Com a evolução da veterinária, aumentou-se de quatro a cinco anos a expectativa de vida dos animais de estimação. A boa notícia para os apaixonados por pets ainda vem acompanhada de dicas para que certos cuidados prolonguem ainda mais a vida dos companheiros que já estão na velhice e uma fase mais delicada da vida.
Dr. Adriano Coghi Polleti é médico veterinário na Clínica Vila Bicho e afirma: “Houve evolução da medicina veterinária, há também a melhora na qualidade dos alimentos. Hoje em dia, há rações específicas para animais idosos, onde há uma maior taxa de vitaminas para articulação. Nos alimentos, também existem alguns complexos que evitam a infecção na boca ou os mais conhecidos tártaros. Além disso, também existem as rações terapêuticas para animais cardiopatas. Além do manejo em si, já que eles são os filhinhos queridos das famílias”.
A dieta
“Investir na ração adequada ajuda, e muito, na saúde dos animais de estimação. Ao invés das sobras, é a ração quem tem contribuído na dieta dos pets”.
Modernidade
“Outro detalhe é a cirurgia. Antes não se fazia, porque havia aquela desculpa de que o animal não aguentaria, mas isso não deve ser levado em consideração. Agora, os animais estão sim preparados para aguentar certos limites de saúde, mesmo na velhice. Os pets são anestesiados por uma doutora especialista, há exames para avaliar as condições. Também existem exames antecipados e eletrocardiogramas que deixam a cirurgia muito mais segura.
Atualmente, animais com 16, 17, 18 anos de idade, mesmo considerados idosos, resistem e se saem bem de muitas cirurgias. Você consegue curar de um câncer, tirar um tumor, castrar… Tudo melhorou para os animais idosos”.
Sintomas
“Uma das doenças principais na velhice é o câncer. O tumor, por exemplo, é um sintoma muito constante nesta fase. É importante fazer o exame de toque e se, por ventura, encontrar um algum carocinho, independente dele ser pequeno, é preciso ver isso imediatamente. Muitos costumam deixar para depois, esperar crescer ou sarar para ver o que está acontecendo. Após isso, é importante que se procure um médico veterinário a tempo para que haja mais chances de salvar a vida do animalzinho de estimação.
Sempre fazer exame na mama, ver se o animal está apático, se está comendo, ver os dentes, além da atenção nas fezes e urina do pet. Mais um detalhe, é o excesso do consumo de água. Mal hálito também é um sinal de alerta”.
Automedicação
“São necessários cuidados com automedicação. Alguns antiinflamatórios que parecem ser inofensivos para os animais podem até prejudicar o estômago deles. É recorrente a quantidade de proprietários que automedicam os animais e passam por consequências ruins. Muitas vezes, o pet estava com a dor de uma patinha torcida e, após a medicação humana, pode ter uma úlcera sangrando. Por este motivo, alerto, não automediquem seus animais, não peçam conselhos em agropecuárias, em farmácias que possuem remédios para humanos.
Medicamentos mal usados causam problemas sérios. O farmacêutico entende muito de medicação, mas as doses de cão e gato são totalmente diferentes, são metabolismos e organismos diferentes”.
Olhinhos roxos (cegando)
“Algo muito comum no pet idoso são os olhos secos. Por muitas vezes, eles produzem lágrimas de baixa qualidade ou nem há mais a produção. A falta de umidade, por sua vez, e o próprio atrito da pálpebra vai machucando e a cicatrização disso nunca será transparente. Ela fica azulada, opaca, e isso vai deixando uma nata no olho do animal que vai ficando cego. Este tratamento pode ser mais fácil, porém, outros problemas podem estar envolvidos, como diabetes, câncer, alergia… é importante olhar sempre, ficar esperto com os sinais oculares dos animais e sempre procurar por um médico veterinário”.
Cuide bem
“Invista no seu cachorrinho, ele foi seu amigo e companheiro a vida inteira. Essa é a hora que ele precisa de você! Seu animal de estimação na velhice voltou a ser um bebê”.