Janio trabalha desde seus 9 anos de idade com comércio

Esta semana, a Gazeta de Cosmópolis realizou uma entrevista com Janio Aparecido Souza, proprietário da JS Funerária. O empresário, de 42 anos, conta como foi entrar no ramo funerário, iniciado na cidade de Artur Nogueira e que, hoje, após 21 anos, já conta com mais duas filiais na região.

GAZETA de COSMÓPOLIS: De onde você é? Como tudo começou na sua vida?
Janio Aparecido Souza: Sou natural de São Paulo –SP. Trabalho desde os 9 anos de idade com comércio. Durante minha adolescência, trabalhei com meus tios, que faziam parte da área comercial de Santo André – SP. Apesar disso, não tive muitas dificuldades durante a juventude.
Quando mais velho, meu pais resolveram vir morar em Artur Nogueira. Como eu já mexia com a área de comércio, resolvi abrir um negócio em Artur, que englobava, principalmente, área de motoboy.
Um belo dia, uma empresa me chamou para trabalhar no ramo de funerária. Eu aceitei e, a partir de então, fui adquirindo experiência. Anos após isso, um pessoal em Cosmópolis me convidou para montar a funerária. No princípio, fiquei receoso, mas abri uma franquia mesmo assim e vem dando tudo certo.

GAZETA: Já conhecia Cosmópolis antes de iniciar um negócio aqui?
Janio: Não, passei a conhecer após entrar no ramo funerário aqui na cidade.

GAZETA: Durante a adolescência, pensava em seguir a área empresarial?
Janio: Sim, desde muito cedo, já pensava nisso, principalmente, por estar imerso na realidade comercial junto aos meus tios. Lá, no ABC Paulista, tive diversas oportunidades no ramo, além de ter adquirido muita experiência.

GAZETA: Qual foi a primeira reação ao ver Cosmópolis?
Janio: Quando cheguei aqui, me senti seguro, principalmente, por quem estava ao meu lado. Nunca pensei em desistir de introduzir meu negócio na cidade.

GAZETA: Por ter muita experiência no ramo, teve facilidade em lidar com um negócio próprio?
Janio: Sim. Não foi algo extremamente fácil, mas, sempre me senti seguro. O apoio que sempre tive das pessoas ao meu redor aqui em Cosmópolis me motivou. Aqui nunca faltou suporte.

GAZETA: Há algo, dentro da sua profissão, que te marcou com muita intensidade?
Janio: Na questão prática, não. Nós nunca focamos muito na situação do dia a dia. Acabamos um procedimento e ele já cai no esquecimento. Buscamos refletir o mínimo possível sobre nossa atividade.
Com relação ao contato com clientes, há sim coisas que marcam. Acredito que o principal, para mim, é receber pessoas e fazê-las esquecer da atual situação. Houve inúmeras vezes onde pessoas chegaram até mim atordoadas e, no fim de tudo, vieram agradecer-me por tão bom tratamento. Isso é gratificante!

GAZETA: Você precisa ter um “lado psicólogo”?
Janio: Sim, em diversas ocasiões. As pessoas chegam aqui muito nervosas e sem saberem o que fazer. Nesses momentos, além de pensar no trabalho a ser realizado, é preciso dar certo apoio moral.

GAZETA: Quanto tempo levou para se acostumar? Quais as dicas que você pode dar para quem deseja trabalhar em áreas que envolvem o contato direto com falecidos?
Janio: Eu não posso dizer costume, pelo simples fato de não ter esse hábito de me acostumar com a profissão. Já entrei no ramo sem sentimentos e receios. Para mim, a morte é algo natural que virá para todos.
Porém, no momento da dor dos familiares em luto, devemos respeito a eles. Ética profissional e até mesmo pessoal, justamente por se tratar de um ser humano que merece todo nosso carinho e atenção naquele momento.

GAZETA: Por que o nome JS?
Janio: Usei as iniciais do meu nome. ‘J’ para Janio e ‘S’ para Souza.

GAZETA: Você fez algum tipo de curso na área?
Janio: Sim, sou formado em tanatopraxia e reconstrução fácil, simples e avançada, que fiz em Curitiba. Além disso, também fiz um curso de maquiagem em São Paulo.

GAZETA: Sendo uma pessoa já bem sucedida, ainda possui sonhos?
Janio: Sim, nossos sonhos nunca param, por mais que envelheçamos, continuaremos a sonhar. Tenho desejo de ter filiais em várias cidades da região e expandir meu negócio.
A verdade é que nunca imaginei que sairia de Artur Nogueira. Quando percebi, já tinha filiais em Cosmópolis, Mogi Mirim e, muito brevemente, em Holambra.
Eu sempre foquei muito no meu negócio, e ainda foco. Quero fazer algo bom pro meu comércio.

GAZETA: Como foi no começo, dentro do ramo funerário?
Janio: Lembro que, no começo, sempre passava na frente de uma ótica, onde atualmente se localiza a JS de Artur Nogueira. Eu olhava para lá e conseguia imaginar toda a estrutura da funerária lá dentro, desde a recepção até o local de preparação do corpo. No fim das contas, eu consegui.
Mas, houve, sim, coisas ruins no começo. Eu, por exemplo, tinha que preparar o corpo durante a madrugada em capelas de cemitérios e, querendo ou não, é algo desconfortável. Apenas eu e o corpo. Mas, tudo isso foi importante para chegar ao lugar onde me encontro atualmente, não tenho do que reclamar.