Os crentes hebreus precisavam alimentar-se adequadamente da Palavra de Deus a fim de crescerem. Em Hebreus 5:11-13, vemos que há dois tipos de alimento espiritual: os leites, alimento básico de um bebê, que são os princípios elementares dos oráculos de Deus ou da doutrina de Cristo (6:1), e o alimento sólido, que se refere a palavra da justiça. Este é o alimento para cristãos crescidos, os que são capazes de suportar testes e provações por permanecerem constantemente unidos à cruz.
As duas cartas de Paulo ao coríntios revelam que eles eram imaturos como os hebreus. Isso se manifestava especialmente por haver divisões e ciúmes entre eles. Uns diziam ser de Apolo, outros de Paulo, outros de Cefas, e ainda outros de Cristo. Enquanto Paulo estava no meio deles, suprindo-os com as palavras de Deus, eles cresciam, mas, quando Paulo os deixou, deram lugar a sua vida natural e não buscaram a Palavra diligentemente, falhando, por isso, no que diz respeito à visão do Corpo de Cristo, dando caminho para preferências e divisões.
O partidarismo é totalmente proveniente das preferências humanas, daqueles que vivem pela vida natural e não se submetem ao Espírito. As pessoas que estavam se dividindo na igreja em Corinto eram verdadeiramente salvas em seu espírito, mas ainda viviam por si mesmas, não dando liberdade para o Espírito trabalhar nelas e transformá-las.
O crescimento de vida é determinado pelo tanto que permitimos ao Espírito saturar nossa alma. Viver por nossas preferências motivadas por emoções que não provêm de Cristo, manifestam que vivemos pela vida da alma, ou seja, pelos nossos pensamentos, pelas nossas próprias vontades e pelas nossas próprias emoções. O afeto decorrente da vida Divina é bom e louvável, mas o que procede de nós mesmos leva-nos à divisão.
Hoje, o que vemos nas chamadas “igrejas” não é nada diferente. Quando temos comunhão com os irmãos, percebemos que eles usam a maioria do tempo da comunhão para falar do pastor (homem), outra boa parte do tempo para falar da banda que toca na “igreja” e pouquíssimo tempo para falar do Senhor. Isso se dá porque não estão sendo alimentados com a pura Palavra de Deus. Nós expressamos aquilo que comemos.
Quando Deus colocou a árvore da vida no Jardim do Éden, desejava que o homem se alimentasse dela, e alimentando dela viveria e certamente iria expressá-la. Sabemos que a árvore da vida tipifica o próprio Deus (Jo.15:1,5). Se alimentar do Senhor é desfrutar da Sua Palavra, mas onde não há Palavra, o povo se corrompe (Pv.29:18), é por isso que vemos tantos filhos de Deus, falando muito com a boca, mas o coração e o encargo estão longe do Senhor, preferindo mais a eloquência dos homens a pura Palavra de Deus (Mt. 15:8-9).
A situação dos crentes hebreus e da igreja em Corinto serve-nos de espelho, a fim de não incorrermos nos mesmos erros. Se realmente desejamos amadurecer em Cristo, precisamos desesperadamente e diligentemente entrar na Palavra de Deus e tomá-la com fé, como alimento sólido.
