O ato da adoção vai muito além do ato jurídico, no qual um indivíduo é permanentemente assumido como filho por uma pessoa ou por um casal que não são os pais biológicos da criança. Adoção representa amor, emoção e, principalmente, o sentido família como um todo. Em Cosmópolis, um caso próximo e bem recente de adoção reafirma esses valores da adoção. Juliana Rampazzo de Brito, aos 36 anos, comenta a vitória recente no Direito Civil com o pequeno Vitor Rampazzo de Brito, de apenas 05 meses. Conheça a emocionante história da pedagoga e comerciante:
O início do desejo
pela adoção
“Sempre admirei pessoas que têm filhos adotivos e ser mãe sempre foi um desejo muito grande na minha vida. Comentava que queria ter um filho biológico e um adotivo, pois, me espelhei também na minha mãe, que adotou uma filha. Apesar de ser da família, não é uma filha biológica e sempre teve todo o amor que eu e meus irmãos de sangue tivemos. Mas, na minha vida, o passo inicial foi quando perdi a minha primeira filha, a Lorena, com seis meses de vida. Mesmo sabendo que poderia ter filhos novamente, entrei na fila da adoção”.
O primeiro passo
pela adoção
“Nosso primeiro passo foi procurar o Fórum para nos informar sobre os procedimentos a serem tomados e, depois, veio toda a burocracia…”
A burocracia e
o passo a passo
“Foi um pouco burocrático sim. Não me recordo em detalhes tudo o que nos foi pedido, mas, basicamente, o casal passa por uma entrevista, onde temos que relatar tudo, desde a vida pessoal, profissional, relatar o por quê do desejo da adoção, o biotipo da criança que queremos adotar, entre outros questionamentos que compreendem o âmbito familiar. Depois, faz- se um curso, passa-se com uma psicóloga na Vara da Infância – no nosso caso, da cidade de Campinas -, e aí sim, ela decide se você está apto para adotar”.
O desafio é a longa espera
“O mais difícil, com certeza, é o tempo de espera. No meu caso, esperei por 8 anos”.
A redenção da chegada
“Meu filho se chama Vitor Rampazzo de Brito. Ele tem 5 meses e veio para mim com apenas 2 meses de nascimento. A maternidade para mim sempre foi a melhor coisa na minha vida. Apesar de ter dois empregos, sempre procuro participar da vida dos meus filhos, ajudando com tarefa de casa, brincando e levando-os para passear. Minhas duas filhas foram planejadas e desejadas muito e não foi diferente com o Vitor. Eu sempre falo que não o esperei por 9 meses na minha barriga, mas, por 8 anos no meu coração, e o amor que senti pela Lorena, foi o mesmo que senti quando tive a Nicoly e o mesmo quando o Vitor chegou. É um amor incondicional e que cresce a cada dia mais. Sou muito grata a Deus por ter me dado os três, pois, apesar de não ter a Lorena mais comigo, sei que tenho um anjo na minha vida; a Nicoly é a minha paixão, a minha companheira; e agora o Vitor é meu grande amor, o meu super herói. Falo que sou uma mulher muito privilegiada, pois, sou mãe de anjo, mãe biológica e mãe do coração”.
Relembre a história de Juliana que foi contada na edição do dia 02 de novembro de 2016 na Gazeta de Cosmópolis:
Juliana foi mãe aos 27 anos de idade, mas, no dia 16 de março de 2010, sofreu com a perda de sua filha Lorena Rampazzo de Brito, em decorrência de problemas de saúde com a pequena.
O que a motivou a
continuar vivendo?
“O momento da segunda gravidez foi meu momento de superação. Apesar do imprevisto com uma diabetes gestacional e muita preocupação, ela desenvolveu super normal. Porém, também nasceu de 37 semanas, pois, a minha pressão subiu muito. Graças a Deus, ela veio bem e normal e é nosso motivo de felicidade”.
A ideia da adoção na época:
“Apesar do medo, queria muito ter mais filhos, porém, meu marido também teve receio e me disse que já temos a Nicoly e ainda esperamos o filho de uma adoção, desde que perdemos a Lorena; decidimos assim”.
Exatamente dois anos depois, Juliana Rampazzo de Brito, junto do esposo, alcançaram o objetivo e apresentam o pequeno Vitor, que agora completa a família.
Como adotar?
• O interessado deve ir à Vara da Infância e da Juventude mais próxima e pedir a lista de documentos obrigatórios.
• Depois, deve fazer o curso de preparação psicossocial e as entrevistas com a equipe técnica (assistente social e psicólogo).
• O próximo passo é definir o perfil desejado (sexo, faixa etária e estado de saúde, entre outros itens).
• Após receber a habilitação, o pretendente entra na fila do Cadastro Nacional de Adoção.
• A Vara entra em contato quando encontra uma criança ou adolescente com o perfil solicitado.
•A nova família é acompanhada pelo Fórum durante um período chamado de Estágio de Convivência, que varia a cada caso.