A Maternidade de Campinas começou uma campanha para a arrecadação de leite materno. O ideal para suprir com tranquilidade os 40 leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal (recém-nascidos) seria um estoque médio de 200 litros. No entanto, o Centro de Lactação – Banco de Leite Humano da Maternidade – tem recebido cerca de 100 a 120 litros de leite por mês. Cada litro de leite materno doado pode alimentar até dez recém-nascidos por dia.
O Banco de Leite começou o ano coletando 96 litros e, gradativamente, conseguiu aumentar os estoques para quase 154 litros em maio. No entanto, desde junho, a quantidade doada está em queda, atingindo 127,7 litros em agosto. Preocupada, a Maternidade de Campinas lança a campanha para estimular as doações.
Coleta na região
A coleta de leite materno não se limita às mães que realizam partos na Maternidade de Campinas. Para abastecer o Banco de Leite Humano são retiradas as doações nas residências das mães que moram também em outros municípios.
Para ser doadora é necessário que a mulher seja saudável, que esteja amamentando o próprio filho e que tenha uma produção excedente de leite após a mamada. O contato pode ser feito diretamente com o Banco de Leite pelo telefone (19) 3306-6039 para o preenchimento do cadastro. São solicitados exames de sangue, provavelmente já realizados no pré-natal.
Oferecimento de exames
Para evitar o descarte do leite armazenado, a Maternidade de Campinas passou a oferecer às mães os exames de sorologia necessários para atestar a qualidade das doações. As doadoras podem fazer os testes às segundas-feiras, das 13h às 15h, no ambulatório do hospital. É necessário apenas fazer o agendamento prévio.
A realização do exame no hospital foi facilitada para melhor atender às doadoras. Antes, as mães tinham
que providenciar por conta própria os exames. Muitas mulheres usavam o sistema público de saúde, mas a estrutura dos centros de saúde nem sempre possibilitava agilidade na realização dos testes, o que resultava em um índice elevado de descarte de leite. A meta é zerar o descarte.
O Ministério da Saúde preconiza que, para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), é necessário realizar as sorologias de sífilis, hepatites B e C, doença de Chagas, HTLV (Vírus Linfotrópico da Célula Humana) e HIV (Aids). As crianças internadas na UTI Neonatal têm um peso extremamente baixo e precisam de cuidados especiais. Por isso, é preciso garantir a qualidade do leite – sem nenhuma contaminação.
Em Cosmópolis
Valéria Ribeiro realizou o ato durante os anos de 1997 e 2002. Por possuir muito leite materno, resolveu doá-lo.
Fui doadora de leite materno por duas vezes e é muito gratificante saber que pude ajudar em algo tão nobre. Sempre que posso aconselhar quem está amamentando a doar para os hospitais, eu faço, porque a experiência foi gratificante para mim e importante para quem recebeu!”, afirma Valéria.