O leite materno é considerado o melhor alimento para os bebês porque favorece uma série de benefícios essenciais para a vida do recém-nascido, como o fortalecimento da imunidade. O ato de sucção da amamentação ajuda a evitar problemas fonoaudiológicos de audição e fala.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 41% das mães amamentam exclusivamente até os seis meses de idade, sendo o dobro da taxa registrada nos Estados Unidos, Reino Unido e China. O mês de agosto também é conhecido como Agosto Dourado, pois, simboliza a luta pelo incentivo à amamentação.
Segundo a fonoaudióloga Thamara Rahmé, na questão auditiva, o posicionamento no momento da amamentação do bebê ajuda a evitar as infecções. “Os bebês têm a tuba auditiva reta e, quando são alimentados por mamadeiras, eles ficam em posições horizontais, ou seja, uma posição inadequada e, por isso, o leite tem mais facilidade de chegar à tuba e causa problemas”.
Segundo Thamara, as crianças que mamam exclusivamente durante seis meses no peito da mãe podem ter infecções de ouvido, mas, a maioria, não é por conta da alimentação. “A amamentação diminui muito o risco de infecção auditiva, que pode causar problemas sérios ou não”.
Em relação à fala, a amamentação é importante por conta do favorecimento da tonicidade da musculatura que será usada para falar. “Ao sugar o leite materno, irá favorecer a musculatura, que será usada adequadamente; assim, a língua, a arcada dentária e a mandíbula serão posicionadas corretamente”.
Caso a criança utilize a mamadeira, os músculos não serão estimulados da melhor forma possível ou com menos eficiência. “Existem mamadeiras que são muito parecidas com os seios maternos, mas, são parecidas, nada substitui os maternos”.
De acordo com a fonoaudióloga, por alguns motivos, muitas mulheres não conseguem amamentar seus filhos e, por isso, recorrem às mamadeiras. “Fonoaudiológicamente falando, eu aconselho que, ao invés da mamadeira, seria melhor um copo ou uma colher, para as crianças sugarem o leite e fortalecer os músculos corretos”.
Técnicas
Thamara explica que algumas técnicas podem ser usadas para as crianças que tenham dificuldades da coordenação e sucção, como, por exemplo, a técnica chamada de sucção não-nutritiva. “Muitas crianças, por não terem coordenação para sugar o seio materno, acabam necessitando da técnica não-nutritiva, na qual a mãe vai estimular o bebê a sugar e estimular a força da sucção, sempre vendo a língua, a bochecha, a força e a sucção, para que, quando essa criança for para o peito, consiga sugar”.
A técnica deve ser feita por um fonoaudiólogo especializado, para que possa avaliar se existe algum problema na coordenação.
Cuidados
De acordo com Thamara, alguns cuidados, como observar a forma com que a criança suga o leite, são muito importantes. “Caso a criança esteja apenas ‘chupetando’, ou seja, apenas encostada com o seio da mãe, é necessário retirá-lo e posicioná-lo novamente”.
Outro cuidado necessário é a higiene, que deve ser feita antes e depois da amamentação. Thamara também explica que a troca de peito, ao amamentar, é importante para estimular o leite. “Muitas mulheres, que produzem pouco leite, dizem que o leite é fraco, mas, estão enganadas, a quantidade de leite é estimulada através da pega do bebê que, às vezes, é incorreta, devem sempre pegar na aréola”.
Thamara reforça que cada criança tem seu ritmo e os pais não devem estipular quando irão ocorrer as primeiras falas e passos. Cabe aos pais e aos profissionais estimularem as crianças. “A mãe precisa sempre estar informada sobre o que é a amamentação e os benefícios; também deve saber sobre os cuidados necessários para que o bebê seja saudável”.