Intolerância e a sociedade atual: como compreender

A intolerância é a incapacidade de entender ou respeitar as diferenças, sejam elas nas opiniões, crenças, religião, cor, raça, cultura ou orientação sexual. Assim, não é preciso de muito para se deparar com situações ou pessoas na sociedade com tal comportamento, chegando a agredir psicologicamente ou fisicamente outros.
Segundo a psicológica Renata Pinheiro Estevam, o acesso à educação e a inserção cultural possibilitam maiores recursos para a compreensão e elaboração de melhores condições para aceitar e respeitar a diversidade. “Muitas vezes, nos questionamos sobre tal tema, que desperta discussões nas redes sociais, TV e na sociedade em geral e, com o acesso à educação, podemos apresentar compreensão sobre”.
Psicologicamente, quando crianças, lidamos com a espera, com o “não” e com a frustração de forma

Renata Pinheiro Estevam
Psicóloga Clínica
CRP: 06/131833
Telefone: (19) 982922022
E-mail: renatapinheiro22@yahoo.com.br

primitiva e limitada. A satisfação imediata paira nessa fase da vida. “Do decorrer do próprio processo de individualização, a criança experimenta a ambivalência do igualar-se e diferenciar-se. Esse primeiro é importante para se reconhecer e se identificar o segundo necessitando diferenciar-se para assim construir sua identidade e subjetividade”.
Por isso, o papel da família e da escola é muito importante para os primeiros anos de vida. “No fortalecimento dos vínculos, na facilitação da compreensão do outro, do diferente, do esperar na noção dos limites, na promoção de informação, palestras, debates, diálogo construindo junto com a criança a capacidade de tolerar e de suportar a frustação, pois, a vida não se limitará às paredes do seu lar, terá que conviver com o outro e com as diversidades do mundo adulto”, esclarece.
Para a psicóloga, as pessoas estão condicionadas a aceitar o externo, estético e aceitável em detrimento ao interno, excêntrico e diverso. “Ninguém nasce intolerante, preconceituoso, racista, homofóbico e tantos outros, isso é construído socialmente. A história do racismo, por exemplo, faz parte da história do nosso país, foi uma condição imposta, mas, atualmente, nos faz refletir na possibilidade de nos questionar, analisar e quebrar paradigmas”.
Renata afirma que, quando existe a possibilidade do autoconhecimento, faz com que as pessoas aprendam a amar, respeitar, perdoar, permitir se conhecer e, assim, aceitar a subjetividade do outro e não é apenas aceitar, e sim, empático, colocando-se no lugar do outro. “Quando não conseguimos nos amar, muito dificilmente poderemos amar alguém. Assim me fez pensar na intolerância como reflexo da incapacidade de se autotolerar e de se autoconhecer”, finaliza.