João Pedro de Andrade fala sobre sua carreira no futebol profissional e também no amador

Ex-atleta já enfrentou grandes times do estado, como Internacional de Limeira, União São João, de Araras, Noroeste, de Bauru. No amador, jogou por diversos times da cidade e da região

Durante a era de ouro do futebol brasileiro, diversos talentos surgiam constantemente nos pequenos e grandes clubes do estado de São Paulo. A geração marcada pelo futebol arte praticado pelos esquadrões campeões do mundo de 1958, 1962 e 1970 é a mais vitoriosa da história do nosso país. Em Cosmópolis, a história é a mesma. Por toda a cidade, é possível identificar diversos craques, que se tivessem oportunidade, poderiam alcançar a elite do futebol mundial da época. A história de João Pedro de Andrade é parecida.
Nascido em Igarapava (SP), município próximo à divisa com o Estado de Minas Gerais, João Pedro se interessou pelo esporte ainda quando criança, seguindo a influência de seus irmãos, que sempre jogaram futebol. Em 1954, se mudou para Campinas, aonde já obteve conquistas com o Colégio Dom Bosco. A partir disso, passou a disputar o campeonato amador da região com a equipe da Rhodia, onde trabalhava na área de manutenção. Além da equipe da empresa, João também jogava no Clube Bonfim, de Campinas. Ao se destacar nas divisões amadoras como ponta-esquerda, ele foi parar no Cerâmica Clube, em Mogi Guaçu, para disputar a segunda divisão do Campeonato Paulista Profissional de 1961, que contava com a participação de clubes protagonistas do estado na época, como a Internacional de Limeira, o União São João de Araras, o Noroeste de Bauru, clube da cidade de Pelé, que por pouco não contou com sua contratação. Ele conta que enquanto jogava pelo Cerâmica, enfrentou diversos grandes clubes do estado, como Guarani e Botafogo de Ribeirão Preto.

Convites
Ao jogar contra clubes como o já citado Noroeste, e clubes de fora do estado como o extinto Flamengo F. C., de Varginha (MG), João Pedro recebeu convites para integrá-los. Após aceitar a proposta do Flamengo, outro convite foi recebido, desta vez para jogar pelo Cruzeiro ou Atlético Mineiro, clubes campeões brasileiros e protagonistas no cenário nacional. Porém, João não fez muita questão, considerando que os clubes do interior, na época, eram muito mais fortes e competitivos do que hoje em dia.

Após se casar, ele se mudou para Cosmópolis e, devido à vida agitada de um jogador profissional, teve de abdicar da profissão, e se dedicar à categoria amadora enquanto trabalhava pela Rhodia. Após chegar a cidade, ele conheceu o Vila Nova F. C. e passou a jogar pelo clube nos campeonatos da região, nos quais foi campeão diversas vezes.
João Pedro conta que o fundador do clube, Waldemar, alugava um caminhão com a ajuda financeira dos jogadores, e iam jogar contra os times da região inteira, que ofereciam uma garantia monetária. Ele já jogou por diversos clubes da cidade, incluindo o Cosmopolitano, o Funilense e o Saltinho, e mesmo após deixar as categorias principais, se juntou às categorias dos veteranos e até mesmo fez parte da diretoria do Vila Nova.
Sua vida foi sempre marcada pela prática esportiva, incluindo o basquete, quando mais jovem, e o vôlei, na terceira idade. Hoje, com 81 anos, João Pedro tem uma vivência no meio que muitos gostariam de ter e que, com certeza, serviu de inspiração às gerações seguintes à sua.