
Não é a primeira vez que o hospital realiza contratações para auxilio da gestão. Pacheco lembra que a outra equipe contratada teve dificuldades de gestão e, além disto, não pagou as parcelas da CND, “foi parcelada em prestações, mas nenhuma delas foi paga.” Otimista o presidente afirma “estamos muitos confiantes no Osiris.”
O novo diretor administrativo tem 13 anos de experiência na área de gestão hospitalar, sendo que 3 anos foram em gestão de pronto socorro e 10 na gestão geral do hospital em Espírito Santo do Pinhal. Osiris explicou que quando foi contratado o hospital estava correndo o risco de fechar as portas devido a um endividamento. O administrador conta de sua experiência no antigo município, “tínhamos 25 meses de faturamento comprometidos em dividas, greves, dívidas salariais, com fornecedores e contratos.” Ele estimula que o endividamento do hospital da sua antiga cidade, se comparado com os valores atuais, correspondiam a R$ 30 milhões, quando ele assumiu.
Já antes de vir para Cosmópolis, Osiris conta que deixou o hospital de Espírito Santo do Pinhal com as dividas pagas, dinheiro aplicado e fluxo de caixa. Além disso, o administrador afirmou ter realizado reformas no hospital com investimentos e recursos Estaduais e Federais. Lá ele contava com um grupo de voluntários que atuavam dentro do hospital realizando serviços fiscais, serviços e eventos. “Tudo isso foi uma equipe que fez, a diretoria, sociedade, corpo clínico e funcionários, com todos juntos conseguimos levantar o hospital” explica Osiris. Para o administrador “Cosmópolis, cidade de 68 mil habitantes, tem potencial para ter um hospital de ponta”.Dentre as mudanças propostas pelo administrador, com formação em direito, ele salienta que é necessário também repensar no conceito, “sempre escuto a terminologia de ‘sócios do hospital’, como se o hospital fosse uma empresa de determinados proprietários. Vendo o estatuto social do hospital podemos corrigir a seguinte coisa, o hospital não é uma sociedade e sim uma associação. A grande diferença é que ele não é de um grupo de pessoas e sim de uma comunidade. O que garante que tem a possibilidade de ser composta de um número ilimitado de associados, independente do credo político, religião, sexo, raça ou nacionalidade.”
Osiris explicou que a associação é dividida em categorias, associados fundadores, associados efetivos, associados beneméritos e associados honorários. “Vou até propor uma atualização desse estatuto, mas é importante construir na sociedade cosmopolense a visão de que o hospital é uma associação benemerente da comunidade, sendo assim, tem um quadro de associados que compõem e, além disso, todos podem ser associados, desde que cumpram as exigências do estatuto.”

Respectivamente, Francisco Ribeiro do Prado, membro do conselho fiscal, Osiris Paula Silva, diretor administrativo e Luiz Cesar Oliveira Pacheco, presidente do hospital)