Lições do deserto: para encontrar novas fontes é preciso remover entulhos

“Isaque colheu a cento por um no deserto em tempo de seca. Porque o Senhor o abençoou” Gn 26:12

Isaque tinha muitas razões para não ficar em Gerar. O ambiente era péssimo e o desânimo tomava conta de todos. Aqui não chove. A terra está seca. Aqui não tem água. Outros já tentaram e fracassaram. Conhece alguém assim? Os pessimistas só enxergam dificuldades. Olham para as circunstâncias sob a perspectiva do caos. Isaque não deu ouvidos à maioria, não ficou lamentando por causa da crise, nem buscando razões para justificar o fracasso.
Desde que o mundo é mundo, ouve-se falar em crise. Por isso, o medroso não investe, o preguiçoso não trabalha e o incrédulo não desfruta da bênção de Deus. Não adianta culpar o governo, o sistema ou as leis. O melhor a fazer é parar de reclamar e semear. Semeie na sua terra. Semeie no seu casamento. Semeie na vida dos seus filhos. Semeie no seu trabalho. Semeie na sua empresa. Semeie no seu ministério, na sua igreja. Não importa se o cenário é de um deserto. Lance as redes em nome de Jesus.
Ande pela fé. Faça tudo o que depende de você e confie que Deus fará o que compete a Ele. Não olhe para aquilo que o deserto é, mas para aquilo em que ele pode se transformar. A história mostra muitos exemplos de homens que enfrentaram a crise e venceram em tempos de adversidade. Para sobreviver aos desafios do deserto, precisamos ser resilientes. Isaque enfrentou a inveja dos filisteus, rejeição de Abimeleque, contenda com os pastores do local, boicotaram o seu trabalho, entupiram seus poços, expulsaram-no da terra.
De Gerar foi para os vales, dos vales para Reobote, depois para Berseba. Sempre cavando poços. Ele se especializou no que fazia. Buscava um milagre, mas era incansável no trabalho. Muitas pessoas querem sucesso sem esforço. Querem prosperidade sem trabalho. Isaque quer ser próspero, mas não fica deitado de papo para o ar. Vai à luta, se esforça, faz a sua parte. Ele é bom no que faz.
A porta das oportunidades abre-se para aqueles que são determinados. O milagre de Deus não anula o esforço humano. Isaque colheu a cento por um no deserto em tempo de seca. Porque o Senhor o abençoou. (Gn 26.12). O homem enriqueceu, e a sua riqueza continuou a aumentar, até que ficou riquíssimo” (Gn 26.13). Tornou-se próspero empresário rural (Gn 26.14).
A obediência e a confiança em Deus abriram portas para Isaque, não será diferente pra você! Ele ousou crer em Deus em um tempo de crise, ouse você também! Se eu desistir já sei o que vai acontecer, então vou descobrir o que será se eu seguir em frente. A semeadura é tarefa do homem. Plantar a semente é um ato de fé. Também é uma missão árdua, muitas vezes feita com lágrimas. Mas seria loucura deixar de semear por causa do risco do fracasso. A colheita farta é bênção de Deus. O homem planta e rega, mas só Deus pode dar o crescimento. O homem trabalha, mas só Deus pode fazê-lo prosperar. O homem investe, mas só Deus pode recompensar o seu trabalho.
Deus não abençoa a preguiça. A receita para prosperidade é o trabalho árduo, sério e honesto. Sem fé não vemos o milagre. Isaque tinha um problema vital no Vale de Gerar. Não havia água. Sem água, não há vida. Você pode ter o melhor solo, a melhor semente, mas sem água a semente morrerá mirrada. Sem água, a morte governa. A água é um símbolo do Espírito Santo. Sem as torrentes do Espírito, sua vida torna-se árida como o deserto. Sem o orvalho do céu, nossa vida murcha e seca.
O mundo tem jogado muito entulho nas fontes que abastecem nossa vida. Precisamos cavar esses poços outra vez, lá existe água boa. Lá existem mananciais. Precisamos voltar ao primeiro amor, reunir a família em torno da Palavra, voltar a orar juntos, a fazer o culto doméstico. Precisamos voltar a orar por avivamento, reaprender a jejuar. Precisamos de quebrantamento, romper com o pecado, o orgulho, a rebeldia e buscar uma vida de santidade. As águas brotarão dos poços que forem limpos.

Edwil V. Borçatto – Pr Local Igreja Cristã da Trindade – Inspirado no Livro Prosperando no deserto – Hernandes Dias Lopes