A castração de animais ainda é cercada de mitos e medo causados por senso comum, mas, na verdade, esse simples procedimento pode dar mais qualidade de vida para o seu animal.
Em fêmeas, a castração consiste na remoção de ovário e útero, impedindo a reprodução do animal, e pode ser realizada quando a fêmea ainda é bem nova. “Contudo, ainda há uma discussão sobre a conduta de acordo com cada profissional veterinário em relação à idade ideal para se castrar. Essa discussão fica em volta de dois períodos, sendo o primeiro, castrar antes do primeiro cio e, o outro, castrar entre o primeiro e o segundo cio”, diz o veterinário José Francisco da Costa, conhecido como Chiquinho.
Já em machos, a cirurgia continua sendo bem simples e é rápida. No caso dos machos, o procedimento é chamado de orquiectomia. Nele, são retirados os testículos e, assim, o animal deixa de produzir espermatozóides.
“A castração é tranquila e raramente ocasiona complicações, livrando os animais de uma série de problemas sérios e bastante comuns que podem ser fatais”, alerta. Chiquinho também diz que, por conta do procedimento necessitar de anestesia geral, riscos sempre estarão envolvidos. A idade do cão também influencia nesse quesito. “Quanto mais velho, maior a possibilidade de problemas durante o procedimento. Entretanto, com a medicina moderna e os equipamentos usados durante a cirurgia, a probabilidade de complicações ocorrerem é bem pequena”, explica.
O ganho de peso é comum devido à diminuição hormonal e alterações comportamentais; este fator afeta, principalmente, as fêmeas, mas também pode ocorrer nos machos. “Por isso, é necessário que, após o procedimento, as cachorras passem a ter uma alimentação mais controlada e um nível de atividades físicas maior e mais constante. Embora possa parecer algo que requer esforço demais, esse controle alimentar para que as cadelas não se tornem obesas é relativamente simples, e uma dieta de poucas calorias e atividades físicas constantes já é capaz de manter a cadela saudável”.
Vantagens da castração
– Diminuição dos riscos de tumores relacionados ao sistema reprodutor (machos e fêmeas);
– Diminuiçao da agressividade, principalmente, em machos;
– Prevenção da piometra em cadelas (grave infecção do útero);
– Elimina a chance de gravidez psicológica e suas consequências;
– Evita o cio das cadelas e o uso de anticoncepcionais;
– Evita o acasalamento e crias indesejadas;
– Aumento da expectativa de vida;
– Diminui as “fugas”.
Mitos sobre a castração
– Cães e Gatos precisam ter filhotes antes de serem castrados.
Não existe nenhuma fundamentação científica que diga que cadelas e gatas precisam ter filhotes;
– Cirurgias de esterilização são caras.
Embora seja possível encontrar locais em que a castração é feita a preços bastante altos, a cirurgia na prática é bastante barata, o que possibilita, inclusive, a realização dos mutirões;
– Animais castrados ficam preguiçosos e ganham peso demais.
Animais com sobrepeso chegam nessas condições por falta de cuidado dos seus tutores;
– Cirurgias de castração são perigosas.
A realização de exames pré-operatórios, semelhantes aos feitos em humanos, minimizam em quase 100% as chances de risco ou complicação;
– Animais sem filhotes não são felizes.
Pensar na felicidade de um animal como a felicidade de uma pessoa é incorrer num erro básico de antropomorfização que faz, por inúmeras vezes, mal aos animais;
– Animais castrados são menos saudáveis.
Animais castrados têm menos chances de desenvolver alguns tipos de câncer, têm menos propensão a fugir e assim se envolver em acidentes. Eles também brigam menos e contraem menos doenças, como a piometra e a FIV.