Aprender tocar violão parece difícil para alguns, para outros nem tanto. Porém, aprender sem o violão e sem fazer aulas pode parecer impossível. Mas não foi para Gean Adson, 38 anos, que aprendeu tocar música clássica sem aulas e boa parte da vida sem mesmo um violão próprio. Gean fará sua primeira apresentação solo no Espaço Cultural Belle Époque no sábado, 23, às 17h.
O músico teve seu primeiro contato com o violão aos 11 anos, quando sua prima havia ensinado a ele quatro acordes, conjunto harmônico de três ou mais notas, para ele brincar com o instrumento.
Durante 10 anos, Gean teve pouco contato com o violão, foi aprendendo somente olhando e pedindo dica às pessoas. Ao longo desse tempo, com uma pequena experiência, o rapaz começou a tocar em uma Igreja, mas ainda sem fazer nenhuma aula e sem instrumento próprio, “aprendia de acordo com a necessidade, tive bastante dificuldade nessa época”, conta o músico.
Nesse período, Gean conta que, mesmo não sabendo ler partitura e sem a teoria da música, foi aprendendo a assimilar os sons, “à medida que a gente vai aprendendo a música, ela vai entrando dentro da gente”.
Em 2001, o músico veio morar em Cosmópolis e só em 2005 ele ganhou o primeiro violão, o mesmo que ele utilizará na apresentação. Na cidade, Gean conheceu um músico que também toca violão clássico e só então ele decidiu fazer aulas. Entretanto, ao todo, não participou de cinco aulas, “não tinha o costume de estudar”.
Cerca de seis anos depois, Gean conta que as coisas mudaram e ele começou a estudar, mas, dessa vez, por conta própria, sozinho em sua casa. “Comecei a ler partitura, pegando compasso por compasso, demora um pouco, principalmente, porque não tenho um tempo exclusivo para música, mas, aos poucos, consigo tocar uma peça inteira”, explica.
Gean é apaixonado por música, principalmente, a erudita. “Fico buscando partituras e vendo vídeos sempre que posso. Antes de sair para trabalhar, acordo uma hora mais cedo para estudar violão e tocar até na hora de ir ao trabalho”.
No trabalho, o músico realiza outra de suas paixões, o desenho. Gean é projetista industrial e passa o dia desenhando. Apaixonado por arquitetura, arte e desenho, ele explica que, para ele, a música não é uma profissão, e sim, outra de suas paixões.
De onde veio
“Conheci o Gean por indicação”, conta Ulisses Paiva, proprietário da Belle Époque – Doces e Bolos. Ele explica que parte das exposições realizadas no Espaço Cultural Belle Époque é de artistas que ele conhece por indicação de outras pessoas. “O que existe é um networking, uma pessoa fala de outra, indica e nós vamos todos nos conhecendo, assim como os trabalhos que realizam”.
No caso do músico, Ulisses lembra que a indicação aconteceu na primeira exposição do espaço, onde Gustavo Tertoleone realizou uma exposição de fotos – o proprietário do espaço se aproximou de Felipe Madeiros, amigo em comum do fotógrafo, que indicou o músico para uma futura apresentação. Hoje, até mesmo o Gean já indicou outra pessoa.
Ulisses diz que todos os artistas que fizeram exposição no espaço ficaram emocionados no dia do evento. “Às vezes, a pessoa fala que nunca teve a oportunidade de mostrar o trabalho”.
Um espaço para a cultura
“Nós criamos o espaço pensando em realizar atividades culturais afim de enriquecer a cultura da cidade. Não é um mega espaço, mas é uma parcela que podemos contribuir com a cidade e a sociedade em geral; estamos tentando fazer nossa parte também”, é assim que
Ulisses descreve o Espaço Cultural Belle Époque.
Ele conta que a ideia inicial que teve para o espaço está sendo concretizada. Ulisses explica que sempre foi ligado à arte e cultura, sendo assim, vendo um espaço ocioso em sua doceria decidiu aproveitar o espaço abrindo para artistas e pessoas envolvidas com cultura realizarem eventos. “Foi uma maneira de extravasar, conhecer pessoas, incentivar a cultura e, enfim, dar espaço a pessoas que mexem com arte e não tinham espaço para expor”, acrescenta Ulisses, que afirma que tem prazer em receber eventos que envolvem educação e cultura.
Segundo o proprietário, o espaço tem recebido, por evento, cerca de 100 pessoas. Ele afirma que tem suas limitações de espaço, mas não tem pretensão de transportar esse espaço para um lugar maior.
As exposições são realizadas por pessoas da região, mas, em sua maioria, do município.
Não é só arte, o espaço está disponível para vários tipos de eventos, tanto eventos comerciais, casamentos, festas de aniversário quanto outros já foram realizados no espaço. Além de tudo, é gratuito.
“Aqui somos transparentes e falamos de arte e cultura, realizamos eventos para a família”, finaliza Ulisses.
O Espaço Cultural Belle Époque fica na Praça Dr. Paulo Almeida Nogueira, 70 – Centro. Telefone: (19) 3812-3311