Mãe e filha compartilham o dia a dia profissional na mesma carreira

Dirce e Tifany são radiologistas e contam como começaram na profissão

A escolha de uma profissão geralmente é marcada por dúvidas e incertezas, mas elas se desfazem quando recebem o apoio da família e amigos. A ação ganha novo significado se seguir os caminhos daquela que sempre esteve ao seu lado: a mãe. Dirce Rita dos Santos, de 44 anos, é radiologista, e sua filha, Tifany Procópio, de 24 anos, decidiu seguir seus passos na escolha da mesma carreira.
Dirce começa contando que, no início, sentiu-se meio desanimada com o curso, não tinha certeza se era realmente isso que imaginava. “Na verdade, comecei o curso de Radiologia por incentivo da minha irmã. Costumo falar que hoje estou na profissão, claro por Deus, e por ajuda da minha irmã – era algo bem estranho pra mim. Fiz meu primeiro estágio aqui na Santa Casa de Misericórdia de Cosmópolis, onde trabalho, e, no meu segundo estágio, engravidei. Continuei a aula teórica e terminei meu curso. Logo em seguida, tive minha filha, mas, com 6 meses de vida, ela veio a falecer. Tempos depois, fui terminar meu estágio e, depois de dois meses de estágio, engravidei novamente. Quando minha filha tinha apenas dois meses de vida, minha irmã me disse que tinha surgido uma vaga na área e fui com a cara e a coragem! No dia 5 de maio, fez 10 anos que estou trabalhando na área da radiologia aqui na Santa Casa pela empresa Santos Camargo”, explica Dirce.
Trabalhar na saúde era um motivo de muito orgulho para a irmã de Dirce. “Na época que fomos trabalhar no hospital, eu e minha irmã compartilhávamos todo o apoio de uma para com a outra, era um orgulho trabalharmos na área da saúde. Ela contava pra todos! O apoio dela com a gente era muito grande. E minha filha sempre ia comigo na aula, pois o pai dela trabalhava. Ela ia comigo quando eu trabalhava no outro hospital também; ela ia em consulta e ficava observando meu trabalho. Acredito que isso marcou muito positivamente a vida dela”, conta.

Passos da mãe

Tifany fala que seguir os passos da mãe é uma honra. Desde pequena, assistia a mãe conquistar seu espaço no mercado de trabalho. “Desde pequena, eu frequentava as aulas com a minha mãe. Quando ela estava se formando na área, meu pai trabalhava à noite e as aulas dela eram à noite também. Então, eu precisava ir, porém, nessa época, nunca imaginava que iria seguir a mesma carreira que ela. Eu ainda era nova e nem sabia ao certo o que iria querer. Anos depois, quando eu estava com 20 anos, tomei a decisão de seguir a mesma carreira que ela. Eu a via indo trabalhar; muitas vezes, ia ao serviço dela passar em consulta e acabava ficando de olho no que ela estava fazendo… Assim, foi surgindo em mim o interesse pela área, inclusive, uma vez, quando entrei na sala onde eram revelados os exames – na época, os raio x ainda eram revelados em câmera escura – aquilo me fascinou”, relata a filha.

Preocupação de mãe

“Quando eu decidi que iria seguir a carreira, percebi uma preocupação na minha mãe, é uma área concorrida, pois são poucas vagas de emprego comparadas com outras profissões. Mesmo assim, ela me apoiou, me emprestou livros e cadernos dela de quando ela estudou e tirava minhas dúvidas quando eu precisava. No momento em que decidi compartilhar com a família que iria seguir a mesma carreira, muitos apoiaram, afinal poderia ser uma forma de ela sempre estar perto e sempre me apoiar, já que além da vida pessoal ainda dividiríamos o ambiente de trabalho. Então, não teve ninguém contra; e mesmo que tivesse, provavelmente eu não teria desistido pois me vi capaz e com o apoio dela; eu sabia que conseguiria”, diz Tifany.

Rotina enriquecedora

Dirce ainda explica que compartilhar o dia a dia profissional com a filha foi algo enriquecedor para o laço que elas já têm. “Uma observação muito importante é que, hoje, por eu e minha filha termos a mesma profissão, vejo que isso ajudou muito a nos aproximar ainda mais. Pra mim, é um orgulho ver um médico ‘rasgar’ elogios ao trabalho dela!”, finaliza.