Mães também choram por medo, estresse, cansaço, ficam doentes…

Todos têm um limite, em que é necessário parar, descansar, recuperar suas forças para prosseguir

Se fosse solicitado a uma pessoa que pensasse em uma definição ou sinônimo sobre o que é ser mãe, a maioria das respostas ditas seriam que é aquela sempre disposta a cuidar e proteger os filhos, aquela que está presente nos momentos mais importantes sejam os melhores ou os mais difíceis, que é aquela que faria o possível ou o impossível para o bem de seus filhos.
Há imagens também no reino animal do instinto materno, em que as mães cuidam das suas crias colocando em risco até a própria vida. Defendem seus filhotes com unhas e dentes.
Claro que existem as mulheres que por conta de suas vivências, que não terão o desejo de tornarem-se mães, e que não há nada de errado nisso. Muitas vezes ainda sofrem a cobrança da sociedade que questionam, como uma mulher não tem esse “dom” da maternidade? Apenas é uma decisão e escolha de cada mulher.
Continuando a definição de ser mãe, essa essencialmente é aquela que sabe amar, dar afeto e estimar incondicionalmente. Apesar de incondicional ser uma forma de amar sem condições ou limites, a mãe colocará limites sim na educação dos seus filhos, pois essa demonstração de amor pode ser o grande aprendizado desse filho na idade adulta para seus momentos de frustrações na vida.
É comum o relato de mulheres que se questionam se estarão a ser boas mães, já que muitas delas desempenham vários papéis simultâneos como mãe, esposa, profissional, filha, dona de casa, que podem trazer grande pressão psicológica, que é uma autocobrança excessiva, gerando angústia, sentimentos de falha ou culpa.
Mãe é forte, mãe compreende tudo, resolve tudo. Muitas vezes é essa imagem que passam ou como são vistas pelos filhos. Mas, essa super heroína, a “mulher maravilha” é um ser humano com sentimentos e emoções. As mães também choram por medo, estresse, cansaço. Muitas vezes adoecem por não se permitir cansar. Todos têm um limite, em que é necessário parar, descansar, recuperar suas forças para prosseguir.
Aquela que cuida de todos também necessita de atenção e cuidados, e não apenas só de autocuidado, mas de pessoas que cuidem dela.
Somente o autocuidado pode acabar por se tornar “mais uma tarefa a ser cumprida”. A mãe mal consegue terminar tudo o que tem que fazer no dia, são tantas obrigações, cuidar de todos da casa, e ainda a cobrança com sua aparência, como ir à academia, fazer as unhas, cuidar dos cabelos, sobrancelha. Apesar desses momentos de parada para cuidar de si sejam vistos como momentos de descanso, não podem vir a se tornar mais uma obrigação.
Apenas o autocuidado, por mais relevante que seja, não leva em conta uma necessidade do ser humano: o apoio emocional e incondicional de outros seres humanos. O mais difícil é que as “super mães” já desenvolveram uma aceitação de que devem fazer tudo e sempre ficar por último na lista. É raro o pensamento de precisar de alguém. Pedir ajuda pode ser difícil por dar a impressão de não ser suficiente, de não estar dando conta.

Maristela T. Lopes Ramos
CRP: 06/136159
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Assim como é essencial cuidar daqueles profissionais (principalmente da área da saúde) que cuidam de outras pessoas, a mãe é esse ser que também será cuidada podendo contar com a ajuda de outras pessoas, como família, amigos, profissionais ou vizinhos. Recomenda-se que possa ter dias e horários de folga para o autocuidado, para poder cuidar de outras questões pessoais, ou mesmo ter um tempo livre. E isso precisa fazer parte da rotina, e não acontecer “uma vez ao ano”.
Enfim, até mesmo essa maneira que a mãe investe em si como pessoa e como mulher irá servir de modelo para as crianças mais tarde, orientando-as na sua forma de se relacionar consigo, com os outros e com o mundo.