Mas o anjo lhes disse: “Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor. Lucas 2:10,11
Guardo na memória boas lembranças da época natalina nos meus tempos de criança! Minha mente infantil associava às férias da escola, à visita de parentes, às roupas e sapatos novos, aos brinquedos, e claro, à comida farta do Natal. Para mim, tudo aquilo era muito bom e era chamado de Natal. Obviamente, não era o que o Natal realmente significa, mas, na minha cabeça, por não saber discernir o real significado do Natal, quando via os enfeites nas lojas, quando as aulas acabavam, minha mãe nos levava para experimentar as roupas, ah! que alegria chegou o Natal!
Esse equívoco ocorre ainda hoje, confundindo não apenas as mentes de crianças, mas também de adultos sobre o real sentido do Natal. Árvores, renas, embrulhos coloridos, luzes e brilho, presentes a comprar, viagens e, principalmente, uma história secular cunharam na mente das pessoas um outro sentido para o Natal. Infelizmente, esse Natal de festas, compras, encontros e gastronomia conseguiram ofuscar a mente distraída de uma sociedade consumista, levando-os a esquecer o que de fato aconteceu no Natal.
Natal é sinônimo de amor, incomparável demonstração de amor. É Deus Se tornando homem, o Rei Se tornando servo, o Eterno entrando no nosso tempo, é o Santo Se fazendo pecado por nós. “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. Talvez esse momento conturbado provocado pela pandemia possa nos oferecer algo bom! Com limitações para viagens, festas e aglomerações certamente encontraremos mais tempo para refletir de forma apropriada o verdadeiro sentido do Natal. Quem sabe você nunca parou para considerar atentamente o papel de cada ator no palco da maior demonstração de amor do universo. Então, reserve alguns minutos e veja comigo os registros bíblicos dessa fascinante história:
Anjos – Os anjos cooperaram. Gabriel foi a Nazaré da Galileia avisar Maria que ela fora escolhida para ser a mãe do Salvador. Lucas 1:26-35. Também foi portador da mensagem a José que não se preocupasse e que deveria dar a criança o nome de Jesus. Mateus 1:19 a 22. Um anjo também visitou durante a noite os pastores no campo para avisar-lhes que Cristo havia nascido em Belém. Lucas 2:8 a 14. No mesmo momento, um coral de anjos anuncia aos mesmos pastores a chegada do Messias ao mundo. Lucas 2:13 a 15.
Maria – Submissão é a palavra que encontro para descrever sua participação. Humildade, obediência, gratidão e coragem marcaram a história dessa verdadeira serva do Senhor. Lucas 1:26-35.
José – A bíblia não registra nenhuma fala atribuída ao carpinteiro de Nazaré, contudo, sua atitude foi suficiente para o reconhecermos como um homem humilde e justo. Tão submisso quanto Maria recebe a mensagem (sonho) e obedece. Fez tudo que o anjo lhe havia ordenado. Mateus 1:18 a 25.
Pastores – Pastores em Israel não gozavam de boa reputação, no entanto, Deus quis que eles fossem os primeiros a receber a extraordinária notícia. Eles sabiam da promessa e ao serem informados obedeceram a orientação e partiram para Belém. Lucas 2:8 a 12.
Magos do Oriente – Representavam os povos de todo o mundo! Identificados como sábios, conheciam as profecias e seguiram a estrela que os levou até Belém para adorar o Menino Jesus. Os presentes que eles trouxeram a Jesus demonstram que O reconheceram como Rei do universo ao oferecerem ouro símbolo de poder; Sacerdote eterno ao entregarem incenso símbolo de espiritualidade; e Profeta entregando mirra símbolo de imortalidade. Mateus 2:9 a 12. (Nota: a bíblia não diz que eram três magos, mas uns magos)
Herodes – Esse representava o poder e o orgulho dos corações impenitentes. Ao ser informado do nascimento do Rei dos reis, tomado de inveja, ardilosamente intentou matar Jesus. Mateus 2: 1 a 16.
Hospedaria – Naqueles dias, Belém estava agitada. Gente de todas as partes do império estava na cidade para alistar-se. Os aposentos estavam totalmente ocupados de forma que mesmo sua mulher estando prestes a dar à luz José não encontrou um lugar confortável para acomodá-la a fim de aguardar o nascimento da criança. Já no provável silêncio do estábulo, um cocho serviu de berço para acolher e repousar o Filho de Deus recém-chegado ao mundo. Lucas 2:6 a 7.
No palco da história do nascimento de Jesus, encontramos vários personagens, mas apenas duas atitudes: Os que aceitaram a mensagem e honraram o Filho de Deus com o um presente do Pai e os que rejeitaram a mensagem e consequentemente rejeitaram o Messias. Os anjos anunciaram, José e Maria obedeceram, os pastores seguiram, o estábulo acolheu, os magos adoraram, já a hospedaria infelizmente se encontrava ocupada e o coração de Herodes desconfiado e cheio de ódio!
Convido você a refletir com quem seu coração se identifica nessa história. Natal é identificar-se com a humildade, o amor e o desprendimento. Natal é tempo de amar, perdoar e se doar. Quem busca Cristo O encontra e esse encontro redunda em gratidão e glorificação. Meu desejo sincero é que Cristo encontre um lugar especial em seu coração. Feliz Natal a você e sua família e um ano novo repleto de esperança e realizações com Jesus!
Edwil Vagner Borçatto – Pr. Local da Igreja Cristã da Trindade