Maria Alves de Lima

O “Minha Vida, Uma História” é com Maria Alves de Lima, de 72 anos.
Maria nasceu em Batatais-SP, mas, quando jovem, morou no estado do Paraná. Logo após, mudou-se para Cosmópolis. “Quando me mudei para cá, ainda jovem, junto com meus irmãos e meus pais, fomos os primeiros a morar em uma antiga pensão da Lola, que ficava na Avenida Ester”.
A aposentada ainda conta que seus pais eram muito rígidos, obrigando-a e seus irmãos a trabalharem nas plantações desde muito pequenos, realizando atividades pesadas. Com isso, ao fazer 18 anos, Maria e uma de suas irmãs fugiu para São Paulo a procura de um emprego melhor e de uma vida melhor, deixando seus familiares e um namorado em Cosmópolis.
Conseguiu um emprego na capital paulista como faxineira e assim viveu durante 3 anos. “Vivi muito bem em São Paulo, consegui o que eu queria mesmo, uma vida melhor para mim”, pondera.
Após esse tempo, voltou para Cosmópolis e encontrou seu antigo namorado, Oscar, com quem logo se casou e teve um casal de filhos: Cláudia e Claudinei.
Quando sua filha estava prestes a completar 12 anos e seu filho, 6 anos, Maria teve um sonho com seu marido, que em um acidente de trabalho, morreria queimado. Muito preocupada, contou a algumas vizinhas sobre seu sonho e, claro, não deixou de contar também a Oscar. “Eu até tentei fazer com que ele não fosse trabalhar no dia, mas, mesmo assim, ele foi. Dito e feito! No fim do dia, recebi a notícia de que Oscar havia se ferido. Ele não aguentou e morreu”, comenta.
Após esse momento, Maria teve que criar seus filhos sozinha. Começou a trabalhar na roça, cortando cana para conseguir mantimentos em casa, se esforçando para dar do bom e do melhor para os dois. “O que eu passei na minha vida, não queria que eles passassem, por isso, sempre procurei incentivá-los nos estudos”.
Nos anos seguintes, Maria conheceu outro rapaz. “Ele começou a morar comigo, porém, queria colocar meus filhos para trabalhar ao invés de estudar, por isso, dispensei”.
A aposentada ainda conta que sempre apareciam mulheres na porta de sua casa se oferecendo para pegar seus filhos para criar, achando que ela não teria condições. “Eu sempre negava e falava que nunca deixaria isso acontecer. É claro que me deixava triste aquela situação, mas, nunca desisti de lutar.
Hoje, eu estou feliz, meus filhos estão bem de vida, tenho duas netas lindas que eu ajudei a criar e tenho muito orgulho de tudo isso que eu construí; vejo que foi uma tarefa cumprida. Não tenho nada a reclamar, só gratidão”, finaliza.