Incentivar diálogo pode melhorar relação entre pais e filhos

A adolescência é o período de maior descoberta da vida de uma pessoa, onde o jovem busca entender seus próprios limites, valores e, sobretudo, passa a questionar normas familiares. A adesão dos ideais de grupos de amigos é comum nesta época da vida, assim como o maior afastamento das figuras parentais.
A psicóloga Thais de Mello explica que a fase da adolescência se constitui como um período de transição do indivíduo, da infância para a idade adulta, evoluindo de um estado de intensa dependência para uma condição de autonomia pessoal.
“Durante a adolescência, o indivíduo passa por momentos de desequilíbrios e instabilidades extremas, sentindo-se, muitas vezes, inseguro, confuso, angustiado, injustiçado e incompreendido pelos adultos que o cercam, o que pode acarretar problemas para os relacionamentos do adolescente com as pessoas mais próximas do seu convívio social”, afirma a psicóloga.
“Por esse motivo, o diálogo nessa etapa do desenvolvimento assume um papel fundamental, apesar de, muitas vezes, os adolescentes buscarem se fechar em seu ‘mundo’ próprio”, continua.
Há inúmeros fatores que podem contribuir para o afastamento dos jovens além da busca pela identidade própria. “A falta de diálogo e a ausência dos pais no ambiente familiar também podem acarretar ou acentuar algumas dificuldades, principalmente, em termos de relacionamento, podendo afetar até mesmo o bem-estar e a saúde psíquica dos adolescentes”, conta Thaís.
A psicóloga ainda lista algumas ações que podem melhorar a relação com os filhos nesse período de reclusão:

Estar atento à relação cultivada com os seus filhos
Iniciar diálogos sobre o cotidiano do jovem e se mostrar interessado em fatos simples de sua vida é de suma importância, segundo Thais. “Pense: Vocês têm conversado o suficiente? Você conhece os interesses de seus filhos? Seus filhos contam acontecimentos corriqueiros da vida deles? Você sabe das atividades diárias deles?
É necessário que esses questionamentos sejam feitos de forma sincera e profundamente. Muitos pais acreditam que estão se comunicando bem com os filhos até serem surpreendidos por situações inusitadas. Portanto, toda a atenção na relação de vocês é relevante”.

Conheça os amigos de seus filhos
Manter uma boa relação com os filhos engloba, também, manter uma boa relação com o grupo de amizade deles. “Convide-os para frequentar a sua casa e esteja atento à maneira como seus filhos se comportam junto a eles, pois, é provável que seu filho passe a maior parte do tempo dele com essas pessoas”, aconselha.

Converse e ouça atenciosamente
Thais afirma que o dialogo entre pais e filhos deve ocorrer com educação e afetividade, sem procrastinação de assuntos sérios e que devem ser tratados com clareza e simplicidade. “Muitos pais têm dificuldades em relação a conversar com os filhos sobre assuntos que não se sentem à vontade. Nesse caso, é importante que pai e mãe tenham uma boa sintonia e se revezem nessa função de forma que tudo seja tratado da maneira mais objetiva possível”, explica.

Passem tempos juntos
É necessário se manter informado sobre lugares que os mesmos gostam de frequentar e procurar juntar-se a eles. “Tais atividades ajudarão vocês a estabelecerem uma relação de amizade e afastarão seu filho do tão temido ‘vicio em celular’. A prática de esportes pode ser uma boa opção para aproveitar o tempo em companhia do jovem”.

Hobbies
Entender os gostos musicais e atividades favoritas do adolescente pode cooperar para uma melhor relação, além de interagir com os mesmos mostrando que também se interessa pelas coisas que ele gosta.

Thais de Mello Psícóloga Atende na Rua dos Expedicionários, 940 Telefone: (19) 99995-3067

A psicóloga ainda alerta para o fato de que o comportamento do adolescente pode afetar diretamente outros membros da família, sendo um fase difícil para os pais e adolescentes, o que facilita o aparecimento e conflitos nesta etapa. “São conflitos que, muitas vezes, são difíceis de administrar e que devem contar com ajuda profissional especializada para serem elaborados da melhor maneira possível, tanto para pais quanto para filhos, evitando que estes tragam consequências que podem ser irreversíveis para ambos”.