Devemos ter em mente que intestino saudável é aquele que está íntegro para absorver vitaminas e minerais, e eliminar as toxinas e os resíduos que o organismo não precisa mais. Nosso organismo é formado por células que, por sua vez, são compostas de nutrientes. Tudo que comemos é absorvido no intestino, todas as vitaminas e minerais; portanto, se o intestino não está saudável, não absorvemos os nutrientes de forma adequada, prejudicando, assim, o sistema imunológico, as funções hormonais e o sistema nervoso. Portanto, um intestino ruim pode agravar ou até ocasionar problemas físicos e emocionais, como as doenças neurológicas.
A má absorção intestinal pode diminuir a produção dos neurotransmissores, como serotonina, por exemplo, já que a produção dos mesmos depende de diversos nutrientes vindos da alimentação.
Os laxantes são substâncias que têm por finalidade aumentar o número de evacuações. São indicados quando a terapia nutricional oral não é eficiente, como nos casos de constipação crônica e no uso em longo prazo de medicamentos como narcóticos e analgésicos. O uso de laxantes está indicado ainda para prevenir o sangramento nas hemorróidas e para evitar o esforço evacuatório nos casos de infarto do miocárdio.
O uso de laxantes de maneira indiscriminada é um perigo para a saúde, pois causa lesões na parede intestinal e leva à má absorção de nutrientes. “A consequência mais grave é a perda da função intestinal, o intestino para de funcionar e a pessoa começa a ficar viciada no uso desse medicamento, sendo necessário, cada vez mais, aumentar a dose para fazer efeito. Chega um momento que o medicamento não terá mais efeito algum”, alerta a nutricionista Daniela Belinatti Menardo de Oliveira.
A nutricionista conta que ouve muitos comentários no consultório como “eu uso um laxante natural, não faz mal”, mas ela alerta que até mesmo os laxantes naturais fazem mal.
Tenho “prisão de ventre”.
O que devo fazer?
Daniela diz que podem ser usados alguns fitoterápicos para alívio, mas isso não resolve. É necessário aumentar o consumo de fibras, beber 2 litros de água por dia, comer muitas frutas, sementes, lactobacilos para recolonizarem a flora intestinal, couve, mamão, abacaxi, ameixa e castanhas.
“Porém, nem sempre somente melhorar a alimentação fará seu intestino funcionar melhor. Na maioria das vezes, temos que associá-la ao uso de prebióticos e probióticos para melhorar a flora intestinal”, explica.
Prebióticos e probióticos são alimentos funcionais que promovem a função benéfica no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano.
Os probióticos promovem a defesa do nosso organismo e absorção de nutrientes, melhoram o controle do colesterol e auxiliam na redução do risco de câncer. Já os probióticos são alimentos digeríveis que estimulam o crescimento de colônias de bactérias benéficas, os lactobacilos. Assim, os lactobacilos conseguem se manter vivos e cumprir sua função na flora intestinal. Os prebióticos contribuem para normalizar a motilidade intestinal, consistência das fezes, prevenindo, assim, a diarreia e a constipação intestinal, propiciando uma microflora saudável, eliminando, assim, excesso de glicose e colesterol, além do triglicérides.
Alguns alimentos colaboram para a saúde intestinal, como: água, fibras alimentares encontradas nas frutas com casca e legumes, assim como no farelo de trigo, grãos integrais e verduras. Já as fibras solúveis, que são representadas pela pectina, gomas e mucilagens, como a fibra de maçã, também são de grande valia para o funcionamento intestinal. Todos eles melhoram o trânsito intestinal e contribuem para um intestino saudável.
Por outro lado, alguns alimentos, como caseína, proteína do leite, o glúten, proteína do trigo, cevada, malte, soja e centeio são altamente alergênicos e prejudicam a flora intestinal, porém, deve-se manter a atenção sobre isso, pois, estudos e práticas clínicas mostram que essa resposta é muito individual.
Daniela diz que um erro bem comum é o de avaliar o intestino simplesmente pelo fato de evacuar ou não. “O intestino deve ser avaliado pelo trânsito intestinal, se há ou não gases e estufamento abdominal, presença ou não de dores ou pontadas no trato gastrointestinal, presença ou não de odor fético proveniente dos gases, cor e tamanho das fezes, cabelos, pele e unhas saudáveis, sensação ou não de bem estar, enfim, são vários sintomas que podemos diagnosticar como está a saúde intestinal”.
“E por último e não menos importante o erro de não comer frutas e vegetais frescos, ou, como gosto de chamar, os alimentos de verdade! O uso de produtos industrializados em excesso, como produtos de caixinhas, saquinhos, em pó ou compactados e carnes processadas são ricos em substâncias tóxicas que prejudicam todo esse funcionamento do organismo, inclusive, o intestino”, conclui a nutricionista.