Métodos contraceptivos: entenda os hormônios presentes

A evolução dos métodos contraceptivos resultou no surgimento de uma alta gama de opções, sendo os hormonais os mais utilizados.
Os principais hormônios presentes nestes métodos são os chamados estrogênio e progestogênio, presentes em conjuntos nas pílulas de via oral, injeções aplicáveis mensalmente ou trimestralmente, adesivos e anéis vaginais, utilizados semanalmente, com pausa para menstruação.
Entretanto, a presença do etinilestradiol (estrogênio) mostra-se maléfica para mulheres portadoras de problemas como endometriose, que tornam a menstruação parte das complicações. “A melhor opção são os métodos que possuem apenas o etonogestrel (progestogênio), que ajudam a parar ou diminuir o fluxo”, explica o ginecologista e obstetra, Nivaldo Baron.

Para tal, existem os dispositivos injetáveis, como o DIU e o Implanon (ou implante contraceptivo). “Hoje em dia, além da opção livre de hormônios, há também o DIU mirena, constituído apenas pelo progestogênio”, comenta.
Já o Implanon, também livre do hormônio estrogênio, é um implante de 4 cm por 2 mm, aplicado na subepiderme do braço, por conta de sua melhor absorção. “Ele possui uma durabilidade de 3 anos, além de ser uma excelente opção para mulheres cuja participação em sua contracepção mostra-se uma tarefa difícil”, explica.

Acessibilidade
Os dispositivos injetáveis, livres do estrogênio, possuem longa durabilidade, além de uma inserção simples, a nível de consultório. “Muitas vezes, tomar uma pílula diariamente, lembrar de trocar um adesivo ou anel ou aplicar uma injeção ao longo do ano mostra-se complicado. O DIU ou o Implanon são práticos para casos como estes, pois, podem durar até 5 e 3 anos, respectivamente”, afirma o ginecologista.
Mas, por tratar-se de um método de longa duração, é importante salientar o alto custo de sua adesão. “A paciente deve entender que o investimento será dado para um prazo de 3 anos, ou mais”.

Contra-indicações do estrogênio (etinilestradiol)
Mulheres tabagistas, com tendências para trombose ou embolia, portadoras de hipertensão ou diabetes, e com alta incidência de varizes, devem evitar o estrogênio. “Há também a existência de pílulas anticoncepcionais livres do etinilestradiol, estas que podem ser uma opção para quem não deseja dispositivos injetáveis”, comenta Nivaldo.

Ganho de peso por métodos hormonais
Nivaldo Baron desmistifica a crença de que hormônios presentes em métodos contraceptivos podem levar ao alto ganho de peso. Segundo o ginecologista, a retenção de líquidos é comum com o uso do medicamento, mas, resulta em um ganho pouco perceptível, de não mais de 2 kg. “Aumentos de peso exorbitantes são, na maioria das vezes, causados por hábitos alimentares da pessoa”, esclarece.

Como escolher o melhor medicamento?

Nivaldo Baron Ginecologista e Obstetra CRM 48942/SP

A contracepção é relativa e deve enquadrar-se à realidade de cada pessoa e o momento pelo qual cada uma passa. “Todas as opções são boas, mas deve-se avaliar todo o contexto e não deixar de consultar-se com um especialista da área ginecológica”, finaliza Nivaldo Baron.