Os estudantes Heitor Calvi Nallin e José Miguel Morelli são adeptos da Meliponicultura
A meliponicultura se caracteriza pela criação de abelhas nativas sem ferrão, também conhecidas como ‘’abelhas indígenas’’, justamente pela origem da prática, que vem dos nativos da América Latina. A meliponicultura pode render produtos, como mel e própolis. Porém, a intenção de Heitor Calvi Nallin (22), estudante de veterinária, e José Miguel Morelli (18), estudante de educação física, é apenas a preservação ambiental, devido a importância das abelhas na polinização de diversas plantas, sendo a maioria delas vitais para o consumo humano.
Com os processos de desmatamento e urbanização, as abelhas sem ferrão, como a Jataí, principal espécie criada por Heitor e José Miguel, perderam seu habitat natural, porque diferentemente das espécies predominantes, como a Abelha Europa e a Abelha Africana, trazidas para o Brasil por interesse econômico, pela alta produção de mel, causando um desequilíbrio ecológico, elas necessitam de ocos em árvores para fazerem suas colmeias, ao invés de simples enxames como as mais comuns. E com o desmatamento, há a ausência dessas árvores.
Heitor cursa o último ano de veterinária e é muito interessado por pautas ambientais, então, ele convidou José Miguel para fazerem o projeto, que se trata da confecção de colmeias artificiais com materiais recicláveis, como garrafas pet, jornais e canos de PVC usados, a fim de simular o oco de uma árvore, para que as poucas abelhas sem ferrão da região os encontrem e se interessem pelo ambiente, tornando-o apto para a reprodução da espécie. Reprodução que é realizada sem nenhum tipo de controle feito por humanos, a fim de que aconteça a polinização da região, que tem alcance de até 1 km2 de área em relação à colmeia.
Hoje, os criadores possuem 7 colmeias artificiais, totalizando cerca de 7 km2 de área de polinização. E depois de uma média de 45 a 60 dias do momento em que as abelhas se instalaram na colmeia artificial, elas são transferidas para caixas com divisórias, feitas de madeira, para que ocorra um controle de estudo destas espécies.
De acordo com Heitor, “a meliponicultura está em alta, porque além do princípio de conservação ambiental, ela também serve de decoração, já que não apresenta perigo algum para o ser humano. Existem pessoas que vivem exclusivamente da atividade, porque o poder da polinização é muito grande, além do retorno econômico muito positivo e da conservação ambiental”.