Lições do deserto: obedeça a Deus sem questionar

“Tornarei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e lhes darei todas estas terras...” Gênesis 26:4-6

“Tornarei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e lhes darei todas estas terras; e por meio da sua descendência todos os povos da terra serão abençoados, porque Abraão Me obedeceu e guardou Meus preceitos, Meus mandamentos, Meus decretos e Minhas leis”. Assim Isaque ficou em Gerar. Gênesis 26:4-6
É no deserto do sofrimento que aprendemos as mais importantes lições da vida. O deserto não é lugar para atores porque no deserto as máscaras caem e os hipócritas são revelados. A crise é a peneira que separa o joio do trigo, é o cadinho que separa o ouro da escória. Só na tempestade ficamos sabendo sobre qual fundamento está edificada a casa, se foi construída sobre a rocha ou sobre a areia. Deus levou Seu povo, Israel, para o deserto para saber o que se passava no seu coração (Deut 8.2).
O deserto é como um raio X que identifica os desígnios do coração, as verdadeiras motivações da alma. Obedecer quando tudo está bem não é difícil. Crer em Deus em tempos de prosperidade é fácil. Somos desafiados a obedecer em tempos de crise e a crer quando o cenário à nossa volta é crítico como de um deserto. Nossa fidelidade a Deus deve ser dissociada das circunstâncias.
Isaque é convocado a obedecer a Deus no auge de uma crise. O Senhor tem duas ordens para ele. Primeira: “Não desça ao Egito” (Gn 26.2). Não fuja do problema. Não opte pelas soluções fáceis. Não abandone as armas. Não corra do perigo. Não negocie seus valores. Não desista de seus sonhos.
A segunda ordem foi positiva: “Procure estabelecer-se na terra que Eu lhe indicar” (Gn 26.2). Floresça onde você está plantado. A solução não está em mudar de lugar, mas em mudar de atitude. Enfrente o seu gigante. Prospere no seu deserto. Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Ele obedece prontamente (Gn 26.6). Deus o manda ficar, ele fica. Deus dá uma ordem, ele obedece. A obediência imediata abriu-lhe portas de esperança e prosperidade. Ali ele viu milagres extraordinários acontecendo.
Nossa vitória é resultado da nossa confiança em Deus. É Deus quem transforma desertos em pomares e fracassos em vitórias. Muitos transformam os desertos da vida em campos de murmuração. Outros ficam cheios de amargura contra Deus. Não podemos ser como aqueles que se entregam à fraqueza ou autopiedade. Só veem os gigantes, mas não a Onipotente mão de Deus. Mais do que nunca precisamos olhar para o alto, não desanimar ao sinal da primeira dificuldade, não entregar os pontos, fugindo do combate. Os visionários caminham quando todos estão parados. O mundo está carente de homens e mulheres que ousam crer em Deus em tempos de crise.
Isaque aprendeu a obedecer e a confiar em Deus com o seu pai Abraão. Deus apareceu a Abraão e lhe disse: “Sai da tua terra e do meio da tua parentela”, e ele saiu. Mais tarde, Deus lhe disse: “Abraão, vai ao Monte Moriá”. E ele foi. E ainda: “Abraão, ofereça o seu filho, o filho da promessa em sacrifício”. E ele ofereceu. Finalmente, Deus disse: “Abraão, não estendas a tua mão sobre o menino”. E Abraão prontamente obedeceu. O ponto culminante na vida de Abraão foi sua disposição em obedecer diligentemente às ordens de Deus ao ponto de colocar no altar o seu amado filho Isaque.
Pela obediência, Abraão ficou conhecido como o pai da fé. Pela obediência, ele se tornou uma bênção para todas as famílias da terra. Obedecer, para Isaque, significou ficar em Gerar, lugar de crise. Obedecer, para Abraão, significou abrir mão do seu próprio filho. Obedecer, para José, significou estar disposto a ir para a prisão. Obedecer, para Moisés, significou abdicar dos tesouros do Egito. Obedecer, para Daniel, significou descer à cova dos leões. Obedecer, para Paulo, significou ir para a guilhotina. Obedecer a Deus não nos isenta de sofrimentos, entretanto, o caminho estreito da obediência, muitas vezes espinhoso conduz ao triunfo e à glória.

Edwil V. Borçatto – Pr. Local Igreja Cristã da Trindade – Inspirado no Livro Prosperando no deserto –  Hernandes Dias Lopes