José Ortiz percorre o ‘Caminho da Fé’

Cosmopolense fala sobre a sensação de andar mais de 300 km a pé apenas por devoção, para agradecer a Deus, e não pedir

A preparação do cosmopolense José Aparecido Ortiz, motorista aposentado, de 67 anos, para percorrer o ‘Caminho da Fé’, durou 4 meses. Começou com pequenas caminhadas pela região e, aos poucos, foi aumentando a distância, indo até Limeira, Paulínia e Artur Nogueira. No total, José percorreu cerca de 320 km, saindo de Águas da Prata, no dia 8 de janeiro, às 6h25 da manhã, e terminando em Aparecida, no dia 18, apenas por devoção, para agradecer a Deus, e não para pedir.
Sobre o trajeto, que ele fez com um grupo de outros devotos que conheceu no caminho, o fiel revela a enorme dificuldade encontrada no caminho. “Serras intermináveis, descidas muito íngremes, como o Morro do Sabão, Serra do Lima, Serra da Luminosa e Serra das Pedrinhas, todas muito pesadas. Mas, por incrível que pareça, o trecho mais difícil foi no planalto. Quando já avistamos a Igreja Basílica de Aparecida, ainda faltavam 20 km. A gente anda e anda, e não chega! Esse pedaço foi difícil”.
José também fala sobre a sensação de terminar a caminhada. “Sensação de dever cumprido, foi muito bom! Ao adentrar no pátio da Basílica, senti muita emoção, chorei bastante, estava muito cansado!”, conta o devoto, emocionado. Ele cita as dores físicas, o cansaço extremo, dores nos pés, nos músculos, em tudo. Mas, exalta a importância da determinação e da fé em Deus e em Nossa Senhora Aparecida, que, em seu caso, tornou tudo possível.
Ele relata a necessidade de preparar algumas partes do corpo para a aventura e cita alguns detalhes para que a caminhada seja feita com o máximo de conforto possível. “Enfaixar os dedos dos pés, passar pomada anti-atrito e escolher uma meia bem confortável. Apenas o preparo físico não basta, o aventureiro diz ser necessário também o preparo psicológico e espiritual.
Além de estreitar sua amizade com Deus, José diz que fez muitas amizades que levará para sempre no caminho, principalmente, nas pousadas, onde, em uma delas, comemorou seu aniversário. Ele menciona a simplicidade e bondade das pessoas que conheceu na estrada e cita alguns nomes: Dani e Regiane, de Holambra (SP); Rafael, de Urupês (SP); Frederico, de Uchoa (SP); Cássio, de Serrana (SP); Eliane, de Três Lagoas (MG), entre outros.

Fotos: Arquivo pessoal