Hospital Santa Getrudes contrata novo diretor administrativo

O novo diretor assumiu o cargo na segunda-feira (06) e buscará melhorar a situação financeira do hospital
img_2692_internet

Francisco Ribeiro do Prado, membro do conselho fiscal à esquerda e Osiris Paula Silva, diretor administrativo à direita. (Foto: Gazeta/ TV Jaguari)

O Hospital Santa Getrudes recebeu na segunda-feira (06), o novo diretor administrativo, Osiris Paula Silva, que está cumprindo a primeira semana como novo funcionário do hospital. O diretor diz que tem propostas para melhorar a situação financeira da instituição.

Segundo ele os primeiros passos a serem tomados consistem em realizar um balanço das contas do hospital, a fim de realizar um diagnóstico real da situação financeira. E com isso, posteriormente, conforme autorização da diretoria, comunicar o poder público e a sociedade.

Osiris explica que tem várias frentes de atuação para realizar o balanço de recursos e despesas do hospital. A primeira delas consiste em uma revisão dos contratos estabelecidos. Ele indicou que já tem uma prévia do repasse garantido pelo município e ainda afirmou que irá se basear na legislação, pois nela que se é direcionada responsabilidade do repasse.

A revisão tem como objetivo analisar quais operadoras de planos de saúde dão ou não lucro, com isso priorizar o aumento da receita. Seguido disto, ele indica que o plano será analisar os custos de maneira geral, com isso, reduzir custos caso sejam possíveis. Tomado essas duas ações, a administração afirma que irá buscar a captação de recursos na sociedade.

Porém antes dessa medida é preciso resgatar a quantidade de usuários que deixaram de usar o serviço.Para isso, o diretor esclarece que é necessário “fazer a lição de casa”, ou seja, acertar os recursos internos para depois buscar externos. A busca será feita através de conversas com o empresariado e operadoras de saúde. Osiris afirma que a “meta que já dei para a diretoria é

buscar recursos de patrocínio para a reforma de toda a ala de convênios.” Segundo o diretor, oferecendo uma boa hotelaria, a clientela de convênios pode aumentar. “Fiz uma analise e notei que o hospital perdeu muitos recursos de saúde complementar, quem tem convênio e planos de saúde muitas vezes vai para Paulínia, Artur Nogueira ou Campinas”, afirma Osiris.

Além disso, em um segundo momento administração do hospital diz ter planos para reformar a enfermaria do Sistema Único de Saúde (SUS), “entendemos que ambos tem que ter um tratamento igualitário, porém esse objetivo tem que ser alcançado um passo por vez” afirma o diretor administrativo.

Para além dessas reformas, convênios e SUS, a administração estabeleceu um terceiro momento, no qual se viabiliza a reforma de outras dependências do hospital, “o hospital precisa urgentemente de uma reforma geral”, afirma Osiris. Mas para isso ele explica que deverá ser captados recursos do governo Estadual e Federal, é necessário que se regularize a situação da Certidão Negativa de Débitos (CND). Pois elas são necessárias para firmar convênios com esses governos. E para a regularização serão necessários os levantamentos do passivo fiscal da instituição, afim de futuramente entrar em parcelamento fiscal. Uma vez que regularizadas as CND’s, a administração do hospital afirma que irá apresentar projetos para os deputados.

Osiris começou as atividades na segunda-feira, porém já havia participado de outras reuniões para a elaboração dos projetos.

img_2688_internet

Osiris Paula Silva, diretor administrativo a esquerda e Luiz Cesar Oliveira Pacheco, presidente do hospital à direita. (Foto: Gazeta / TV Jaguari)

Segundo o presidente do hospital, Luiz Cesar Oliveira Pacheco, a contratação foi um dos meios estudados para melhorar a condição financeira do hospital.

Pacheco conta que “nós expomos os problemas do hospital, ele parou, pensou e disse que o hospital tem condições de se reerguer”, mas ele lembra que para isso é necessário a participação do poder público e da população.

Não é a primeira vez que o hospital realiza contratações para auxilio da gestão. Pacheco lembra que a outra equipe contratada teve dificuldades de gestão e, além disto, não pagou as parcelas da CND, “foi parcelada em prestações, mas nenhuma delas foi paga.” Otimista o presidente afirma “estamos muitos confiantes no Osiris.”

O novo diretor administrativo tem 13 anos de experiência na área de gestão hospitalar, sendo que 3 anos foram em gestão de pronto socorro e 10 na gestão geral do hospital em Espírito Santo do Pinhal. Osiris explicou que quando foi contratado o hospital estava correndo o risco de fechar as portas devido a um endividamento. O administrador conta de sua experiência no antigo município, “tínhamos 25 meses de faturamento comprometidos em dividas, greves, dívidas salariais, com fornecedores e contratos.” Ele estimula que o endividamento do hospital da sua antiga cidade, se comparado com os valores atuais, correspondiam a R$ 30 milhões, quando ele assumiu.

Já antes de vir para Cosmópolis, Osiris conta que deixou o hospital de Espírito Santo do Pinhal com as dividas pagas, dinheiro aplicado e fluxo de caixa. Além disso, o administrador afirmou ter realizado reformas no hospital com investimentos e recursos Estaduais e Federais. Lá ele contava com um grupo de voluntários que atuavam dentro do hospital realizando serviços fiscais, serviços e eventos. “Tudo isso foi uma equipe que fez, a diretoria, sociedade, corpo clínico e funcionários, com todos juntos conseguimos levantar o hospital” explica Osiris. Para o administrador “Cosmópolis, cidade de 68 mil habitantes, tem potencial para ter um hospital de ponta”.Dentre as mudanças propostas pelo administrador, com formação em direito, ele salienta que é necessário também repensar no conceito, “sempre escuto a terminologia de ‘sócios do hospital’, como se o hospital fosse uma empresa de determinados proprietários. Vendo o estatuto social do hospital podemos corrigir a seguinte coisa, o hospital não é uma sociedade e sim uma associação. A grande diferença é que ele não é de um grupo de pessoas e sim de uma comunidade. O que garante que tem a possibilidade de ser composta de um número ilimitado de associados, independente do credo político, religião, sexo, raça ou nacionalidade.”

Osiris explicou que a associação é dividida em categorias, associados fundadores, associados efetivos, associados beneméritos e associados honorários. “Vou até propor uma atualização desse estatuto, mas é importante construir na sociedade cosmopolense a visão de que o hospital é uma associação benemerente da comunidade, sendo assim, tem um quadro de associados que compõem e, além disso, todos podem ser associados, desde que cumpram as exigências do estatuto.”

img_2686_internet

Respectivamente, Francisco Ribeiro do Prado, membro do conselho fiscal, Osiris Paula Silva, diretor administrativo e Luiz Cesar Oliveira Pacheco, presidente do hospital)