A situação se agrava em crianças, principalmente a partir dos 7 anos, que é quando elas começam a carregar mais livros e cadernos
É recomendado que as crianças carreguem em suas mochilas um peso de 7% a 10% do seu peso corporal. O fisioterapeuta Guilherme Kowalesky explica que se as mochilas estiverem com um peso acima do recomendado, a criança pode ter dores musculares, ósseas, nos nervos e até dores articulares porque ela está em formação, então, ela não pode carregar muito peso.
Ele explica que, no começo, são dores, mas, a utilização incorreta pode causar má postura e futuramente uma possível cifose, curvatura da coluna vertebral que faz com que a parte superior das costas apareça mais arredondada do que o normal, ou até mesmo uma lordose, transtorno devido a uma curvatura excessiva da coluna para dentro.
Apesar de ambas, cifose e lordose, terem tratamento, ele é demorado e à base de muitos exercícios e uma disciplina na postura. Por isso, o fisioterapeuta lembra regras que, muitas das vezes, são esquecidas e devem ser seguidas e acompanhadas pelos pais.
Kowalesky indica que, além do peso carregado nas mochilas não poder ser maior do que a faixa de 7% a 10% do peso corporal da criança, deve-se usar a mochila com duas alças, pois, ela distribui melhor o peso e utiliza melhor da parte muscular do corpo. A posição em que a mochila fica nas costas também influencia. “A mochila não pode ficar abaixo da cintura da criança, tem que ser 8 cm acima da cintura”, conforme indica o fisioterapeuta.
Na hora de colocar ou pegar a mochila também são necessários cuidados. Sempre colocar uma alça de cada vez e sempre encostando a mochila junto do corpo. Na hora de levantar a mochila, a criança deve pegar com as duas mãos e agachar com a coluna ereta, flexionando os joelhos.
Mesmo para as crianças que usam as mochilas de rodinhas são necessários cuidados. A mochila não deve fazer com que a criança fique em posição abaixada, ou seja, a mochila deve ficar em uma altura em que a criança não precise abaixar o corpo para empurrar.
O fisioterapeuta comenta que o tempo de carregar o material não é o pior inimigo, e sim, o peso do material. Com isso, ele alerta que “os problemas podem aparecer com todas as idades, principalmente, a partir dos 7 anos, que as crianças começam a levar mais livros e cadernos. É importante frisar que só se deve levar o necessário.”
Mas, as preocupações dos pais não devem ser apenas na hora da criança ir até a escola. Eles devem se preocupar com a postura da criança a todo o momento. Isso porque a postura na hora de sentar pode influenciar também. Kowalesky comenta que é sempre importante a criança sentar com os dois pés no chão com a coluna reta encostada no apoio da cadeira. Também é legal apoiar os braços na cadeira.
Porém, os cuidados não são apenas para as crianças, os adultos também podem sofrer com excesso de peso que pode causar dores. Isso pode se dar pela má postura e e mau uso da mochila também.
Além da cifose e lordose, que são mais comuns, o peso excessivo pode ocasionar problemas futuros, como:
– Escoliose: A coluna entorta para um dos lados e deixa um ombro mais alto que o outro. Isso pode
acontecer se você carrega a carga em apenas um dos ombros. Os sintomas são dores nas costas, braços e pernas.
– Hiperlordose: O bumbum fica empinado porque há um aumento da curva que fica próxima à base da coluna. O sinal do problema costuma ser, principalmente, dores nas pernas.
– Hipercifose: Aumento da curvatura no meio das costas, deixando ombros e pescoço inclinados para a frente e formando uma corcunda. Os sintomas são dores nas costas, braços e mãos.
– Pinçamento do nervo: A coluna tem uma espécie de amortecedor entre uma vértebra e outra. A má postura ou movimentos bruscos podem fazer com que saia do lugar e comprima a medula. Resultado: dor aguda na hora de fazer um determinado movimento.
– Hérnia de disco: Quando aquele amortecedor (ou disco) sai do lugar, pode dar origem a uma hérnia na coluna, limitando os movimentos.