Identificando o TDA ou TDAH

Enfim, o TDA não é uma doença por isso o tratamento não é baseado em uma cura

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou TDA trata-se de um transtorno que possui como características 3 sintomas: a falta de concentração, a impulsividade e a hiperatividade ou excesso de energia.
A hiperatividade pode ser motora ou cerebral. A motora tende a ser mais intensa nas crianças e pode desaparecer na vida adulta. Já a mental caracteriza-se pelo fluxo de pensamento intenso, o que explica a dificuldade de concentração e foco. São pessoas que falam muito, atropelam palavras e mudam toda hora o raciocínio.
Até pouco tempo atrás, se achava que este transtorno era exclusivo da infância e que, com o decorrer do crescimento, tenderia a desaparecer. Hoje, se sabe que apenas 1/3 são superados até a adolescência e 2/3 conviverão com o transtorno por toda a vida.
A carga genética é um fator bastante expressivo, uma vez que é comum que várias pessoas da mesma família sejam acometidas pelo problema (pais, avós, tios, irmãos) mesmo que nunca tenham sido diagnosticados.
Alguns sinais de TDA em adultos são: dificuldade de organizar as tarefas diárias; desorganização e perda de objetos; irritação com tarefas repetitivas e monótonas, por isso têm preferência por ambientes agitados; em conversa começa a falar antes do fim de uma pergunta ou de uma resposta; “sonha acordado”, possui uma distração constante, principalmente, quando precisa prestar atenção em uma leitura ou explicações; sonolência diurna; falhas de memória (brancos); comportamentos impulsivos como falar ou agir sem pensar nas consequências; humor com alterações rápidas. Existem muitos outros sintomas específicos, que são investigados nos atendimentos com profissionais da área psicológica e médica.
O transtorno pode trazer prejuízos nos estudos, na vida profissional e nas relações interpessoais (familiar, amorosa, amizade). Muitas vezes, ao apresentarem esses sinais acima mencionados, são rotulados como pessoas que não dão atenção ao outro, sem educação, preguiçosos, estressados, relaxados, desastrados, desorganizados, entre outros, sem saber que, dentro dessa pessoa, ela traz um sofrimento psicológico, inclusive, com sentimento de culpa por se esforçarem muito para conseguir ter o foco, atenção e um melhor aproveitamento das suas ações e não conseguir.
O tratamento inclui, no primeiro passo, o diagnóstico que pode trazer um sentido de amparo para a pessoa, “finalmente descubro uma nomeação para essa confusão na minha cabeça e na minha vida”.
– A Psicoterapia em que o psicólogo é esse profissional, além do médico, que pode fazer o diagnóstico e indicar o tratamento. Para se caracterizar um funcionamento cerebral TDA é necessário considerar a frequência e a intensidade com que ocorrem as situações com os sinais mencionados acima. Um diagnóstico correto com um tratamento adequado somente é possível antes de tudo ouvindo o histórico do paciente com atenção e dedicação.
– Quanto mais a pessoa buscar de informação e aprender sobre o TDA, mais eficiente torna-se a terapia.
– Essencial a utilização de ferramentas que ajudem na produtividade e no senso de controle como, listas, agendas, lembretes, metas, planejamento diário e etc.
– A medicação, em alguns casos, para ajudar a reduzir a sensação de “turbilhão interior” e a ansiedade.
Enfim, o TDA não é uma doença, por isso, o tratamento não é baseado em uma cura. Trata-se de um mau funcionamento neurobiológico (bioquímica do cérebro). Em outras palavras, é uma maneira acelerada do cérebro trabalhar. Com o tratamento, é, portanto, possível ter uma melhora na qualidade de vida social e no desempenho laboral (trabalho/estudo).

Maristela T. Lopes Ramos
Psicóloga -CRP: 06/136159
Tel. 19 98171-8591
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