Mulheres no futebol: preconceitos e superações

Nos últimos dias, com a Copa do Mundo de Futebol Feminino, as mulheres estão ganhando mais visibilidade dentro desse meio que, por muitas vezes, as exclue de diversas formas. Duas jogadoras cosmpolenses deram entrevista para a GAZETA de COSMÓPOLIS e contam suas experiências no futebol.

Valéria Renata Alves de Almeida, 18 anos:
“Eu jogo desde os meus 11 anos de idade. Ainda não jogo profissionalmente, estou na base em Limeira, da Inter de Limeira. Eu sempre gostei de futebol. Sem dúvida alguma, desde pequena, o futebol é minha paixão, é onde eu me sinto feliz… Sempre gostei de esporte, na escola sempre jogava futebol com os meninos, não queria saber de brincar de boneca nem nada, e as pessoas sempre falavam: ‘essa menina joga bem’, meus amigos, então (risos). Foi aí que eu decidi que seria uma jogadora de futebol e vou lutar por esse sonho”, conta Valéria, sobre sua história.

Preconceito:
“Já sofri preconceito. Com certeza, aquelas piadinhas de ‘ah, futebol não é pra mulher’, ‘sai daí que você não sabe jogar’, ‘nossa, ela é maria machos’, essas coisas. É difícil lidar com isso, finjo que não ligo, não dou atenção, mas, isso só acaba me motivando ainda mais a lutar pelo meu sonho.
Graças a Deus, sempre tive o apoio da minha família, que é o mais importante. A dica que eu dou para as meninas novas é que elas jamais desistam do sonho delas, que aproveitem essa visibilidade sobre o futebol feminino e continuem lutando; as oportunidades agora, com certeza, serão maiores“, diz a jovem, que aconselha as garotas que sonham em se tornarem jogadoras. “Se é o que elas realmente querem, devem ir atrás, procurar um time, fazer peneira, entrar em alguma escolinha, pois, as oportunidades agora serão maiores”, conclui a jovem.

Selma Maria da Silva Araújo, 35 anos, conferente:
“Comecei a jogar futsal em 1996, no ginásio, com a professora Daniela Ferrazzo. Mas, antes de terminar o ano, o professor Lebrinha chegou e assumiu as meninas, foi quando tudo começou. Hoje em dia, sou a mais velha das meninas, da minha geração, ficou somente eu. Faz 22 anos que jogo, sempre incentivando as meninas e, por isso, não parei ainda.
Amo futebol e digo que sou a tia das meninas, mas, é triste porque sei que falta muita coisa, como incentivo e patrocínio”, diz Selma , que ainda comenta sobre a visibilidade que o futebol feminino vem ganhando. “Estou muito feliz, pois, agora sei que todos conhecem o futebol feminino e espero que isso seja um grande avanço”.

Preconceito:
“Já sofri preconceito, sim. Chamam de mulher bigode, mulher macho, é difícil, mas, isso foi melhorando e hoje já não sofro mais”, diz.
Selma conclui que “pretendo levar isso como hobby, acho que sou um pouco velha já para encarar como profissional”.