Peça tinha o efeito ‘mágico’ de transformar o interior de um pequeno objeto em uma foto grande e nítida ao olhar dentro dele
Você já teve a oportunidade de olhar dentro de um monóculo? Já viu em algum lugar?
Como era bom quando minha avó vinha com sua caixinha cheia de monóculos para eu ver. Eram de corpo colorido, e a parte interna com fotos de pessoas especiais, cheias de histórias e sentimentos, guardadas naqueles objetos que ela tanto preservava.
Para quem não conhece, o monóculo tinha o efeito ‘mágico’ de transformar o interior de um pequeno objeto em uma foto grande e nítida ao olhar dentro dele. É uma peça feita de poliestireno, uma espécie de plástico, em formato cônico e variadas cores, sempre com o fundo branco. Em uma extremidade tem uma foto e na outra uma lente de aumento para a visualização. Para visualizar a foto era necessário colocar o monóculo contra a luz. Era um objeto prático para proteger uma foto.
Juliana Schionato,
Comerciante
Foi muito utilizado até a década de 1980, perdendo sua popularidade a partir da década seguinte.
Era muito comum em cidades turísticas. Os monóculos eram feitos com fotos dos principais pontos turísticos da cidade e vendidos no comércio local como uma lembrança daquela cidade.
Muitos fotógrafos trabalhavam nas ruas, passando de casa em casa, com um jumento pintado de zebra, oferecendo o serviço fotográfico para os moradores que tinham crianças. As fotos eram tiradas com as crianças montadas na “falsa zebra” e entregues alguns dias depois em monóculo.
Extinto nos dias de hoje, o monóculo é apenas uma peça de recordação ou entregue como “lembrancinha retrô” em festas de casamento, aniversário ou eventos. Seu formato continua o mesmo, porém, com a chegada da fotografia digital, o corpo passou a ser branco e o fundo colorido, para que seja visualizada a foto com perfeição.
Nos dias atuais, com as inúmeras opções e facilidades que a fotografia digital trouxe, fica difícil um monóculo chamar atenção da geração mais nova. Muitos nunca viram nem ouviram falar. Hoje é apenas um objeto retrô esquecido no tempo.
