Limpeza anual promove dentes mais saudáveis na velhice

Quando se atinge a terceira idade, diversos fatores começam a acometer a saúde: doenças crônicas, complicações nos órgãos, dores nas articulações e nas costas, fadiga, problemas de memória, catarata… entre diversas outras questões. Entretanto, um problema que ganha destaque na terceira idade é o bucal, em que é notado que a grande maioria dos idosos brasileiros apresenta ausência de dentes e precisa recorrer às dentaduras e próteses fixas.

De acordo com Dr. Alexandre Rezende, dentista há doze anos, um dos fatores que faz com que os idosos de hoje tenham problemas bucais é que, antigamente, os tratamentos odontológicos eram bastante precários. “Na época em que esses idosos eram adolescentes e adultos, a odontologia era bem mais precária. Pode-se dizer que, de 15 anos para cá, a área odontológica evoluiu muito e as pessoas começaram a dar um pouco mais de importância à saúde bucal, apesar de o Brasil ainda levar o título de ‘desdentados’. Os idosos ainda são uma herança dessa época”, relata.

Entretanto, ainda existem pessoas que pensam assim: quando existe um problema no dente, elas não pensam em tratar, cuidar e fazer algum procedimento a fim de manter esse dente; pensam logo em extrair. “Alguns têm essa visão porque acham que, junto com a velhice, vem a extração de dentes. Os jovens têm mais esclarecimento a respeito, e como a odontologia evoluiu, no próprio mercado existe uma maior divulgação sobre os tratamentos e prevenções. A escola de odontologia antiga preconizava questões que hoje já foram atualizadas através de estudos. Por essa razão, os idosos de hoje ainda têm tantos problemas dentários, precisam realizar tantos tratamentos e guardam traumas passados”, esclarece o profissional.

Contudo, o especialista explica que, além dos fatores de bons hábitos alimentares e de higiene, existem fatores que vêm com a idade, o que varia muito de pessoa para pessoa. “Dependendo das características hereditárias e de algumas doenças, como a diabetes, o paciente pode ter mais propensão a ter problemas nos dentes. O diabético, por exemplo, tem um problema de cicatrização reduzido e, então, tem maior propensão a doenças periodontais, ou seja, inflamações nos tecidos de sustentação do dente. Infelizmente, muitos ainda não têm conhecimento a respeito disso”, informa.

Para manter os dentes sempre saudáveis e prevenir doenças, o paciente deve fazer limpeza dentária, no mínimo, uma vez por ano. “O diabético, por exemplo, por ter maior propensão a doenças, deve fazer essa limpeza, no mínimo, duas vezes por ano”, indica o Dentista. É claro que o período correto de limpeza para cada paciente será estipulado por um profissional especializado que conheça os dentes de cada um.

Quando não tem mais jeito e alguns dentes já caíram, é recomendado o uso de dentaduras e próteses fixas. “Geralmente, as pessoas que têm um poder aquisitivo melhor fazem transplantes, mas também usam próteses fixas. Independente de qual caso seja, ambas devem ser higienizadas, até mesmo para aumentar o tempo de vida útil. O material com que são feitas, com o passar do tempo, vai ficando poroso, então as bactérias também se alojam nele. As próprias formas de higienizar causam ranhuras na prótese; quando ela vai ficando mais escura, significa que é o local em que existem colônias de bactérias”, afirma o especialista.

Próteses parciais

Próteses parciais

O Dentista explica a higienização correta das dentaduras: “Por ela ser toda feita em acrílico, além das escovações diárias, uma vez por semana, eu recomendo que o paciente a coloque de molho num recipiente com água, misturada com uma colherinha de café com hipoclorito. Depois de duas horas, deve-se retirar a dentadura da mistura, higienizar novamente e voltar a usar. O hipoclorito mata as bactérias, além de aumentar a vida útil da dentadura”, aconselha.

Já as próteses fixas, por terem metal, o especialista não recomenda colocar no hipoclorito, porque pode haver uma oxidação. “A durabilidade da prótese varia dos hábitos, mas também de paciente para paciente; há pessoas que têm uma força mastigatória muito forte, então, o desgaste da prótese ocorrerá mais rapidamente”, adverte ele.

Além de todos os cuidados, é preciso realizar a troca no período correto, o que também varia de paciente para paciente. “O ideal é que ele faça suas consultas regulares, para verificar se a mordida está correta, se a altura da prótese está adequada etc. À medida que ela vai se desgastando, começa a gerar a sobremordida, o que causa outros problemas de articulação, irrigação da face e pode comprimir nervos. A prótese pode também perder sua retenção, ficando ‘solta’ na boca, o que passa a causar lesões nos tecidos, e até mesmo ser pré-cancerígeno”, observa Dr. Alexandre. Ele ainda acrescenta que, em média, a prótese fixa dura cinco anos.

A perda de dentes pode também fazer com que as próteses fixas sejam mais difíceis de moldar e de perder a retenção. “Isso ocorre porque os ossos da mandíbula e da maxila servem para fixação do dente; quando há perda de dentes no local, o organismo interpreta que não precisa mais ter aquela estrutura e começa a reabsorver. No caso de um paciente idoso, a prótese vai ficando mais difícil de moldar, porque ele vai perdendo osso naquela região”, alerta o profissional.

Portanto, quando o idoso começar a sentir dor nos dentes, ou reparar que tem alguma coisa errada, ele deve procurar um profissional. “Caso o idoso não tenha condições de procurar um dentista especializado para tratar de seus problemas bucais, ele deve procurar profissionais do sistema público de saúde. Através das consultas, o especialista poderá dizer quais são os problemas dentários que o paciente tem e quais são os procedimentos de tratamento que ele pode realizar”, finaliza Dr. Alexandre.

Dr. Alexandre Rezende Cirurgião Dentista CROSP: 111.068

Dr. Alexandre Rezende
Cirurgião Dentista
CROSP: 111.068