A doença Leishmaniose Canina é um doença parasitária, que pode chegar a matar o animal e colocar em risco as pessoas que convivem com ele.
A doença é causada por um parasita da espécie Leishmania Infantum ou Leishmania Chagasi encontrada no Brasil e nas Américas, transmitido pelo mosquito-palha contaminado e também através do carrapato. Segundo o veterinário Adriano Coghi Poletti, “aqui em Cosmópolis, não temos o mosquito, mas, existem estudos novos que afirmam que o carrapato também pode se contaminar e transmitir a doença”.
O animal que apresentar alguns sintomas, como perda de peso, aumento do volume abdominal, unhas grandes, queda de pelos, lesões no focinho e na boca, deve ser encaminhado para um veterinário.
A prevenção da doença é feita através da vacinação, coleiras repelentes e uma boa nutrição para que os animais mantenham uma imunidade adequada. De acordo com Adriano, a vacinação também serve como tratamento. “Agora se sabe, por estudos, que a vacinação já é utilizada como tratamento. Algum tempo atrás, era usada apenas como proteção. Ela ajuda no tratamento, sim”.
Para esclarecer algumas dúvidas sobre a vacinação, acompanhe a entrevista com o veterinário Adriano Coghi Poletti.
Gazeta de Cosmópolis: O que pode ser feito para proteger o cão da leishmaniose?
Adriano Poletti: A primeira coisa a ser feita é a vacinação, pois, ela protege o animal cerca de 96%, ou seja, ela tem muita eficiência. Os outros 4% são as coleiras repelentes e o repelente que colocamos no animal para ajudar a protegê-lo. Já existem estudos comprovados que garantem a eficiência da vacina, por isso, sempre recomendo que as pessoas vacinem os seus animais.
Gazeta: Os animais podem estar com leishmaniose sem apresentar sintomas?
Adriano: Os animais podem, sim, estar infectados e não apresentarem nenhum sintoma da doença. Já existem estudos que mostram que, em alguns estados do Brasil, cerca de 60% da população canina já têm a doença, mas, não manifestam sintomas. A leishmaniose é totalmente relacionada à imunidade. Então, se o animal tem uma imunidade boa, por sempre ter vacinação em dia, vitaminas, ração de qualidade, ele pode até ter a doença, mas, não vai manifestar.
Gazeta: Qualquer animal pode receber a vacina?
Adriano: Qualquer cachorro pode receber a vacina, inclusive, idosos e filhotes a partir de quatro meses de vida. O animal que der positivo também pode ser vacinado, pois, pode ser um falso positivo e, por isso, devem ser feitos outros testes específicos. Inclusive, essa vacina já é tratamento, então, o animal que tem a doença pode ser vacinado.
Gazeta: O cão vacinado pode pegar leishmaniose?
Adriano: O animal vacinado não pega leishmaniose, pois, ele vai estar protegido e imunologicamente forte contra a doença.
Gazeta: Com a vacinação, o cão diminui o risco de transmissão de leishmaniose para pessoa ou animais?
Adriano: Com certeza, o animal vacinado vai estar com proteção garantida contra os outros animais. Caso ele já esteja com a doença, a vacina servirá como tratamento. Vacinado, tomando medicamentos e usando coleiras repelentes, ele não transmite, mas, ele sempre será um paciente, pois, a leishmaniose não tem cura.
Gazeta: O que deve ser feito se um cão vacinado vier apresentar sorologia positiva?
Adriano: Sorologia positiva não quer dizer que necessariamente ele tenha a doença, o resultado pode ser falso positivo ou falso negativo, por isso, os exames. Além do teste rápido, é preciso fazer testes mais precisos para confirmar.
Gazeta: O que deve ser feito com o cão que é positivo?
Adriano: Primeiramente, devem ser feitos exames mais específicos para confirmação, pois o teste rápido é muito sensível, porém, não tão específico. Por apresentar suspeita, o animal deve ser tratado com repelentes químicos e a própria vacina que já é considerada um tratamento.
Gazeta: É mais recomendado fazer eutanásia ou tratamentos?
Adriano: O tratamento com acompanhamento é eficiente; a eutanásia é sempre em último caso.
Um alerta que Adriano faz é que a população deve se conscientizar a fazer a vacinação para evitar que o animal contraia a doença. “A vacinação tem 96% de eficiência, por isso, eu recomendo e alerto que as pessoas devem fazer a vacinação”, finaliza Adriano.