Atitude reflete na autonomia, bem-estar, proatividade e entre outras na vida adulta
O desenvolvimento da independência nas crianças acontece aos poucos e o melhor momento de estimulá-las é nas atividades mais simples do dia a dia.
A neuropsicopedagoga Andréa Valente Melanda recomenda que esses estímulos aconteçam ainda quando bebê. “Começar cedo, ainda na fase de bebê, em situações como o hábito de dormir sozinho ou segurar a mamadeira, por exemplo.”
Ela explica que não é necessário esperar que a criança já tenha domínio de determinada capacidade para pedir que ela faça algo, além disso, a aprendizagem envolve fases como a iniciativa para começar, as tentativas, lidar com a frustração do erro, ser perseverante para tentar de novo e saber buscar ajuda.
Andréa diz que o “deixar fazer” não é uma forma de estimular a independência. “Muitas informações do mundo adulto não são facilmente compreensíveis para as crianças, sendo necessário que elas tenham sempre uma referência e o grau de autonomia e independência que a criança irá desenvolver dependerá muito da educação que os pais irão proporcionar”.
É comum que os pais, por não acreditarem que as crianças tenham capacidade de realizar alguma atividade, ou com receio que se machuquem, ou até mesmo por comodidade, acabam realizando as atividades no lugar dos filhos.
A especialista afirma que, com isso, a criança perde uma grande oportunidade de se desenvolver, pois é através de pequenas atividades diárias que eles podem demonstrar suas habilidades e seu esforço. “Atividades como guardar suas roupas, material e uniforme escolar, brinquedos, vestir-se sozinho, colocar os sapatos e amarrar o cadarço, tomar banho e comer sozinho, colocar a mesa são ações simples e as crianças têm oportunidade de se sentirem participantes do espaço familiar, além de desenvolver habilidades, como a coordenação motora, a lateralidade, o raciocínio lógico matemático, a responsabilidade, a sequência, organização de planejamento e ações”.
Essas habilidades desenvolvidas logo cedo podem se tornar pontos importantes para a vida pessoal, acadêmica e profissional. Isso porque, conforme ressaltou a neuropsicopedagoga, a independência estimulada na fase infantil reflete na responsabilidade, autonomia, bem-estar, proatividade e organização na vida adulta.
Dicas práticas:
Para desenvolver a independência da criança, deve-se estimular atividades diárias, das quais, parte delas, elas já conseguem desenvolver sozinhas.
A neuropsicopedagoga Andréa Valente Melanda dá dicas práticas para estimular essa independência.
Com um ano e meio de idade, a criança já compreende ordens simples e já pode guardar seus calçados.
Aos dois anos, já é capaz de reconhecer o local onde são guardados os brinquedos. Estimule e ajude orientando, mas, nunca fazendo por ela.
Aos três anos, já consegue organizar a sua caixa de brinquedos, estimulando o pensamento lógico matemático, planejamento, atenção e responsabilidade.
Na cozinha, a criança já pode começar a participar de algumas tarefas simples, como ajudar a colocar a mesa.
Com seis anos, já pode ajudar a lavar a louça, peças plásticas, para evitar acidentes, desenvolvendo coordenação motora mais refinada.