Mãe e filho celebram o amor e a vida em festa com o tema ‘Arco-íris’

Evento foi pensado para comemorar os sessenta anos de Sueli e foi ganhando uma proporção bem maior

Uma comemoração mais do que especial entre mãe e filho. Foi assim que Laércio Luís Custódio Junior (Juh Brilliant, escritor), 34 anos, e Sueli Aparecida Quaiotti Custódio, de 59 anos, celebraram seus aniversários, reforçando a forte ligação entre os dois.
De início, Juh conta que a festa seria especialmente para sua mãe, visto que seria uma data marcante para ela: a chegada dos sessenta anos. Por ser tímida, Sueli preferiu compartilhar seu momento com o filho, tornando, assim, uma comemoração dupla. “Tive a ideia de celebrar os 60 anos de vida dela com uma festa grande e deixei que ela escolhesse o tema. Por ser um pouco tímida, e pela festa ser filmada e fotografada, ela decidiu que queria compartilhar a celebração comigo e fazer entre meu aniversário e o dela, com convidados, pessoas que amamos da nossa família de sangue, mas muitas pessoas da família que fizemos durante a vida, a família que escolhemos”, explica.
Para o tema, Juh e Sueli escolheram mostrar a força da relação deles de alguma forma. “O tema da decoração foi arco-íris e a festa foi basicamente definida por nós como: nossa família – uma celebração de toda forma de amor, do nosso amor de mãe e filho, mas também com o simbolismo de ser o ano que ela completa sessenta anos de vida”, complementa.
Juh fala que gostou muito de planejar a festa; foi a realização de um sonho poder aproveitar um dia tão especial ao lado da mãe. “Eu, Juh, sou bem perfeccionista e exagerado. Então, a festa foi tomando uma proporção maior conforme o tempo foi passando, desde a ideia para ela, em 2021. Os preparativos foram aumentando de intensidade, mais fornecedores chegaram e fizeram o evento ser um sonho realizado – e somos gratos a todos! A festa foi muito emocionante e divertida. Preparamos uma entrada falando sobre amor, respeito e arco-íris. A Priscilla Drag fez um show de stand up comedy hilário, que não deixou ninguém sem rir. Eu também fiz um discurso, entreguei flores e fizemos um brinde aos 60 anos de vida do grande amor da minha vida: minha alma gêmea, melhor amiga e, sorte maior não tive, minha mãe – tudo na mesma pessoa!”, relata.

Amor de mãe para filho

O escritor fala que sempre teve o apoio de sua mãe. Ao longo da vida, os laços foram se fortalecendo cada vez mais, tornando Juh o melhor amigo de sua mãe Sueli. “Minha mãe sempre foi muito acolhedora com pessoas LGBTQIAPN+. Então, nunca tive receio em me assumir para ela como gay, aos 17 anos, o que pode ser um ponto delicado em outras realidades. Ela disse que sempre soube e me acolheu de primeira, mas se preocupou com o que eu enfrentaria de preconceito no mundo. Disse que seu amor por mim era incondicional e sempre foi assim mesmo. Tanto o dela por mim, quanto o meu por ela.
Costumamos dizer que vivemos um pelo outro. Depois do falecimento da mãe dela, minha avó, e do meu pai, anos depois, nosso laço foi ficando cada vez mais forte.
Tangenciando a minha sexualidade, como eu disse, minha mãe sempre foi muito tranquila. Foi testemunha de uma das primeiras uniões homoafetivas de Cosmópolis, frequenta festas e eventos sociais envolvendo pessoas LGBTQIAPN+ até hoje. Sempre foi comum que amigos meus passassem algum tempo em nossa casa, ou uma data comemorativa, como o Natal, por exemplo, com seus namorados ou por se sentirem mais à vontade em se exercer conosco”, conta Laércio.
Inspiração
Com o compartilhamento da festa, Juh conta que recebeu meusagens positivas e inspiradoras, que o fizeram acreditar na empatia e amor das pessoas. “Foi um sonho sonhado e realizado. As fotos e filmagens oficiais estão saindo nas minhas redes sociais (Juh Brilliant), onde também agradeço e mostro o trabalho de cada um dos envolvidos em cada etapa desse sonho! Sentimos um senso de família, inclusive com as pessoas envolvidas no evento, que abraçaram as ideias como se fosse a festa da própria mãe. Algo bem legal que temos ouvido, depois da repercussão da festa, é que muitos filhos se sentiram inspirados em celebrar a vida de seus pais, avós ou familiares que os cuidam com eles vivos e podendo curtir juntos! Sentimos como se esse amor tivesse tocado pessoas de fora da nossa bolha e, que bom, pois o amor transforma vidas!”, conclui.