Modelos clássicos são paixões entre colecionadores cosmopolenses

Alguns dos apaixonados e colecionadores de motocicletas de Cosmópolis têm muita história para contar sobre suas motos. A primeira delas é a clássica Lambretta, do comerciante Luiz Antônio Galhardo, ou “Luizinho”. Ele adquiriu a motoneta há cerca de 10 anos. “Gosto de motos desde criança e já negociei diversas Lambrettas durante toda minha vida. Este modelo é de 1965”, informa ele.

Lambretta, 1965 - foi restaurada e pertence ao Luiz há 10 anos

Lambretta, 1965 – foi restaurada e pertence ao Luiz há 10 anos

A produção da Lambretta começou na Itália, em 1947. No Brasil, a primeira fábrica se instalou em 1955, e seus primeiros modelos nacionais tinham câmbio de três marchas e eram desprovidos de carenagem. A partir de 1960, as motonetas passaram a ser fabricadas com câmbio de quatro marchas, eixo cardan por corrente, além de outras modificações estéticas.

Luizinho conta sua história mais marcante com uma Lambretta. “Estávamos eu e o Salim Baracat indo a um baile no João Aranha. Nós fomos por dentro da cidade e, no meio do caminho, perdemos o estepe da moto. Nunca mais achamos o estepe!”, recorda ele.

Luiz Antônio Galhardo é dono da Lambretta

Luiz Antônio Galhardo é dono da Lambretta

 

O próximo modelo clássico é a Honda CB 400, a primeira grande moto brasileira, do mecânico de motos Marcelo José Rodrigues de Oliveira. “Faz um ano que estou com ela. Ela é dos anos 80, uma das primeiras do modelo que saíram aqui no Brasil”, indica.

Apesar de brasileiro, esse modelo é todo “made in Japan” – a primeira versão, de 1980, era equipada com rodas “Comstar” e motor 400 japonês, e era apenas montada em Manaus. A moto fez um sucesso imediato, por seu modelo e presença. Apenas um ano depois, surgiu uma versão mais luxuosa, batizada de CB 400 II.

Honda CB 400, 1980: a primeira grande moto brasileira era toda equipada com rodas e motor japonês

Honda CB 400, 1980: a primeira grande moto brasileira era toda equipada com rodas e motor japonês

O mecânico conta que, apesar de não ser uma moto de velocidade, o que mais chama atenção é o estilo e a mecânica da CB. “Ela chama muita atenção. Porém, já aconteceu de, um dia, ela me deixar na mão. Eu estava viajando e, quando parei em um posto de serviços, onde tinham motos muito maiores e potentes que ela, ela resolveu fazer um ‘charme’ e parar de funcionar. Mas, o problema era bem simples e conseguimos resolver bem rápido”, lembra Marcelo.

Marcelo José Rodrigues de Oliveira é dono da CB 400

Marcelo José Rodrigues de Oliveira é dono da CB 400

A próxima moto é a Yamaha RD 125, de 1977, do comerciante Fernando Longhim e seu pai, Fernando José Longhim. “Essa moto foi comprada seminova em Campinas, em 1979. Ela estava apenas com um ou dois quilômetros rodados. Meu pai sempre gostou de motos e essa foi uma das primeiras de Cosmópolis”, explica ele.

Yamaha RD 125, 1977 - foi adquirida seminova pelo pai do Fernando, em 1979

Yamaha RD 125, 1977 – foi adquirida seminova pelo pai do Fernando, em 1979

Fernando conta que, aos 17 anos de idade, ele já andava com a moto e tem uma história de muita sorte. “Meus pais haviam viajado e eu fui à feira com a moto comer pastel. Quando eu estava quase chegando, dois elementos me pararam e perguntaram onde era a rodoviária. Parei a moto inocentemente, e quando comecei a explicar, eles sacaram uma arma e anunciaram o assalto. Eu tentei argumentar, falei ‘pelo amor de Deus, a moto é o xodó do meu pai’. Mas, não teve jeito… acabei saindo da moto e eles fugiram”, lembra.

Ele acrescenta ainda que o pai chorou e ficou nervoso. Porém, algum tempo depois, eles foram avisados que a moto havia sido encontrada em Americana, pega em uma blitz policial. “Nós recuperamos a moto, que está conosco até hoje”, afirma.

Fernando Longhim é um dos donos da RD 125, juntamente com seu pai, Fernando José Longhim

Fernando Longhim é um dos donos da RD 125, juntamente com seu pai, Fernando José Longhim